Lan Wangji e Chang conversavam entre si em um tom quase inaudível.— Soldado Lan Wangji!
— Duquesa. — reverenciou-se
— Por hoje você não foi um soldado, não quero que isso repita. — aproximou-se do ouvido do mesmo. — Não quero que seu nome seja conhecido, você será apenas um soldado.
O jovem já sabia disso e não era preciso que alguém o lembrasse, dizer aquelas palavras o tornava mais consciente ainda de sua mísera situação. — Não se preocupe duquesa eu não deixarei com que descubram que Wei Wuxian deitou-se comigo e muito menos que nosso filho tem o sangue de um indivíduo sem importância.
A mulher mostrou sua face carrancuda enquanto Lan Wangji tomou sua posição e guiou-se porta a fora. Ela direcionou seu olhar para Wei Wuxian extasiado no mesmo lugar de antes, o jovem havia se esquecido de como os olhos daquela que ele chama de mãe podiam ficar ao ser confrontada. Em um ato de proteção levou suas mãos a pequena barriga e levantou-se indo para seu quarto. Chang o acompanhou, sentou-se na cadeira que havia ali e se pôs a gargalhar quase caindo do assento.
— Se divertiu não é mesmo Chang? — O outro parou de rir ao perceber o tom ríspido da voz de Wei. — Foi jacoso para você não foi?
— Wei...
— Sabes qual é uma das minhas maiores vontades? Não você não sabe, porque se soubesse jamais teria feito isso. Eu desejo ver Wangji a mesa com minha família, mas não nestas condições. E agora você ri de tudo, imagina o quão desagradável foi para mim e para Lan Wangji?
— Desculpe eu não parei para pensar neste lado.
— Não me diga o óbvio...
Deitou-se na cama abraçando um dos grandes travesseiros ali. Chang percebeu que Wei havia fechado seus olhos, talvez na intenção de não olhá-lo.
Quando o jovem lorde escutou a porta bater dando sinal de que o outro havia saído piscou seus olhos várias vezes espantando qualquer resquício de lágrimas. — Seu criança... — murmurou
— O primeiro a chegar foi o duque do Reino Noteli, depois de nobel e por último aquele que condiz com o próprio nome — a empregada bufou — Soez... — por fim terminou de falar.
— O que eles fazem aqui?
— Sabe o que eles tem em comum?
— A hostilidade pelo Reino Dalai.
— Exatamente isto. Só de pensar o que pode acontecer me dá calafrios. — A mulher tremelicou seu corpo
Chang escutava tudo o que as duas mulheres falavam. — A arte de juntar conhecimento os torna imbatíveis... — disse para si mesmo preocupado.
Subiu novamente as escadas indo até o quarto de sua mãe.
— Cadê meu pai?
— Está em um conselho com outros duques. Aquilo foi demais...
— Wei já está chateado com minhas atitudes e eu não quero ouvir nada sobre este assunto vindo da senhora, devias ter em mente que vou usar a arma que tiver para contorna essa situação, afinal, estou louco para ir para casa e ver meus filhos.
— Shiii — a mulher tampou a boca de seu filho — Por favor não toque neste assunto aqui.
— Mãe, eu nem precisei ter grandes visões ou sacrifícios, as respostas vieram por si sós. E deixe-me te dizer não da pra confiar no duque e na duquesa... eles omitem coisas sobre o soldado, coisas que não fazem sentido se eles não tivessem o conhecimento da importância que elas fazem.
— Não tem como eles saberem
— Lis não poderia ter dito?
— Ela jamais faria isso, eu tenho certeza. Agora deixe-me perguntar... quem é o pai da criança?
— Não importa, eu não sei nada sobre ele.
— Está mentindo.
— Mãe... a coisa pode ficar mais complicada do que a senhora imagina.
— Diga logo! — a mulher pediu impaciente
— O bebê é o primogênito de dois lordes e consequentemente herdeiro de ambos os reinos.
A duquesa empalideceu, suas orbes castanhas brilharam pelas lágrimas — Nós não temos nada concreto, são apenas suposições e coincidências precisamos das escrituras. Isso é horrível...
— Mãe olha o que está dizendo. Vamos contar a verdade, eles poderão ficar juntos e criar a criança.
— Não sabes que quando as coisas são fáceis estão erradas? Eu não vou dar esperanças a estes jovens rapazes sabendo que há risco de serem tiradas.
— Mãe...
— Pare de agir como uma criança birrenta, preste atenção, vou te dizer uma única vez. Nós precisamos de provas e enquanto não tivermos não podemos fazer absolutamente nada.
— Me diga por qual motivo.
— Imagina se dissermos que ele é meu filho, dúvidas vão ser semeadas e os reinos vão querer explicações, eles vão nos cobrar a todo tempo e em meio a isto as verdades serão expostas. Lan Wangji neste processo ainda será apenas um soldado e as pessoas não iram se importar com a possibilidade dele ter sangue nobre, pediram por justiça e eles podem matá-lo antes mesmo da confirmação se ele faz parte dos aristocratas — disse batendo seus pés, já chorando a mulher continuou — O bebê que ainda nem veio ao mundo pode ser visto como um negócio para o reino e eu também não sairei impune disto, eu provoquei uma blasfêmia contra seu pai, privei o reino de ter dois sucessores se este Lan for realmente meu filho.
— Forca na certa.
— Exatamente e maior punição que isto será se meu possível filho morrer antes de ter a confirmação de ser um lorde.
— O que faremos mãe?
— Buscaremos por respostas não deduzidas.
Chang desceu novamente e viu Lan Wangji passando. — Wangji? — o outro virou para olhar quem o chamou — Você saiu a poucos minutos, o que faz aqui novamente?
— Fui convocado...
O olhar era carregado de tristeza, já faz um tempo que o soldado não sentira feliz ao ser chamado para uma missão, antes este não tinha preocupações pois sabia que se morresse não haveria ninguém o esperando com saudade, mas agora as coisas são diferentes; não há apenas uma pessoa e sim duas.
No alto da escada um par de olhos já lacrimejavam.
— Você foi convocado? — Wei descia depressa as escadarias.
— Cuidado Wei Wuxian! — Lan Wangji o repreendeu.
O menor apertava os dedos de suas mãos na intenção de se segurar e não jogar-se sobre os braços de Wangji
— Para onde você foi mandado? — Chang perguntou.
— Dalai.
Chang lembrou-se da conversa das duas criadas — O que fará lá?
— Levar um recado...
— Pelo menos não é uma luta — Wei suspirou aliviado, mas seu sorriso morreu ao ver dois pares de olhos tensos sobre si — O que foi?
— Noteli, Nobel, Soez, o reino de seu pai e o do meu se juntaram para uma assembleia hoje, a rivalidade que os cinco reinos tem por Dalai é notável. Pode ser que o recado que Lan Wangji está preste a levar seja o fim da hostilidade entre eles ou seja o início de uma nova guerra.
Wei respirou fundo e obrigou-se a ficar de pé.
O que acontecerá agora?
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O FILHO DO DUQUE E EU ~WANGXIAN~ MPREG
FanfictionAgora no auge de sua juventude aos vinte e um anos corre o risco de sofrer por amor, apaixonado por um soldado de infantaria. O rapaz nunca contara sobre sua paixão, não se arriscaria a isso sabendo o que pode bem acontecer com alguém socialmente in...