Capturada

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Suas lágrimas eram levadas pelo vento naquele arranha céu. O homem a apertava rigidamente para não cair, mas ela sabia que a queda seria muito menos dolorosa do que pensava vir adiante. Os seres de raça discutível, e muito semelhante aos humanos, a estavam levando para algum lugar que ela desconhecia, até sentir que finalmente o corpo do alienígena aterrissava em meio a mata tropical, o coração da jovem estava aos pulos, todos ali sabiam disso, já que as pulsações desesperadas de seu coração eram como melodias para aqueles bárbaros.

Bulma sentiu-se colocada ao chão sem nenhum pingo de cortesia, fazendo com que a mesma caísse na terra úmida que tinha ali. O saiyajin a encarava com desdém, como tipicamente fazia, ele pensava como uma criatura tão frágil ainda podia estar viva no meio de uma constelação tão perigosa e sinistra, era engraçado, aqueles seres tinham sorte de não haver nenhum planeta de tecnologia avançada e habitável naquele espaço, além também de ser um lugar bem distante por sinal.

Os saiyajins obtiveram a senha de sua nave, onde os olhos turquesas da jovem se enchiam de brilho e dúvidas também, pois, pela aparência realmente era bem mais evoluída.

Vegeta puxou de suas algemas uma corrente de cor reluzente envolvida em um ki magnético, ele agarrou as correntes e a puxou, não se importando em arrastar a mulher. Ela bem que tentava se levantar, no entanto, aquele homem era muito mais forte, e sua ação era de mínima importância para ele, já que ela era um ser inferior, classificação em seu planeta: escrava.

– Pare... Minhas pernas... Estão... Doendo! — choramingou sentindo o metal daquela nave raspar em seus joelhos. Vegeta apenas deu uma leve olhada para ver um rastro fino de sangue no chão de sua nave.

– Verme imunda! Está sujando a minha nave! Se levante agora ou eu vou faze-la lamber os seus rastros! — ordenou bravo, sem nem fazer o esforço de se virar. Ele sentia a força da moça em tentar se levantar, e sabia que ela não conseguiria por conta de sua velocidade, era um ser cruel de fato, mas porque ainda não se sentia à vontade em vê-la sofrer? Maldito de sentimento era aquele?! Forçando um sorriso, ele continua andando pelo corredor da nave onde tinha uma ala só de escravos. Ele encara o sensor de movimento, a câmera o analisa caracterizando seu rosto apenas para permitir a sua entrada.

O homem joga a moça contra a parede, e ao bater as costas ela cai sentada, os murmúrios e soluços eram combustível para ele, se orgulhava de tanta crueldade em seu "Puro" coração, ou pelo menos ainda tentava - " Maldição!!"- Pensou frustado.

– Não precisa se desesperar azuladinha, logo seus serviços serão bem distribuídos — riu maligno vendo aqueles olhos azuis que agora o encaravam, um outro tom tinha ganhado força naqueles lindos olhos grandes - "Humm... Interessante, parece com raiva agora " - pensou achando graça da coragem daquela mulher, que acreditava que podia o encarar daquele jeito.

– Seu miserável, filho de uma pu...

Rosnando ele se aproxima agarrando o pescoço da cientista de onde estava, sem muito esforço ele a ergue chegando a sua altura, sentia que a mulher já não alcançava o chão.

– Como ousa usar palavras tão indecentes com o seu príncipe, cretina?! Não entendeu a sua posição ainda?! Você agora não passa de uma mera escrava, irá servir a mim, não pense mais que poderá utilizar qualquer tipo de ofensa sob o seu soberano — soou ameaçador, vendo a moça ficar azul, ela ainda parecia com raiva e isso chamou a sua atenção.

Com a força que tinha ainda em seu timbre após sentir a garganta se fechando cada vez mais, Bulma range os dentes sentindo a saliva descer de sua boca.

– Vai... Pro... inferno!

Vegeta não acreditando no que acabou de escutar saindo daquela minúscula boca, ficou ainda mais irado, não deixaria e nunca permitiria uma mulher seja de quaisquer raça usar tais palavras em sua direção, ele era o príncipe dos saiyajins, um dos piratas e assassinos mais sádicos de todo o universo, e com muita luta o imperador de tudo e de todos. O saiyajin urrando de raiva usa de sua força para jogar a jovem moça contra a parede de metal, forte o suficiente que a fizesse até mesmo perder a consciência e cair imóvel no chão. Ele a encara com o peito subindo e descendo, parecia que o ar havia se perdido em seus pulmões, precisava se acalmar, se não iria fazer mais uma besteira.

