Raiva

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Com seus olhos vendados, a morena movia seus músculos com precisão, sendo que mal havia reparado que a lua novamente ocupava os céus, pois estava mais preocupada em como iria derrotar aqueles extraterrestre, estava submersa a estratégias e meditações, para controlar aquele tremor que sentia em suas pernas e punhos, a muito tempo não se sentia assim, não se sentia... Com medo.

Seu pai se aproximava de seu local de treinamento, vendo sua filha tão dedicada em seus movimentos. A mulher percebendo a aproximação, pega seu bastão e em um giro mortal ela levanta o objeto até a cabeça de quem invadia seu local, até escutar um gruhnido rouco, a fazendo tirar o pano que cobria sua visão e se deparar com o bastão no braço de seu enorme pai.

– Ah papai, não consegui reparar em seu Ki, me perdoe... — ela ri envergonhada, vendo que o homem ainda sustentava de um sorriso calmo.

– Não conseguiu reparar pelo fato de não ter parado sequer um instante para descansar, esqueceu que ainda é uma mulher jovem que necessita de descanso e cuidados? — sua expressão agora era levemente séria, a fazendo revirar os olhos e colocar a venda novamente em seus olhos — Chichi Cutelo!

– PF... — bufa tirando o pano de sua cabeça, jogando no chão, ela viu seu pai olhar para suas mãos e ela novamente emite um som desgostoso, tirando o bastão de uma de suas mãos — satisfeito?

– Não! Quero vê-la banhada e arrumada, como uma bela princesa deve ser! —  seu sorriso volta lentamente vendo sua pequena sair andando de ombros baixos e olhar caído até a porta de sua pequena casa.

Rei cutelo nutria de uma fortuna inimaginável, se não fosse por um incêndio que acabou levando tudo que tinha, mais não se importava, já que sua filha era considerada como seu maior tesouro. Com a ajuda de Bulma, eles conseguiram uma casa em um interior calmo, onde criavam animais e plantavam legumes, assim comparecendo a cidade apenas algumas vezes, já que o local era afastado demais para eles, o que os deixavam satisfeito, já que não gostavam do barulho da metrópoles.

Chichi se banhou e jantou ao lado de seu pai, não deixando de rezar pelos seus amigos que agora não estavam mais entre eles, o que deixava o coração de pai e filha carregados de tristeza. Após a refeição, seu pai se ofereceu a acompanha-la até o terreno em que criavam os animais, mas Chichi recusou, acreditando ser perigoso para seu bondoso pai, mesmo que o tamanho do homem fosse causar medo em qualquer invasor que ousasse mexer em suas terras.

– Volte rápido, querida!

Ela abre um sorriso já sobrevoando calmamente em sua nuvem dourada, sua melhor companhia. Chichi verificou cada gado, porco e galinha, percebendo que estava tudo no lugar. Ela suspira, encostando suas costas em uma macieira ali perto, e como se uma paz lhe preenchesse o peito ela desliza pelo tronco até se sentar no gramado ali mesmo. Observava as estrelas e a lua tão radiante, lembrando de todo o tempo em que viveu em seu planeta, desde o momento em que se lembrava como gente.

– O que será desse lugar se eu não aguentar mais nos proteger?... — ela sussurava para si, abaixando o olhar.

– Oras, não perca a esperança, não deixarei que nada de ruim aconteça com você... — Alguém sussura em seu ouvido com uma voz rouca, a fazendo dar um salto já se armando em direção a pessoa que invadia seu espaço. Chichi, portanto, arregalou os olhos ao se lembrar daquele ser desprezível que não saia de sua cabeça.

– Você... — diz com desdém enrijecendo ainda mais sua posição.

Kakarotto sente seu coração acelerar ao ver novamente aquele rosto destemido que tanto entrava em sua mente, não entendia porque se sentia assim, mas não podia negar que estava sentindo uma atração por aquela terraquea. Os dois ficaram se encarando sem desviar o olhar, sem piscar, apenas se escutava o assoprar do vento e cada um seus corações que batiam forte em seu peito. Chichi não estava contente com aquela ansiedade, com aquele desejo de estar mais perto daquele ser desprezível.

O Príncipe e o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora