24| ᴇsᴛʀᴀɴʜᴏ

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INGRID

⚠ ᴄᴏɴᴛᴇ́ᴍ ʜᴏᴛ ⚠

SABE QUANDO NÃO QUEREMOS nos entregar no primeiro momento?

Eu me sentia assim em relação ao Romeo, mas pensando bem sobre tudo o que aconteceu entre a gente, fica difícil negar o sentimento. Eu gostava de quando ele me elogiava e de quando ele intercalava beijos e sussurros, entretanto, eu gostava ainda mais da adrenalina que era beijar uma pessoa pensando em outra. Basicamente, gostava de não ter apenas um.

E agora não tenho nenhum.

- Boa noite - disse assim que entrei no primeiro táxi que vi estacionado na rua - Pode me levar até esse endereço? - Mostrei um papel pequeno, era a casa de Romeo.

- Posso, mas vai demorar um pouco por conta do acidente na rua principal... Tudo bem?

O motorista era um senhor que cogitei ter, mais ou menos, uns cinquenta anos. Olhando pela janela, era possível ver diversas pessoas diferentes e como a viagem demoraria o dobro do que costuma, aproveitei para pensar no que diria quando visse Romeo.

- Você deve estar chateada com essa demora, minha neta também odeia isso - o homem riu envergonhado e eu confirmei sem olhar para ele.

Desbloqueei meu celular, nenhuma mensagem, nenhuma iniciativa, mas inúmeras frases na cabeça que eu não tenho coragem de enviar. Por que eu tenho que ser tão orgulhosa?

- Sabe de uma coisa: essa cidade não está como antigamente as pessoas não respeitam nada...

Coloquei meus fones de ouvido e o deixei falando praticamente sozinho, sei que agi mal, mas eu não estava com cabeça para ouvir histórias dos outros. Como eu queria que as coisas fossem diferentes para mim, se eu ao menos tivesse uma ideia do que o Romeo sente, seria tudo bem mais fácil.

Eu frequentei lugares, conheci pessoas, porém nenhuma delas me fez perguntar se eu realmente mereço ser amada. É burrice pensar assim, mas as coisas que aconteceram na minha vida me fizeram achar o contrário.

Depois de ver sempre a mesma casa durante longos minutos, por causa do trânsito, finalmente cheguei na casa dele. A típica elevação de pedras que eu conheço muito bem e as árvores tapando toda a fachada, conversei com o segurança, cujo entendeu o motivo de eu estar ali e em menos de dois minutos já estava em frente a porta.

- Coragem Ingrid, coragem - sussurrei antes de bater levemente, não demorou para ele aparecer vestindo apenas uma calça moletom - Oi - se olhasse para o meu corpo, conseguiria perceber minha timidez, mas eu sorria.

- O que quer aqui? - Romeo não me transmitiu nenhum tipo de alegria - Esqueceu alguma coisa?

Neguei com a cabeça.

- Não, é que... - Olhei para trás, não havia ninguém - Posso entrar?

Pelo jeito, a única coisa que mudou foi nossa relação, porque o olhar e o cheiro dele continuam os mesmos. Esse olhar frio que consegue me transmitir tantas coisas ao mesmo tempo.

- Romeo, vou ser bem clara contigo, eu percebi que você se afastou, o que aconteceu?

Na verdade, eu sabia exatamente o motivo dessa distância, mas não poderia simplesmente sair dizendo, talvez tenha outra razão, o que eu não acredito nem um pouco. Ele não me respondeu, e aos poucos eu ia perdendo o foco, olhava para aquela boca e só precisava de uma coisa.

- Ingrid - cruzou os braços e se aproximou mais - Você não pode sair iludindo uma pessoa e beijando outra, fica comigo ou vai embora - travou a mandíbula - Era louco ficar contigo, insano pra caralho e eu gostava disso, mas parece que não era o suficiente.

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