21.

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    O sol aparece tímido entre as nuvens e em silêncio eu e Josh percorremos o caminho até a escola, quer dizer, o único som é o do rádio que está tocando uma balada da Whitney Houston em que a letra se reproduz automaticamente em minha mente graças a mamãe que ama os discos dela, ela ama discos por mais que eles não estejam em alta como já estivera.

—Você está ansioso para a apresentação do clube de música? —Pergunto ao virar o rosto para olhar o meu melhor amigo dirigindo cada vez mais confiante no volante.

—Para o festival de primavera?

—Sim.

—Estou. —Ele abre um pequeno sorriso. 

—E quais serão as músicas? —Dou um sorriso como a boa curiosa que sou. Ele ri com espanto.

—Não posso contar, você sabe disso.

—Então acho que não poderemos mais sermos amigos.

—Tudo bem, mesmo assim irei te levar até a escola porque sou um cavalheiro, apenas por isso, já que não somos mais amigos.

—Pensando bem, eu te perdoo. —Começo a rir da conversa ridícula que estamos tendo.

Ah é?! Agora sou eu que não quero mais ser seu amigo.

—Sabe que não vivo sem você, não é? —Falo com sinceridade. Ele se arrisca a dar uma olhada para mim antes de sorrir em negação.

—Não sei não, tenho minhas dúvidas.

    Mas essa é uma verdade, o que seria da minha vida sem os meus amigos? Eu sei, não vivemos em função de outras pessoas, porém, junto delas as memórias e vivências são mais bonitas, alegres, e claro, divertidas.

—E vocês? Serão os responsáveis pela decoração, não? Digo, a decoração de verdade e não a "ajuda" que todos os alunos estão fazendo pelos corredores espalhados de colagens e pompons. —Josh pergunta sobre o clube de artes rindo ao se lembrar da decoração que todas as turmas estão fazendo, acabo me juntando em suas gargalhadas.

—Sim, e o de espanhol irá fazer uma apresentação especial também.

—Não pode me contar, não é? —Ele ri sabendo que mesmo se perguntasse eu iria dar o troco.

—Não —Começo a rir. —É surpresa.

—Desde que vocês não falem nenhum palavrão em espanhol está ótimo.

—Eu não falo palavrão, idiota. —Reviro os olhos mesmo sabendo que ele não está vendo a minha careta já que sua atenção é totalmente voltada para a rua.

—Eu sei. —Josh dá risada estacionando alguns minutos depois. Ele ainda tem medo, só dirige para a escola, precisa treinar outros percursos além do caminho percorrido por nós dois todos os dias.

    Os ônibus amarelos já estão vazios e a multidão de alunos se aglomeram na entrada da escola e também na área da frente em que há um gramado fofo com árvores e bancos de cimento embaixo das mesmas. Várias pessoas estão sentadas espalhadas pela grama conversando e rindo, enquanto alguns preferem os bancos, e ainda outros, brincam de frisbee e também com a bola de cor vinho usada no futebol, que está sendo arremessada de um lado para o outro em um jogo descontraído. Que animação logo cedo, adolescentes realmente têm energia de sobra!

    Em um dos bancos perto da direção para onde estamos caminhando há um casal da minha turma de artes namorando, e ao lado, Mia lê um livro de forma distraída e concentrada, alheia dos acontecimentos agitados ao seu redor, o que é bem difícil em vista da barulheira de conversas altas e gritos de arremesso da bola dos garotos.

Apaixonada por você (Young love) PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora