34| ᴄᴏʀᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴘᴀʀᴛɪᴅᴏ ǫᴜᴇʙʀᴀᴅᴏ

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INGRID

MANDEI MENSAGEM PARA O ROMEO depois de saber das verdadeiras intenções do meu pai, mas ele estava ocupado com assuntos bem mais importantes do que os meus e, para piorar tudo, eu não tinha cabeça para falar sobre aquilo.

Continuei deitada na cama sem muita esperança de que conseguiria dormir, então fui até a cozinha. Minha mãe estava lá também, talvez estivesse passando pelo mesmo que eu.

— Tudo bem, filha? — Ela me perguntou depois de tomar uma pílula, quando se virou eu pude ver os olhos vermelhos e inchados.

— Tomando remédios de novo?

Eu sabia que ela odiava ganhar outra pergunta depois de fazer uma, mas eu sempre me preocupei com minha mãe e não vai ser agora que isso vai deixar de acontecer.

— Você sabe que é necessário, fazia tempo que eu não precisava deles, mas...

— Depois dessa ideia idiota do meu pai você passou a precisar, né? — Perguntei já sabendo a resposta, conformada.

Ela apenas assentiu.

— Mãe — sentei no banco apoiando meus braços na bancada — Por que você se apaixonou pelo meu pai? O que havia de bom naquele homem? Eu não tô querendo te julgar, mas fica difícil entender!

—Eu conheci seu pai em uma festa quando ainda éramos muito jovens, naquele mesmo dia dormimos juntos, mas não aconteceu nada depois, então sempre que nos encontrávamos aquilo acontecia foi acontecendo com tanta frequência que eu acabei engravidando...

Essa parte da história eu não sabia.

— Quando contei, ele agiu como se eu fosse uma qualquer que só tivesse me deitado com ele por interesse e, por ele ser de boa família, eu estaria interessada em dá-lo um filho, assim eu ganharia fama e dinheiro — começou a chorar — Eu juro que eu não queria isso!

Naquele momento eu saí de onde estava e fui abraçá-la, eu entreguei a minha mãe todo o carinho e afeto que me faltou na infância. Ela chorou tanto que não teve forças para continuar em pé, caímos no chão, "afundou" o rosto em meu peito e prosseguiu derramando lágrimas.

— Eu queria um filho, mas não era por interesse, era meu sonho — sua voz estava embargada e ela quase não conseguia terminar de falar, minha roupa já estava molhada por conta das lágrimas e saliva exagerada.

— Sim, eu sei, você encontrou um homem aparentemente amável e confiou nele...

Parecia que eu estava consolando uma amiga e não minha mãe talvez seja porque eu nunca tive esse tipo de conversa com ela.

— Eu confiei naquele homem que dizia constantemente querer formar uma família comigo e quando eu apareci grávida me tratou feito lixo! — Se soltou de mim — Me desculpa, filha, eu não queria que você passasse por isso!

— Não se preocupa comigo, eu tenho ótimas pessoas comigo que me amam de verdade e me fazem esquecer do meu pai — acariciei seu rosto — E eu quero que você também tenha.

DEPOIS DISSO eu levei minha mãe para seu quarto, preparei um chá e consegui acalmá-la. Adormeceu sem esforço. Não estava na hora de dormir, mas era a melhor coisa naquele momento.

Eu revirei minha casa de cabeça para baixo em busca de algum telefone ou algo relacionado ao meu pai e, após muito tempo, encontrei uma caixa de papelão escondida dentro da despensa da garagem. Dentro dela haviam cartas, bilhetes românticos, folhas murchas e secas, presentes, embalagens de chocolate e uma única foto deles juntos.

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