O Recomeço De Uma História De Amor.

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Linda Graymark.

Eu passei anos da minha vida imaginando como seria reencontrá-lo, mais eu jamais pensei que seria assim.
Eu jamais pensei que os nossos caminhos fossem se cruzar dessa forma, que de todas as lojas que vendiam quadros aqui no centro eu fosse ir justamente na loja em que ele trabalha, foi como se a minha alma tivesse me guiado até ele. Talvez tenha sido isso mesmo o que aconteceu. Mais, infelizmente, o nosso reencontro não foi como eu esperava. Eu sabia que talvez ele estivesse magoado comigo por eu não o ter procurado em todos esses anos e, eu também imaginei que ele tivesse tentado me ligar, mais eu pensei que quando enfim nós nos reencontrassemos novamente ele me deixaria explicar o que realmente aconteceu, mais não, ele simplesmente jogou na minha cara que eu o havia abandonado e, ainda por cima, achou que eu tinha ficado com vários caras por aí, ele me magoou com todas aquelas palavras que disse e, mesmo assim, aqui estou eu, perdida em seus braços e em seus lábios, os lábios que eu sempre desejei sentir novamente nos meus e, enquanto nos beijamos eu posso sentir aquele sentimente que eu sempre carreguei comigo indo embora, posso sentir que eu estou completa de novo, então finalmente entendo que por alguma razão, é ele, Romeu é a parte que eu sempre senti falta, mesmo antes de nós nos conhecermos, eu já sentia a sua falta, ele sempre foi a parte que faltava do meu coração e, agora que eu estou com ele novamente, estou completa.
Eu sei que ele me magoou, que o certo seria eu me afastar dele agora, como estava prestes a fazer antes dele me beijar, mais depois desse beijo eu sei que não posso fazer isso, eu não quero fazer isso, nada vai fazer com que eu me afaste dele de novo.
- Me perdoa. - Ele diz ofegante quando enfim terminamos o beijo. - Por favor, eu não quero nunca mais ficar longe de você. - A sua voz está suplicante assim como o seu olhar. Eu sei que não devo, mais o meu sentimento fala mais alto do que a minha razão.
- Sim, eu perdou você. - Digo, com a voz também ofegante por conta do beijo e tenho certeza de que as minhas bochechas estão vermelhas, então baixo a cabeça ao lembrar disso, mais ele a levanta delicadamente com os dedos e, quando olho para o seu rosto, está com aquele sorriso de que eu me lembrava e amava.
- Você ainda fica vermelha quando está com vergonha. - Ele disse e eu sorri, timída.
- Você ainda se lembra disso?-Eu perguntei a ele.
- Eu lembro de tudo sobre você, Linda. - Ele diz e acaricia a minha bochecha com as costas da mão.
- Então como pode duvidar por um segundo sequer do que eu sentia por você? - Eu perguntei. - Como pôde achar que eu me esqueceria de você e da promessa que fizemos um ao outro? - Ele retirou a mão do meu rosto e suspirou.
- Eu não sabia o que pensar, quando te liguei, o seu telefone nem tocou e depois quando você não me ligou nenhuma vez, eu achei que tudo aquilo o que tínhamos vívido não tinha tido importância para você como teve para mim, mais algo dentro de mim ainda mantinha uma esperança de que talvez houvesse uma explicação, por isso eu nunca consegui deixar de usar esse colar, eu o carreguei comigo todos os dias, mais quando eu te vi parada aqui e eu soube que era você... Eu não o que me deu, eu sempre tive um gênio forte, desde de criança e, algo dentro de mim queria te magoar da mesma forma que você me magoou. - Eu senti que uma lágrima ameaçava sair dos meus olhos.
- Eu nunca quis magoa você, eu guardei o seu número comigo na esperança de que ainda fosse o mesmo, eu iria te ligar assim que chegasse, o que foi hoje, mais também eu não sabia o que iria dizer... Nem como estava a sua vida, se estava bem, se estava magoado comigo ou... - Eu fiz uma pausa.
-Ou? - Ele perguntou.
- Ou se você estava com alguém. -Eu disse e a lágrima que eu estava segurando acabou saindo e escorrendo pelo meu rosto.
- Nunca, eu nunca fiquei com ninguém, nunca quis ninguém. - Ele disse e aproximou o seu rosto do meu novamente. - É você Linda, sempre foi você e sempre vai ser você. - E com isso ele me beijou novamente.
Mais esse beijo foi diferente do outro, foi um beijo um pouco mais desesperado, mais urgente, fazia oito anos que eu não beijava ninguém e, pelo o que ele havia dito, ele também não, fora que o nosso beijo aos dez anos nem havia sido realmente um beijo pois nós éramos crianças e nem sabíamos o que estavamos fazendo e eu sempre achei que se algum dia eu fosse voltar a beija-lo, acabaria não sabendo como fazer isso, que não iria nem mesmo saber o que fazer, mais não era assim, parecia que a vida toda eu tinha beijado aqueles lábios... Foi quando eu senti a sua língua comecaru a invadir a minha boca, mais com cautela, como se ele estivesse buscando a minha autorização para isso, mais ele não precisava pedir, eu era dele, cada sentimento e cada parte do meu corpo pertenciam a ele, então sem nem mesmo precisar pensar, eu lhe dei espaço e nossas línguas se encontraram, despertando no meu corpo sensações que eu nem sabia que existiam.
- Romeu. - Eu disse arfando quando nós nos afastamos um pouco.
- Nos estamos no meio da rua. - Ele fez que sim com a cabeça e passou as maos nos cabelos.
- Eu sei. - Ele disse ofegante e, relutante, se afastou mais um pouco.
- E eu também preciso ir. - Seus olhos ficaram assustados assim que eu falei isso, então eu sorri e completei.
- Preciso comer alguma coisa, já é quase 12hs e eu não comi nada hoje além de comida de avião. - Com isso ele ficou mais relaxado.
- Eu termino o meu expediente as 12hs, se você esperar um pouco, podermos ir juntos.
- Por mim tudo bem, até porque eu acho que nós temos muitas coisas para conversar e para resolver também.
Depois disso eu entrei com ele na loja e fiquei observando os quadros enquanto ele organizava alguns papéis, depois de uns vinte minutos ele fechou o caixa e nós saímos da loja, assim que ele trancou tudo estavamos pronto para ir.
- O que você gostaria de comer? - Ele perguntou, pensei um pouco.
- Bom, faz oito anos que eu não venho ao Brasil e nunca estive no Rio, não sei muito bem o que se tem para comer por aqui, mais antes de te encontrar eu estava planejando comer alguma coisa em um quiosque perto da praia, eu nunca vi o mar, então...
- Bom, isso não é problema, eu conheço um lugar ótimo em Copacabana que é bem perto da praia, nós podemos ir lá. - Fiz que sim com a cabeça e ele seguiu em direção a uma moto preta que estava estacionada em frente a loja, para ser sincera, eu nem havia percebido que havia uma moto parada ali. Ele parou do lado dela e olhou para mim. - Vamos?
- De moto? - Eu disse ao me aproximar dele.
- Pela sua cara eu acho que você nunca subiu numa moto. - Ele me deu um olhar divertido.
- Digamos que não tínhamos esse tipo de transporte no internato. - Ele subiu na moto e a ligou, o barulho era realmente alto.
- Então suba, tenho certeza de que você vai adorar. - Disse.
- Mais e o meu capacete. - Disse incando o dele que estava no guidão da moto.
- Eu vou comprar um para você no caminho, como sempre andei de moto sozinho, nunca precisei de outro capacete. - Com aquela afirmação, minhas reservas quanto a subir na moto se foram. Guardei as sacolas com a minhas compras na bolsa e então subi e o abracem forte na cintura, nem precisei olhar para ele para saber que estava sorrrindo.
- Já vi que além do seu gênio forte ter aumentado você também ficou convencido.
- Só quando se trata de você. - Ele disse e com isso partirmos.

