— Não é nada. — Soyeon balançou a cabeça, piscando os olhos com força, como se estivesse despertando de um sonho. Seu olhar lentamente se voltou a Seungkwan e, no instante seguinte, ela já o empurrava para baixo. — Vamos, vamos.
— Nada? Você parecia assustada. — Seungkwan relutou ao toque e subiu outro degrau. O coração de Beomgyu saltou ao ver o topo da cabeleira castanha do ex-tesoureiro.
— Vi dois ratos. Pareciam dois ratos de esgoto, molhados e assustados — ela respondeu com pressa.
— Ratos? Onde?
— É melhor você não os ver.
— Mas isso não é uma violação sanitária? Precisamos alertar o...
— Precisamos alertar Wooyoung, que trabalha no hotel, lembra? Se o hotel for fechado por violação sanitária, ele ficará desempregado. Tenho certeza de que ele saberá o que fazer quando descobrir que vi os dois... — ela pausou, consciente de que se continuasse falando com pressa, os nomes de Yeonjun e Beomgyu sairiam por seus lábios — ... os dois ratos.
— Tem certeza de que não quer me deixar dar uma olhada? Posso acabar com isso agora mesmo e não precisamos falar com Wooyoung ou quem quer que trabalhe aqui.
Soyeon abriu um sorriso condescendente.
— Tenho certeza. Deixe que lidem com isso por conta própria. Afinal, não é assunto nosso.
O topo da cabeça de Seungkwan desapareceu. O ex-tesoureiro soltou um suspiro de desânimo ao descer os degraus da escadaria. Soyeon deu uma olhada de canto para Yeonjun, que ainda implorava silenciosamente, e depois para Beomgyu, em estado catatônico, e foi atrás de seu colega.
Os dois no topo da escada ouviram os lamentos incomodados de Seungkwan sobre não conseguir encontrá-los a tempo para o trote, considerando o horário. Quando o barulho da portinhola sendo fechada ecoou pelo cômodo, Yeonjun caiu deitado no cimento, ofegante.
— Ela nos chamou de ratos — Beomgyu quebrou o silêncio.
Yeonjun ergueu o pescoço. O rosto vermelho, as narinas infladas e o corpo relaxado sobre o chão evidenciaram o quão cansado ele estava daquela noite.
— Nossos três colegas foram jogados no mar durante o inverno, quase fomos pegos, e o que mais chamou a sua atenção nisso tudo foi a Soyeon nos comparando a ratos?
Beomgyu encarou o barista.
— Ela nos chamou de ratos de esgoto.
Esfregando ambas as mãos pelo rosto, Yeonjun voltou a descansar a cabeça no chão, respirando fundo.
— Honestamente, ela podia nos chamar do que quisesse desde que não nos dedurasse ao Seungkwan — respondeu depois de algum tempo.
— E você não acha estranho que ela não tenha nos dedurado?
— Você acha?
Os dois se entreolharam.
— Por que ela perderia o tempo dela subindo até aqui só para não nos dedurar? — Beomgyu questionou.
Yeonjun grunhiu ao erguer o tronco, sentando-se. Ele encarou a parede ao lado de Beomgyu em silêncio e retorceu os lábios. Agora que repensava sobre o ocorrido, também achava o fato de Soyeon não os ter dedurado estranhamente incomum. Afinal, assim como Beomgyu apontou, ela havia corrido da praia até o hotel, percorrido os andares em busca dos dois e, quando finalmente os encontrou, não disse nada.
O barista colocou-se de joelhos e se levantou, esfregando as palmas de suas mãos contra o tecido da calça que usava. Estendendo a mão a Beomgyu, ele respondeu:
VOCÊ ESTÁ LENDO
Anonimato • Beomjun
Fiksi PenggemarNum dia letivo da faculdade, Choi Beomgyu recebe um convite anônimo para uma festa à fantasia no Dia das Bruxas, cujo objetivo é que os convidados apareçam mascarados, com roupa de gala, e passem despercebidos durante toda a noite. Aquele que tiver...