|29| Jantar desagradável

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#Aflordopark

"Jungkook"

Era dia de visitar a vovó.

Havia acabado de sair do trabalho e retirava a gravata enquanto esperava no ponto de ônibus.

Aquilo me pinicava um pouco, eu odiava ter que usá-la e amava tirá-la, mas após o tempo que já trabalhava, havia meio que me acostumado, e o fato Jimin ter me arrastado até sua casa para tirar minhas medidas junto a si com o alfaiate que ele disse ser o melhor, eu me sentia mais à vontade com a ideia de que logo teria roupas mais confortáveis para aguentar um dia longo de trabalho.

O ônibus não demorou muito. Durante a viagem tentei ouvir um pouco de música, mas sorri quando entre as mensagens que eu respondia, havia uma dele de alguns minutos atrás perguntando como eu estava.

Kook:

|Estou bem, hyung. Acabei de sair do trabalho, estou indo ver a vovó.

Jimin:

|Hoje é o jantar mensal de gala?

Kook:

|É sim.

O jantar mensal, algo que eu só havia ido uma vez apenas, mas já havia gostado muito. Basicamente era um jantar no maior salão da clínica. Tudo ficava enfeitado e os idosos vestiam suas melhores roupas. Vovó vestiria um vestido que eu mesmo havia comprado, ela com certeza iria ficar linda.

Jimin:

|Então acho que é um bom dia para ela receber um presente.

Kook:

|Um presente? O que é?

Jimin:

|É uma surpresa, você logo verá.

Minha curiosidade aflorou. Olhei através da janela e ainda faltavam muitos quilômetros até eu realmente descobrir.

Kook:

|Nem uma dicazinha?

Jimin:

|Não, você verá quando chegar.

Bufei e não pude digitar mais nada. Odiava o fato de ser curioso, mas Jimin brincava com isso até me irritar às vezes.

Ergui-me rápido quando o ônibus parou na parada da clínica e sorri grande quando ajeitei o terno e guardei a gravata na bolsa. Tentei sentir meu próprio odor, não estava fedendo ou suado, mas ainda assim me preocupava não chegar devidamente apresentável para sentar ao lado da vovó na mesa. Ela falaria um monte e não me exibiria para os outros como o neto brilhante que ela tinha.

Isso fazia meu ego inflar um pouquinho.

Passei pelos portões da clínica, cumprimentando a recepcionista e busquei o broche que todos os visitantes com parentes ali deveriam usar na noite, o encaixando sobre a camisa preta e social que usava.

O jardim estava bonito. Luzes enfeitavam as árvores e os arbustos. Música clássica tocava num volume brando e tudo tinha cheiro de colônia de flores.

O típico cheirinho de idoso.

Passeei meus olhos por todos ali, procurando pela vovó. A encontrei rápido, ela estava ao lado de Hyubin, sua cuidadora particular, mas me surpreendeu ela estar sentada num dos banquinhos de madeira do jardim, conversando com um homem vestido num terno inteiramente branco.

Bela Flor - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora