25| ᴍᴀʟᴅɪᴛᴀ ᴠᴀʀɪɴʜᴀ ᴅᴇ ᴄᴏɴᴅᴀ̃ᴏ

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GIOVANNA

LUKE, QUEM É ESSA menina?

Sabe quando nosso corpo trava e não temos nenhuma ação? Foi exatamente isso que eu senti quando encontrei com ela, uma mulher com expressão dura e fria, a tia dele. Ninguém nunca me levou para sua casa e nem sequer fui apresentada para algum familiar, então quando pude entender a gravidade do que estava acontecendo, Luke já tinha a levado para a cozinha.

Enquanto esperava por algo, observei os quadros sobre uma grande prateleira com fotos de toda a família, porém a que mais prendeu minha atenção, foi a de uma moça grávida que segurava um garotinho no colo, logo deduzi que aquela era a mãe de Luke. Os dois são praticamente iguais.

— Seu pai precisa sair e você já traz uma garota? — Consegui escutar parte da conversa.

Nessa altura, percebi que não poderia esperar tanto dos outros, pois os outros não pensavam como eu e cada detalhe daquela casa me fazia abrir os olhos ainda mais: Eu não cabia ali e nunca conseguiria.

Procurei maneiras de expressar o que eu sentia, talvez fosse vergonha, insegurança, medo ou simplesmente os piores sentimentos juntos. Eu sinceramente amava alguém, mas também necessitava me amar primeiro e estando num lugar onde não me sinto confortável, com certeza não era um ato de amor próprio.

➝➝

E de repente, me vi caminhando de braços cruzados, procurando algum lugar para ficar quando a chuva começasse, o céu mostrava isso. Quanto mais eu me afastava da casa, mais eu me sentia fora de mim, porque aquelas coisas eram novas demais e tentar organizar era exaustante.

Talvez eu tenha sido precipitada em ir embora sem avisar, mas eu também não fui avisada de tudo isso antes de viver um amor. Eu não quero ir devagar, mas também não quero ir rápido a ponto de não conseguir sentir as devidas sensações.

Encontrei um ponto de ônibus vazio e foi nele que eu fiquei, nem tinha dinheiro o suficiente para pagar a passagem, só que a chuva seria tensa e havia uma cobertura.

— Tá indo pra onde? — Enquanto eu abaixei a cabeça para procurar meus fones de ouvido, Luke surgiu como um fantasma — Sinceramente, loirinha, eu tomei um susto quando não te vi na sala!

— Me deixa em paz — pedi com toda a educação do mundo, mas meu pedido não foi aceito, pois ele fechou o guarda chuva e sentou do meu lado.

— É por causa da minha tia, né? Olha, fica tranquila porque eu expliquei tudo pra ela e você pode ir lá em casa sempre que quiser — abriu um sorriso.

Me proíbo de passar por isso de novo.

— Luke, você tem o direito de saber o que eu tô sentindo, apenas você e eu, isso é uma coisa entre nós, certo? — Ele assentiu — Errado. Mesmo que o sentimento seja nosso, as outras pessoas influenciam muito e tanto a minha família quanto a sua, não quer ver a gente junto!

Dane-se o que eles pensam, eu não ligo.

— Mas eu ligo, porque você tem seu pai, sua irmã, sua tia e eu... — Preferi não continuar.

Estávamos tão exaltados, tão confusos e tão apaixonados. Que ódio de mim mesma. Eu quero acabar com essa tensão logo, mas não sei como.

Loirinha — eu literalmente amo quando ele me chama assim — Eu tenho vergonha de falar sobre essas coisas com você, mas a vontade que eu tenho de te beijar é grande pra caralho e...

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