família

464 69 23
                                    


Das grandes vidraças a luz do sol brilhava, aquecendo o local com uma iluminação exuberante. E com apenas seis meses de vida Lanwei já sabia o que queria. — Lan Wangji pare de fazer tudo o que ele deseja, nosso filho está tornando-se um mimado

— Mas eu não posso deixá-lo chorando.

— E não vê que ele faz essa birra toda justamente por saber que irá pegá-lo?

— Mas Wei Wuxian...

— Mas nada. Chorar não irá matá-lo e quando se cansar de manha ele cessará ela.

Lan Wangji ignora completamente a repreensão do esposo e continuara a fazer carinho nas costas de seu filho que soltava pequenos solavancos devido aos soluços — Diga filho a seu papai que ele é muito mal.

Xie Lian abriu a porta, e logo atrás de si vinha Hua Cheng um tanto que chateado, com uma carranca enorme na face.

Se tornou costumeiro a família de Hua Cheng passar um tempo no Palácio de Wei Wuxian.

— Xie Lian, explique-me o que aconteceu agora a pouco?

— Não é nada importante.

Os dois se moveram em uníssono, Xie Lian tentando manter distância e Hua Cheng querendo quebrá-la.

Cheng aproximou-se e beijou a boca de seu esposo que com ânsia afastou-se. — Como pode dizer que não é nada quando está assim? — os olhos murcharam em tristeza.

— Irmão, você vai chorar? — Lan Wangji indagou zombeteiro

— Xie Lian... você está enojado de mim? — Wei Wuxian gargalhou por entender a situação e achá-la jacosa.

— Por que está rindo Wei Wuxian? Você chorou por ter descoberto que fez seu segundo bebê no dia em que Lanwei completava seus quatro meses — o sorriso do rapaz sumiu, lembrou o quanto sentiu-se Patético no dia em que descobriu que seu segundo filho estava a caminho e que provavelmente havia sido concebido no dia especial de seu primogênito, se sentira culpado e seus hormônios trabalhavam animadamente.

— Eu não estou enojado de você Hua Cheng. — Abraçou o marido mesmo sentindo o desassossego acertar seu estômago e regurgitar.

— Seu cheiro está deixando-o enjoado, vocês deveriam conversar... — Wei Wuxian sugeriu.

Era perceptível que não estavam se comportando como nobres.

— Não é verdade que quase derramei lágrimas por conta disso!

— "Xie Lian... você está enojado de mim?" — imitou fazendo uma voz melancólica. Todos riram.

— E você idiota? Chorou como um grande bebê ao ver Lan Sizhui nascer e depois desmaiou.

— Eu não desmaiei.

— Desmaiou sim meu bem — Wei Wuxian disse enquanto ajudava Xie Lian preparar o jantar.

— Você deveria me defender...

— Às crianças não estão quietas demais? — Xie Lian perguntou antes de escutar sua menina chorar. — Hua Cheng, vai ver o que aconteceu agora! Corre! — disse exasperado

Wei Wuxian gosta de como sua vida se tornou. Quatro dias exercendo como duque e zelando por um reino imenso e três dias com sua família nas províncias de Rabbit, lugar que Lan Wangji fez questão de construir uma casa aconchegante e confortável para passarem.

— Xie Jie a assustou dizendo que havia um coelho em sua mão, esse pestinha estava com as mãos para trás fingindo esconder o bicho. Ande, peça desculpas a sua irmã. — disse autoritário ao filho do meio.

— Me desculpe Huan, prometo não fazer mais...

A menina de dois anos e um mês — apenas quatro semanas mais nova que Sizhui — concordou positivo com um balançar de cabeça que espalhou seus cabelos lisos sobre seu rosto, Hua Cheng amava deixar os fios escorregadios da menina soltos pois sabia que eles se bagunçavam facilmente e assim poderia passar suas mãos delicadamente os colocando para trás da pequena orelha.

— Hua Cheng já lhe disse inúmeras vezes para prender esse ninho que sua filha tem na cabeça — disse de forma carinhosa mas um tanto caçoada.

— Eu gosto deles soltos, me lembra muito você.

Orgulhoso por ouvir seu esposo dizer em um tom de voz melodiosa em relação a semelhança da pequena com a de si proferiu — Se apresse e me ajude a colocar a comida dos furacãozinhos.

— Lan Wangji, vai buscar nossos filhos para jantar enquanto ajudarei Xie Lian a servir os pratos.

Sentar-se a mesa, sorrir e não se retrair do sentimento de felicidade era algo grande e significativo para Wei Wuxian, aquele que um dia dançou no caos. Mas agora podia mostrar seu sorriso apaixonante e sua gentileza.

Vestir roupas leves, deitar na cama antes do corpo pedir por descanso e os olhos fecharem, aproveitar a companhia de seu amor e seus dois filhos, brincar com as crianças lhes fazendo cócegas até que pedem para parar, abraçar transmitindo calor os pequenos corpos e por fim olhar o relógio na parede e dizer: — Está na hora de crianças boas dormirem.

— Não podemos ficar mais um pouquinho? — Lanwei perguntou.

— Eles não podem ficar mais um pouquinho? — Lan Wangji indagou

— Você e sua mania de ceder as vontades de nossos filhos.

— Lan Sizhui também quer ficar papais.

— Aaah vocês são muito fofos e sim podem ficar — disse Wei em seguida mordendo a bochecha de Sizhui.

— Sizhui não é comida papai Wei.

Os três riram da fala do menor — Eu sei, é que suas bochechas me lembram pãezinhos e você sendo fofo assim me atiça a mordê-las.

O plano era apenas mais alguns minutos mas agora Wei observava os três dormirem, e isso para ele era sinal de que o universo estava ao seu lado. Frustrações, amor de juvenil, desejos e impulsos incontroláveis, contudo um recomeço.

Sua família era seu recomeço.


Fim

O FILHO DO DUQUE E EU ~WANGXIAN~ MPREGOnde histórias criam vida. Descubra agora