39 │sᴜʀɢᴇ ᴀʟɢᴜᴍᴀ ᴄᴏɪsᴀ

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INGRID

ENTREI EM CASA E as lágrimas que eu segurava com tanto esforço finalmente encontraram o caminho para fora. Deslizei até o chão, os soluços sacudiam meu corpo enquanto eu tentava conter a avalanche de emoções que tomava conta de mim. Minha respiração estava irregular e meu rosto molhado.

O peso da briga no carro ainda estava presente. Romeo e eu, em meio a discussões e distâncias, presos em mundos que pareciam cada vez mais distantes um do outro. A descoberta sobre sua nova irmã havia se tornado uma barreira entre nós, uma barreira que eu não sabia como atravessar.

Cada palavra trocada naquele carro ecoava como uma ferida, cada silêncio dele ecoava mais alto do que qualquer explicação. Eu queria tanto que ele entendesse, que enxergasse o quanto me machucava ser deixada de lado enquanto sua atenção se voltava para essa nova descoberta em sua vida.

Meu coração doía e parecia não haver palavras capazes de expressar a confusão e a dor. Eu só queria que ele voltasse a ser aquele Romeo com quem eu compartilhava risos, segredos e sonhos. Mas agora, eu me via sozinha.

— Ingrid, o que aconteceu!? Você está bem!? — A voz preocupada da minha mãe veio do segundo andar, interrompendo meus soluços.

— Mãe... — Minha voz saiu entrecortada pelo choro, lutando para encontrar alguma estabilidade. — Estou tentando... só é difícil.

Ela se aproximou rapidamente, se ajoelhando ao meu lado.

— Não sei nem por onde começar... — Funguei, tentando conter as lágrimas que ainda escapavam teimosamente.

— Às vezes, falar ajuda a organizar os pensamentos. E pode ser que eu possa ajudar de alguma forma, mesmo que seja só ouvindo.

Limpei o rosto com as costas da mão direita, respirando fundo para tentar me acalmar um pouco.

— É o Romeo... nós brigamos.

— Oh, filha... — Ela murmurou, acariciando meu cabelo. — Quer me contar o que aconteceu?

— Ele descobriu essa irmã... e parece que é tudo o que importa agora. Eu me sinto deixada de lado, como se eu não fosse mais importante.

Minha mãe me apertou mais forte num abraço reconfortante.

— Às vezes, as pessoas precisam de tempo para assimilar novidades assim. Talvez ele só precise de um tempo para se ajustar a essa nova realidade, pense bem, é uma irmã.

— Mas e eu? — Minha voz saiu num sussurro angustiado — e se essa nova realidade significar que eu não faço mais parte dela?

Ela segurou meu rosto entre as mãos, olhando nos meus olhos.

— Ingrid, você é importante e valiosa, independente do que aconteça. Não permita que isso te faça acreditar o contrário. Faz o seguinte, toma um banho, come panquecas com mirtilo e mel, porque eu sei que você ama desde pequena — rimos — e descanse um pouco.

Suas palavras trouxeram um pouco de conforto por algum momento, mas o nó na minha garganta ainda persistia, apertando mais a cada pensamento sobre o meu futuro incerto com Romeo.

Segui o conselho da minha mãe e fui para o meu banheiro. Tomei o banho mais demorado da minha vida, olhando para a paisagem através da pequena janela, enquanto relembrava todos os bons momentos que vivi com ele. Parecia que havia se transformado em outra pessoa.

Após esse banho longo e reflexivo, deixei-me envolver pelo cansaço que pesava sobre os meus ombros. Caminhei até a minha cama, deitei-me e fechei os olhos, desejando que o sono pudesse me conceder um refúgio temporário.

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⏰ Última atualização: Jan 17 ⏰

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