****

No caminho para a praia ele parou em uma loja que vendia coisas para motos e comprou um capacete rosa para mim e, percebi que ele estava certo, eu realmente adorei o passeio de moto, era muito bom sentir o vento passando rápido no meu rosto e isso me deu uma sensação de liberdade, como se eu pudesse ir para qualquer lugar e eu nunca havia me sentido naquela forma em toda a minha vida.
Enfim nós chegamos a um quisque que, como ele disse, era um lugar ótimo, seu espaço era bem amplo e tinham várias mesas redondas espalhadas pelo local ao ar livre, o único local que era fechado era aonde eles preparavam os pedidos, também tinham alguns bancos perto do balcão e o lugar era bem em frente ao mar.
Nós sentamos em um local um pouco mais afastado das outras pessoas para podermos conversar tranquilamente, quando nos aproximamos da mesa, ele puxou a cadeira para eu poder me sentar e depois sentou na cadeira a minha frente. Então uma senhora que aparentava ter uns quarenta anos e de cabelos claros meio do tipo meio cigana se aproximou de nós com um pequeno caderninho nas mãos para anotar os nossos pedidos.
- Romeu querido, faz tempo que você não vem aqui. - Disse ela olhando para Romeu com um certo carinho, pelo o que parecia ele costumava vir bastante aqui já que a senhora tinha intimidade suficiente para trata-lo pelo nome.
- É verdade, já faz muito tempo. - Ele olhou para mim e notando o meu olhar curioso, digamos assim, tratou logo de nos apresentar. - Linda, essa é a Laura, ela e a mãe do Sam, meu melhor amigo e também eu dona desse lugar. - Com isso eu dei um sorriso gentil para ela.
- Muito prazer Laura. - Ela olhou na minha direção e me deu o mesmo olhar carinhoso que havia nada a Romeu.
- O prazer é todo meu Linda. - Disse depois ela olhou para Romeu e disse. - Eu sabia que você tinha uma namorada, um rapaz bonito como você não podia estar sozinho todo esse tempo e, devo dizer, que escolheu muito bem. - Ela virou o seu olhar novamente para mim.- Você é realmente muito bonita. - Senti as minhas bochechas corarem outra vez e vi Romeu sorrir.
- Minha namorada é realmente muito linda. - Ele acabou de me chamar de namorada?
- Bom, então, o que vocês vão querer? - Perguntou Laura.
- Linda? - Ele me perguntou. Dei uma olhava no cardápio que estava em cima da mesa.
- Hum... Uma salada com frango grelhado e um suco de laranja, por favor. - Disse e baixei o cardápio o colocando de volta na mesa.
- E você, Romeu querido? - Perguntou Laura enquanto anotava o meu pedido em seu caderninho.
- O mesmo para mim, mais gostaria de uma coca no lugar do suco. - Laura também anotou o seu pedido no caderninho.
- Muito bem, volto em dez minutos com os pedidos de vocês. - Ela disse e depois se retirou.
- Pelo o que eu me lembre, eu que era o ciumento. - Ele disse com um sorriso malioso no rosto.
- Eu não sou ciumenta. - Afirmei olhando séria para ele.
- Ha não? E o foi aquilo no seu rosto quando a Laura me chamou pelo nome?
- Apenas curiosidade, ficamos afastados por oito anos e eu não sei nada sobre você. - Eu respondi, então alguns caras passaram perto de nós e um deles olhou para mim, recebendo um olhar mortal de Romeu. - Depois eu que sou ciumenta.
- Eu nunca disse que não era. - Ele falou e deu ombros. - Só não quero ninguém se engraçando para a minha namorada.
- Por falar nisso, desde quando eu sou a sua namorada?
- Desde que tinhamos dez anos, caso não se lembre. - Disse.
- Eu disse que iria esperar por você, mais não lembro de você me pedindo em namoro. - Retruquei e ele riu.
- Você tem razão, não se preocupe, vou tratar disso. - Ele disse e depois Laura apareceu com os nossos pedidos.
- Aqui está meus queridos. - Ela disse e tirou os pratos e as bebidas da enorme bandeija que havia trazido e os colocou na mesa. - Eu espero que gostem.
- O cheiro está muito bom. - Eu disse. - Obrigada.
- Obrigada Laura. - Disse Romeu. - Diga ao Sam que depois eu ligo para a gente marcar alguma coisa, já faz tempo que eu não vejo aquele cara.
- Faça isso Romeu e, por favor, tente colocar um pouco de juízo na cabeça daquele inconsequente.
- Vou tentar. - Ele disse. - Mais sabe como é o Sam, para ele a vida é uma diversão.
- E como eu sei. - Ela suspirou. - Bom, vou deixar vocês comerem. - Sorrimos para ela que saiu em seguida.
- Bom, vamos comer e, depois, o que acha de caminharmos pela areia para enfim, podermos conversar? - Romeu disse.
- É uma ótima idéia, depois de oito anos, eu tenho certeza de que temos muitas coisas para falar um para o outro. - Disse e ele fez que sim com a cabeça.
- E também muitas saudades para por em dia. - Ele me deu aquele sorriso que eu amava e depois nós começamos a comer.

Até Onde Você Iria Por Amor. Concluída. Onde histórias criam vida. Descubra agora