Descoberta

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Antes de por seus pés completamente dentro de casa, Wei Wuxian esperou, atento a todos os sons e movimentos. Subiu as escadas um tanto que íngremes e foi até os aposentados de seus pais, escutou os roncos do duque e suspirou aliviado seguindo seu caminho.

Vestiu suas vestes de pura seda e sentou perto de sua janela, suspirou triste e chorou como uma criança que queria o colo de sua mãe e não tinha.

Na manhã seguinte banhou-se e colocou um sorriso estampado em seu rosto, o mais lindo e falso sorriso. Passou pelos corredores de treino e viu seu irmão mais novo treinando, o garoto pratica esgrima e arte japonesa de espada desde os seus nove anos, tradição de seu reino, o mesmo odeia perder então estuda pesadamente.

— Por que está tão pálido meu filho? Não se sente bem? — Wei se perguntava se sua maquiagem não foi o suficiente para esconder os rastros do choro.

— Me sinto um pouco cansado e tonto, apenas isso, não se preocupe.

— Anda se alimentando devidamente? — a duquesa pergunta

Wei nem mesmo teve tempo de responder — Isto é corpo mole deveria treinar mais meu filho — duque disse com sua voz ríspida.

— Me chamou alteza?

Aquela voz, a única que podia causar sensações desconhecidas em Wei Wuxian. Ele tentou manter sua sobrevivência e sua sanidade, enquanto Lan Wangji estava ali ainda que obrigado fingia ser apenas um lorde e um soldado, quando eles na verdade já havia feito as coisas mais obscenas possíveis.

— Organize a cavalaria. O nosso informante disse que como não atacamos e nem demos sinais de que faria isso os nossos inimigos abaixaram a guarda.

Balançou a cabeça sentindo sua visão turva, tentava espantar aqueles pensamentos. Ele teria que seguir em frente, teria que esquecer o impossível de se esquecer.

— O lorde está bem? — Wangji perguntou

— Soldados deveriam agir assim?

Aquilo doeu em Lan Wangji como uma flechada em seu peito — Seu bem estar é importante para essa nação.

O jovem lorde não disse nada, levantou-se e seguiu em frente passando por uma enorme cortina, sua estabilidade tinha limites. Ao chegar a cozinha sentia suas mãos trêmulas e suadas, seu coração batia tanto que ele chegava a duvidar se seu amor é somente desta vida.

Em movimentos discretos e quase imperceptíveis Lan Wangji atravessou a cortina, sua coragem era enorme a tal ato pois era acostumado com que seus encontros e de Wei acontecessem apenas em áreas desoladas onde não haveria testemunhas. Ainda receoso ele se aproximou tentando manter a postura típica de um soldado da infantaria para o caso de que alguém estivesse observando, ele não queria que houvessem desconfianças desnecessárias.

— Por que tremes tanto? — disse observando o outro segurar um copo de água onde era possível ver o líquido estremecer dentro do objeto. — Está com uma palidez manifestante.

— Talvez por derramar um rio através de meus olhos ontem a noite, nada com que deves se preocupar.

— Como não me preocuparia lhe vendo desta forma?

— Em poucos dias você está indo deverias estar preocupado em voltar vivo para mim. — disse se jogando no corpo forte de Lan Wangji.

— Não seja imprudente alguém pode nos ver.

— Você foi imprudente primeiro ao passar por aquela cortina de escuridão e vir até mim, então... deixe-me abraçar-te.

Lan Wangji sentia seu coração ser dilacerado, ele não poderia cumprir seus desejos e estava assustado como uma criança perdida, eles se esconderam por quatro anos não poderiam ser pegos agora, afastou o jovem de si e saiu pela porta sem olhar para trás.

Wei guardou magoa daquele ato, por esta razão que decidiu apagar todos os seus sentimentos por aquele mero soldado, bom, ele queria ao menos tentar, mas na verdade isso era apenas uma desculpa para não ter que sofrer deveras.

Cinco soldados morreram na batalha semana passada.

— Quatro deles morreram lutando.

— Por que quatro?

— Um se encontrou com o duque inimigo buscando por riqueza, mas Lan Wangji soube e assim que o traidor voltou Wangji não hesitou em passar sua espada no pescoço do infiel.

Wei sentiu seu estômago se revirar ao escutar as informações e sentiu mais ainda quando o nome de seu amado foi citado.

Ele não conhecia as senhoras que estavam a conversar, sabia apenas que trabalhavam ali. Levantou-se de trás do cercado e saiu sem que elas notassem sua presença.

Wei queria saber mais sobre a batalha que estava acontecendo e seguiu para a sala de seu pai as escondidas. Vasculhando sem parar em busca de cartas, era o único meio de comunicação, achou um papel no tom marrom a caligrafia era exatamente a mesma que de Wangji, seu coração que antes batia tão rápido a ponto de sentir a pulsação em sua garganta ia dando trégua aos poucos.

"Semana passada B.C nos traiu"

Era impossível Wei saber quem era a pessoa apenas com as iniciais.

"Ele se encontrou com o duque inimigo e passou informações importantes, precisarei tomar outras medidas, Y.H foi pego pela tropa e será enforcado em praça pública, acredito que está atitude seja um aviso para nosso exército. Mas não se preocupe darei a minha vida se for preciso para cessar está guerra"

— Como pode pensar em dar sua vida e me deixar? — murmurou Wei Wuxian para si mesmo.

Ouviu barulho, eram passos. Virando-se deu de cara com sua mãe.

— Mãe!

A mulher fechou a porta e fez sinal para manter-se calado.

— Me diga a verdade, não me escondas nada.

— O que queres que eu diga mamãe, não há nada para ser dito.

— Não minta para a mulher que sofreu a dor do parto para trazer-te ao mundo.

A mulher olhou para as mãos de Wei vendo a carta ali.

— Está buscando por informações do soldado não é mesmo?

— Estou preocupado com eles.

— Isto ainda não é assunto seu, seu pai nem faleceu, você ainda é um lorde. E não é com todos que está preocupado é com um em específico, Lan Wangji. Acha que não sei? 

— Você diz com tanto desdém, como se meu sangue lorde não fosse nada. Eu não posso estar preocupado com meu futuro exército?

— Não me importaria se fosse verdade. Agora arrume esta postura e pare de pensar naquele jovem.

— Eu não posso fazer isso...

Duquesa puxou a espada da mesa mostrando a lâmina afiada que chegava ser reluzente. — Já sentiu a dor da espada lhe perfurando até seus ossos? — soava como uma ameaça.

— Não. Você faria isso com seu filho?

— Não estou dizendo para você, estou falando da dor que seu amado irá sentir caso descubram suas indecência, sua e dele.

— Mãe...

— Você mentiu, desonrou nossas regras e nossa família.

Wei sabia bem do que ela estava a dizer, a bronca ficou presa em sua garganta. Ele viu a luz entrar no ambiente e logo a mulher robusta sair.

O que ele faria?



O FILHO DO DUQUE E EU ~WANGXIAN~ MPREGOnde histórias criam vida. Descubra agora