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     Após chegar da escola na segunda fico no meu quarto pensando nas lições que preciso estudar

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     Após chegar da escola na segunda fico no meu quarto pensando nas lições que preciso estudar. Mas enquanto não decido fazer minhas atividades Backstreet Boys cantam através do meu rádio rosa bebê. Estou deitada folheando uma revista aleatória com várias Top Model's usando roupas incríveis, mas também começo a ficar irritada com a quantidade de garotas que são parecidas e extremamente magras em todas as páginas. Não sou a favor de influenciar um mundo a favor de ser gordo, mas sim diverso, afinal há pessoas magras, gordas, altas e baixas.

     Qual é o problema em contratar modelos reais?

     Começo a cantarolar o refrão da música, sou super fã do BSB, por isso sei todas as coreografias e letra das músicas. Mas não queira me ver dançando, sempre penso estar arrasando e quando vou dançar em frente ao espelho pareço mesmo é que estou levando um choque. Diferente da minha melhor amiga eu sou péssima no assunto dança.

     Escuto alguém bater na porta e em seguida a voz da minha mãe pergunta se pode entrar no quarto. Estico o corpo até o rádio abaixando o volume.

—Pode! —Grito em resposta. A figura loira à minha frente aparece segurando uma peça de roupa dobrada e com uma etiqueta pendurada. Franzo as sobrancelhas ao olhar para a roupa e depois para o rosto sorridente da minha mãe.

—O que é isso? —Pergunto com curiosidade.

—Um presente. —A mais velha responde enquanto se senta na minha cama ficando ao meu lado. —Fui ontem comprar um sapato novo para o seu pai e resolvi dar uma volta em algumas lojas, é pra você. —Mamãe estica a peça de roupa para mim. Desdobro e vejo que é uma saia camurça com botões. UAU. Ela é linda e o melhor: tamanho grande! Uma incerteza bate em meu peito e direciono o olhar inseguro para a loira.

—Você acha que serve? —Falo de maneira preocupada.

—Creio que sim, é o seu número, e diferente daqueles modelos que a etiqueta marca 46 e o tamanho é 38, esse parece ser de acordo com a numeração correta. —Minha mãe me olha ansiosa. —Vai experimentar? Eu achei a sua cara, Jenn. —Sorrio e dou um beijo em sua bochecha.

—Vou sim. Obrigada, mãe.

—Depois me mostra, quero ver como ficou em você.

—Tudo bem.

     Ela saiu do quarto e eu estiquei a saia na cama a encarando ainda em dúvida. É, deve servir. Aumento o som e Fantasy da Mariah Carey ecoa pelo meu quarto. A letra chiclete invade meus ouvidos e começo a dançar toda desajeitada. Fecho a porta e paro em frente ao espelho enquanto desabotoo a peça que ganhei.

     De fato, serviu. Porém, assim como o macaquinho florido que amo usar, minhas coxas ficam muito expostas. Mesmo que eu goste do macaquinho, sinto que não é a peça ideal para o meu corpo, por mais confortável e bonito que ele seja.

     A letra da música me faz viajar para um pensamento de verdadeira fantasia, eu e Brian namorando e ele me achando linda do jeito que sou. Suspiro com essa ilusão. Tão rápido quanto começou e me contagiou com sua batida e refrão a música acaba. Saio dos meus pensamentos e tiro a roupa nova. Jogo a saia na cama e nem penso em mostrar para a minha mãe, se a vovó me visse vestindo isso iria falar o mesmo de sempre: Ficou linda! Mas precisa emagrecer um pouquinho para ficar mais linda ainda. Desse jeito não irei ser linda nunca.

     É tão difícil assim ser gorda e bonita? Aff! Olho para o calendário pendurado na parede junto com as fotos polaroides e posters. Então a neura aparece, começo a pensar: e se eu não conseguir um vestido que me sirva para a formatura no ano que vem?! — Não entre em desespero! Calma Jenn, você pode fazer uma dieta ou algo do tipo. — Meu cérebro tenta me lembrar e ser otimista.

     Não que isso ajude tanto assim. Eu gosto do que vejo, dos braços gordinhos, cabelos dourados, quadris largos. Acontece que as pessoas a minha volta não gostam muito, mas porque eu tenho que agradar os outros? É, eu realmente não tenho essa obrigação. De qualquer forma, sinto os olhares julgadores na escola, shopping ou lojas de roupas. Sim, comprar roupa é uma das minhas atividades menos amáveis.

     Ouço meu pai gritar que o jantar está pronto, então desço até a cozinha para compartilhar a janta em família.

—Você nem comentou sobre como foi a partida de boliche no sábado. —Minha mãe questiona após a sua última garfada. —Foi divertido?

—Mia é a melhor no boliche, e claro, ela ganhou. Fizemos uma aposta sobre pagar a sobremesa para o ganhador. —Faço beicinho e não contenho o riso ao ouvir minha mãe rir.

—Então você e o Josh pagaram o que pra ela? —Seus olhos estão em mim com a expressão de diversão.

—Cupcakes. Mas compramos um para dividirmos entre ele e eu.

—Hum... É mesmo?

—Não começa, mamãe. Sabe que somos amigos e eu gosto de outro garoto.

—Sei, aquele jogador, não é? Filha, ele sabe quem é você por acaso? —Murcho na hora, ela percebe que fui atingida pela sua pergunta.

—Desculpa, mas é que você comentou outras vezes que nem ao menos conversa com esse garoto. Qual o nome dele mesmo?

—Brian, mãe. —Respondo a contragosto já não gostando do rumo da nossa conversa.

—Meu amor, não fica brava comigo. Eu quero o seu melhor, mas fico preocupada com a chance de você se machucar com esse amor colegial.

—Mãe! Eu gosto dele desde quando entrei nessa escola. Brian é bonito, extrovertido, conversa com quase todo mundo e é um bom aluno. —Na medida do possível, minha mente completa.

—Entendi, então ele tem que tomar uma atitude logo se quiser te conhecer melhor, faltam poucos meses para a formatura. —Minha mãe relembra esse fato.

—É, eu sei. —Concordo ao levantar indo para o meu quarto.

    Eu queria saber o porquê da minha vida amorosa não ser igual os filmes românticos e músicas melosas. 

     Lanço um olhar para a saia nova dobrada na cama, quando terei coragem de usar essa roupa? Tão linda, seria um desperdício deixar no guarda-roupa guardado. Quando terei coragem de usar as roupas que eu gosto sem me importar com a opinião dos outros? 

 Quando terei coragem de usar as roupas que eu gosto sem me importar com a opinião dos outros? 

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Olá, tudo bem? Chegou a hora do nosso recadinho semanal, vamos lá!

Já adicionou o livro na sua biblioteca? Ainda não? E tá esperando o que uai? 

Esse capítulo foi mais café com leite, com algumas inseguranças da protagonista e paixão totalmente platônica, acontece, quem nunca né? A mãe da Jenna do filme De Repente 30 passando uma mensagem importante para todos nós <3 Então é isso pessoal.

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Apaixonada por você (Young love) PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora