Capítulo Trinta e Um

1K 150 143
                                    


Sexta-feira, 19 de novembro 


Ao abrir os olhos pela manhã, Yeonjun encontrou duas coisas: o teto branco e um dos braços de Wooyoung repousando sobre sua testa.

Seus olhos ardiam, sua cabeça latejava e, mesmo que quisesse, não conseguia virar o rosto para o lado, pois sentia sua dorsal doer de forma insuportável. E ele imaginava que todos esses sintomas tinham uma única fonte: a bebida.

Depois da reunião com a Organização Sênior de Busan, Wooyoung e Hyunjin o arrastaram até um bar no centro de Busan, onde se encontraram com San e Soobin. Beomgyu também tinha sido convidado para o encontro, mas, estranhamente, o recusou. Não que o tesoureiro da comissão de Engenharia de Computação não tivesse o direito de não querer sair depois de uma reunião exaustiva, mas os olhares furtivos e as desculpas esfarrapadas fizeram Yeonjun se questionar sobre o real motivo que o levou a encontrar Bang Sihyuk após a reunião.

Yeonjun empurrou Wooyoung com certa irritação, erguendo o corpo. Seus olhos foram de uma extremidade da cama de casal à outra. Soobin dormia abraçado com Hyunjin ao seu lado e, do outro lado, Wooyoung dormia na diagonal, com as pernas sobre as de Yeonjun. San, por outro lado, não estava ali.

Ele esticou as pernas para fora e saiu da maneira que conseguia, sem incomodar os demais. O corredor do apartamento, iluminado pelos raios solares das janelas de vidro sem persiana, fizeram Yeonjun coçar os olhos ao sair do quarto. A porta bateu atrás de si imediatamente.

Wooyoung e San dividiam um apartamento de dois quartos com o antigo presidente da comissão de graduação de Ciências Contábeis. Yeonjun o tinha visto poucas vezes, mas, naquele dia em específico, o veria por uma quantidade razoável de tempo.

— Caiu da cama? — San brincou quando enxergou Yeonjun no início da sala. Na cozinha aberta, um dos donos do apartamento tomava café da manhã.

— Fui expulso pelo seu parceiro de quarto, na verdade — o barista anunciou, esfregando o rosto com ambas as mãos. Ele arrastou o próprio corpo até o outro lado do balcão que San parcialmente ocupava, sentando-se em uma das banquetas, como fazia na quitinete de Beomgyu.

— Falando nisso... — San ergueu uma faca de passar manteiga. — Você falou com o Jongho ultimamente?

— Ele é meu contador. Falo com ele todas as semanas. Por quê?

— Ele saiu cedo hoje. Pouco depois que nós chegamos.

— Como você sabe? — Yeonjun acompanhou os movimentos do outro com os olhos. A bebedeira da noite passada o havia deixado enjoado.

— Fiquei acordado — explicou, passando manteiga numa fatia de pão.

— Talvez ele tenha ido trabalhar.

— Mas ele não trabalha pra você?

— Ele fazer um freelance não significa que ele não tenha um trabalho fixo também — Yeonjun rebateu, comprimindo os lábios. — E tenho certeza que ele só aceitou ser meu contador porque tenho vocês dois como amigos.

— Até parece que ele trabalharia pra qualquer pessoa que é nossa amiga. Ele trabalha pra você porque você é organizado.

Yeonjun deu de ombros.

— Eu só tinha uma meta desde o início.

Eu só tinha uma meta desde o início — San repetiu as palavras, balançando a cabeça de um lado para o outro.

Yeonjun soltou uma risada.

— Ele se recusou a ser o fiador da casa de vocês? — o barista perguntou.

Anonimato • BeomjunOnde histórias criam vida. Descubra agora