26│ᴏ ʙᴏᴍ ɢᴀʀᴏᴛᴏ

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REBECCA

EU E LEON ESTÁVAMOS em uma festa, aquela típica curtição de adolescentes sem juízo. Nós conversamos muito, expomos os nossos sentimentos e estamos melhores do que nunca sinto que, depois de hoje, já serei apresentada a mãe dele.

— Obrigada — no momento, eu estava pegando bebida, limonada para mim e vodka para ele.

Caminhei lentamente tentando não deixar a bebida cair no chão. Leon conversava com três amigos, não tinham vergonha dos gestos que faziam, mas sinceramente, eu não me atentei a isso.

— Sua bebida, amor.

Os três garotos me olharam com expressão de estranhamento, mas a reação de Leon foi totalmente diferente da que eu imaginava, ele sorriu para mim, pegou o copo e colocou o braço em volta do meu pescoço.

— Exatamente, é isso que vocês estão pensando — ele começou a contar — Eu e Rebecca estamos namorando.

— Vocês não se odiavam?

— Tem como odiar essa mulher? — Se distanciou de mim, querendo "me mostrar melhor" — Não, não tem, porque ela é simplesmente perfeita!

Ser elogiada pelo cara que a gente gosta é bom, mas ser elogiada pelo cara que a gente gosta na frente dos amigos dele é mil vezes melhor.

— Desse jeito, você deixa a menina sem graça — o de cabelos loiros brincou, ao mesmo tempo em que levava um copo até a boca.

Passados alguns minutos, depois da sessão de vergonhas atrás de constrangimentos, Leon e os garotos começaram a conversar sobre futebol, assunto que não me interessa nem um pouco, então fui ao banheiro nesse meio tempo.

A casa onde acontecia a festa não era desconhecida por mim, já frequentei alguns encontros nela, então os caminhos para cozinha, banheiro e quarto são facilmente reconhecidos. O banheiro era imenso, com direito a duas pias, um espelho de ponta a ponta e área separada destinada ao vaso sanitário.

— Eu só vou retocar minha maquiagem — assim que fechei a porta da cabine, escutei passos e depois uma voz feminina.

— Eu também preciso ajeitar meu batom — na verdade, duas vozes — Depois do que aquele garoto fez comigo... — Deram risada.

Ótimo, vou fazer xixi ouvindo contos amorosos de vidas alheias.

— Onde vocês ficaram?

— Você sabe que ele não pode entrar em quartos com outras garotas.

— Por causa da namorada dele, né?

Prestava atenção em cada palavra, de vez em quando, eu olhava pela fresta da porta, mas não conseguia enxergar nada além de um vidro embaçado com a sombra das duas garotas, também embaçadas.

— Você acha que ela é a namorada dele? — Deu risada — Aquela ali é no máximo um passatempo, ele não namora ninguém!

Quanto mais elas falavam sobre essa tal pessoa, mais minha curiosidade aumentava.

— As pessoas mudam, ele pode muito bem conhecer uma garota legal e se apaixonar por ela, assim como o meu namorado.

— Seu namorado é bem diferente do Augustus.

Augustus? Por que ela disse o segundo nome do meu namorado?

— Eu acho que você é a única menina que o chama assim, todas as outras o chamam de Leon...

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