Anonimato • Beomjun

Capítulo Vinte e Um

— Vocês. Podem. Me. Dizer. O. Que. Significa. Isso. Aqui? — Soyeon rangeu os dentes, enfatizando palavra por palavra. Ela bateu um papel contra a mesa de reunião da sala da comissão de graduação, deslizando-o na direção de Beomgyu e Yeonjun, que sentavam lado a lado.

A primeira reunião da nova comissão havia terminado há, pelo menos, quarenta minutos. Soobin, Taehyun e Huening Kai saíram com os professores Kang e Hwang para protocolar os documentos dos novos membros na reitoria. Soyeon pediu para dar uma palavrinha com Yeonjun e Beomgyu. Agora, os três estavam sozinhos, imersos por um clima estranho.

Yeonjun aprumou os ombros, encarando o papel.

— É um convite — o barista constatou, arqueando as sobrancelhas com certo deboche após ler brevemente as palavras datilografadas, como se aquilo fosse algo óbvio.

Soyeon revirou os olhos, bufando.

— Obrigada por dizer o óbvio, gênio — ela tremeu os lábios, levemente zangada. — O que quero dizer é: por que esse convite foi endereçado ao Huening Kai?

Comprimindo os lábios, Beomgyu virou o rosto, coçando uma de suas sobrancelhas. Aquela parecia ser a mesma carta que Huening Kai havia mostrado na cafeteria, quando eles conversaram sobre a festa da Ordem Secreta de Busan.

— Como eu saberia? — Yeonjun começou. — Por que você tem essa carta?

— Porque ela foi enviada com o endereço da Organização Sênior e foi devolvida pelo destinatário — Soyeon apoiou ambos os braços na mesa, curvando-se na direção do novo tesoureiro e do vice-presidente da comissão. — Beomgyu? Você tem algo a dizer?

— Eu nem fazia parte da comissão quando a festa da edição anterior foi sediada — Beomgyu se defendeu, esfregando as palmas de suas mãos contra suas coxas. — Por que você acha que eu saberia de algo?

— Porque você, Choi Beomgyu — Soyeon apontou para Beomgyu com o indicador — é amigo de Huening Kai e causou uma confusão na festa.

— Eu ainda assim não sei o endereço da Organização Sênior — Beomgyu contra-argumentou, erguendo o queixo.

Soyeon balançou a cabeça em concordância.

— É por isso que eu chamei vocês dois aqui — ela disse, enrugando o queixo. — Porque você quis causar comoção, e Yeonjun quis ajudá-lo.

— Eu assinei um termo de confidencialidade. Eu não faria nada que pudesse tirar dinheiro do meu bolso — aquela acusação deu nos nervos de Beomgyu. A fala atraiu a atenção de Yeonjun, que virou o queixo para olhá-lo e encontrou uma veia saltada em sua têmpora direita.

— E por que eu ajudaria Beomgyu a estragar a confidencialidade da Organização Sênior? — Yeonjun respirou fundo, ajustando a gola da camisa social branca que usava por baixo do suéter azul-marinho.

— Vocês estão me dizendo que não têm nada a ver com essa situação?

Yeonjun concordou com a pergunta. Beomgyu, por outro lado, não se moveu.

— Huening Kai me mostrou a carta — Beomgyu confessou. Seu olhar estava fixo em Soyeon, embora sentisse que Choi Yeonjun estava o fulminando. — Cheguei a conversar com Yeonjun sobre a festa e a carta.

— Então vocês dois sabiam sobre isso?

Yeonjun contraiu a mandíbula.

— Beomgyu achou que eu tivesse substituído o nome de Huening Kai na lista e adicionado o dele — Yeonjun gesticulou com ambas as mãos. — Nós também não sabemos quem fez isso.