Um movimento do corredor se fez presente, o outro saiyajin se aproximou da sala de escravos após escutar barulhos extremos de metal, e temeu que seu príncipe tivesse perdido o controle e matado a terráquea, não seria a primeira vez que ele descontaria a sua ira, é claro, mas eles precisavam dela ainda viva para apresentar ao rei.

– Vegeta? Eu ouvi barulhos vindo daqui, espero que não tenha matado a terráquea! — questionou, entrando apenas para ver a moça caída no chão com os batimentos muito fracos, ele então encarou seu príncipe completamente agitado e com a respiração muito fora de controle — Por favor, não aja que nem o Broly! Sabe que precisamos dessa mulher ainda viva, Vegeta!

– Cala boca seu verme idiota!! Não ouse me comparar com aquele imbecil, fui claro?! — Se direcionou irado para seu comandante, apenas para vê-lo abaixar a cabeça. — Tsch! Eu sei muito bem o que eu faço, Kakarotto, agora saia!! E vamos embora logo desse planeta infernal!

– Mas... Não iríamos explorar um pouco mais meu príncipe?-

– Será que não me escutou?! Eu disse para irmos embora!!! — berrou, se mordendo de raiva.

O saiyajin chamado Kakarotto apenas suspirou e saiu da sala, deixando Vegeta a sós com a terráquea inconsciente.

•••

Yancha se reuniu com os seus companheiros de combate onde Bulma havia marcado o encontro a horas atrás, apenas para comunicar o desaparecimento da mesma.

– Ela sumiu??! — O baixinho arregalou os olhos sentindo seu sangue gelar.

– Não pode ser Yancha! A pouco pude sentir seu Ki se afastando — Tenshinhan também se desesperou, percebendo que a energia de Bulma aquelas horas não estava mais detectável para ele — Qual seria a probabilidade daqueles seres terem capturado ela?

Os homens daquela sala se encaram não pensando na probabilidade de Bulma estar com aqueles supostos alienígenas, o que deixou o namorado da cientista ainda mais nervoso.

– Não... NÓS TEMOS QUE IR ATRÁS DELA!!! — Yancha se pôs a levitar, mas a chegada de alguém fez descer seus pés até o chão, e a figura feminina envolvida em um vestido de luta e um coque em sua cabeleira negra se fez presente.

– O que está acontecendo aqui? — Perguntou a mulher de face fechada, que andou em meio aos homens parando em seu centro com os braços cruzados, porém, sentiu falta de uma pessoa entre eles — Onde está Bulma?

– Chichi, eu não queria dizer isso, mas aparentemente  Bulma foi sequestrada por aqueles alienígenas enquanto se dirigia para cá... — Kuririn a comunicou vendo a cara de espanto da morena.

– Como!? Não pode ser! E o que vocês fazem aqui aos berros sem nenhum pingo de atitude?! — Gritou a sub-lider do grupo com uma cara nervosa.

– Não conhecemos esse seres senhorita, acho que devíamos encontrar uma estratégia primeiro, e...

– Há! Estratégia mestre Kame? Sou sua aprendiz desde muitos anos, e o senhor sempre me disse que precisamos agir antes de qualquer coisa! — Chichi se aproximou do velho com o punho cerrado — Mas se o problema de vocês estarem imóveis aqui é esse, então a estratégia é o seguinte: Eu irei atrás dos kis desses malditos com a ajuda da minha nuvem voadora, e os farei liberar suas energias para que vocês, incompetentes, a sintam, e esse será o meu sinal, a partir do momento que isso acontecer vocês atacam!

– Eu não acho que seja uma boa ideia...

– Calado! Eu estou no comando agora, e se formos pensar muito, só iremos encontrar o corpo de nossa amiga! — Disse a morena bem vestida já andando para fora da casa do velho Kame, onde logo ao lado de fora a nuvem dourada surgia entre o mar do caribe. — Vamos!! Não temos tempo a perder!! — gritou a mesma subindo em sua nuvem e desaparecendo aos céus, o vento era tão forte que fez seus cabelos amarrados em uma coque se soltarem, mostrando o tamanho de seus fios negros, ela era radiante.

– Vamos então rapazes, Bulma precisa da gente!! — Gritou Kuririn sobrevoando os céus, junto a Tenshinhan e Yancha que carregava o velho Kame nas costas.

– Eu irei lhe encontrar Bulma... — sussurrou Chichi sentando em sua nuvem voadora e pegando uma foto de sua amiga que tanto apreciava e admirava — E iriei matar quem se atrever a lhe machucar, eu te prometo...

O Príncipe e o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora