Romeu Alcântara.
Um mês se passou, isso mesmo, um mês. E durante esses dias as coisas até que melhoraram um pouco, eu já estava mais acostumado com a aquela casa e também com Selma e Luciano, eu já estava me sentindo mais a vontade quando estava com eles e eu também tinha começado a sentir um carinho por eles, não era como se eu fosse começa-los a chamar de pai e mãe, porque isso estava longe para acontecer já que para mim quando eu finalmente fizesse isso era como se eu finalmente tivesse aceitado que Linda era a minha irmã e que eu a tinha perdida para sempre, e por mais que eu soubesse que eu jamais poderia ficar com ela, eu ainda não poderia colocar um ponto final nessa história, mais fora isso eu tinha que admitir que eles eram boas pessoas e que estavam se esforçando para conquistar o meu carinho, então eu resolvi começar a fazer um esforço para deixar que eles ganhassem um espaço no meu coração e na minha vida.
Então durante as refeições eu tentava manter uma conversa com eles, respondendo as suas perguntas e fazendo algumas também.
Luciano também contava coisas engraçadas que tinham acontecido com ele e nós caiamos na risada como uma família normal, a única coisa que me incomodava em relação a eles era a forma como Selma tratava a Linda, nesse um mês ela não havia mudado e continuava a tratando com desprezo e frieza, mais o bom é que Linda não parecia mais dar tanta importância a isso, o que era um alívio para mim por saber que ela já não estava mais sofrendo tanto assim com a rejeição da mãe.
E por falar em Linda a nossa relação também havia melhorado, depois daquela nossa saída aonde ela me fez usar uma coroa de princesa a manhã inteira, o clima entre nós realmente estava melhor, tanto que as vezes nós assistiamos a filmes juntos na sala, conversavamos no jardim e até chegamos a sair outra vez. E nesses poucos momentos era como se nada entre nós tivesse mudado, como se nós estivessemos juntos de novo, e a verdade era que estavamos, mais não da forma como eu gostaria, dessa forma ela estava com outra pessoa.
Já fazia um mês que ela estava saindo com o nosso motorista, eles saiam juntos em todas as folgas dele e também ficavam conversando no jardim até tarde depois que acabava o seu horário de trabalho na casa e eu podia perceber que Linda estava feliz, parece que a companhia dele a estava fazendo muito bem e em parte eu estava feliz por vê-la feliz, afinal, é verdade o que as pessoas dizem, quando a pessoa que a gente ama estava feliz, isso faz com que você se sinta feliz também, é era assim mesmo que eu me sentia, mais também tinha uma outra parte, a parte que morria um pouco todas as vezes que ela saia com ele, todas as vezes em que ela voltava do jardim com um sorriso no rosto por ter conversado com ele, por todas as vezes em que eu pensava em quantas vezes eles já tinham se beijado, pois era quase impossível que isso já não tivesse acontecido. Havia dias em que eu me perguntava se ela já tinha me esquecido e, se sim, como ela havia conseguido isso já que eu a cada dia a amava mais, que todos os dias que eu a via eu me apaixonava mais por aqueles lindos olhos castanhos, que toda vez que eu ouvia a sua doce voz eu desejava poder ouvir aquela voz para sempre e que toda vez que eu olhava para a sua boca eu tinha que me segurar para não puxa-la para os meus braços e sentir aqueles lábios macios contra os meus novamente. Eu estava vivendo um martírio, e a coisa toda piorava com o fato de que ela dormia no quarto ao lado do meu, eu perdi a conta de quantas noites eu tinha passado acordado imaginando como seria estar deitado ao seu lado como da primeira vez em passamos juntos.
E foi em uma dessas noites que tudo acabou como estava agora, com eu e Linda paralizados sem nos mexer deitados na cama depois de ouvir alguém bater na porta dela.
Já era umas onze horas da noite e eu não conseguia dormir, então eu resolvi descer até a cozinha para beber um pouco de água, mais quando eu abri a porta eu a vi andando de fininho em direção as escadas, então eu imaginei que ela também tinha perdido o sono e estava indo até a cozinha, então eu a deixei ir na frente e depois de alguns minutos eu desci a escadas e fui até a cozinha, mais quando eu cheguei lá ela não estava, então eu pensei por um momento e algo terrível passou pela minha cabeça, então eu saí da cozinha e fui até aonde ficava os quartos dos empregados, chegando lá eu começei a ouvir umas risadas vindo de um dos quartos, eu simplesmente congelei ao reconhecer o som da voz dela, ela não podia estar fazendo o que eu achava que estava, não é? Não, ela não faria isso, mesmo estando disposta a me esquecer ela não chegaria a tanto, talvez só tivesse ido perguntar alguma coisa ou jogar conversa fora, então confiando nesse meu pensamento eu saí daquele lugar e segui devolta para o meu quarto, mais quando eu cheguei no corredor eu não resisti ao impulso e entrei no quarto dela para espera-la e saber o que ela tinha ido fazer lá. Era a primeira vez que eu entrava no quarto dela então eu aproveitei para olhar ao redor, era praticamente um quarto de criança, todo rosa e com bichos de pelúcia, as únicas coisas que indicavam que não era o quarto de uma criança era a cama que era maior e alguns desenhos que ela havia feito que estavam espalhados pela parede.
Eu me sentei na sua cama e começei a esperar por ela, afinal eu achava que ela não iria demorar, mais eu estava enganado, porque ela só voltou quase duas horas depois e nesse ponto eu já estava com uma raiva que me impediam de agir de modo racional, então assim que eu vi a sua sombra pela fresta da porta, eu me levantei da cama abrindo a porta e a puxando para dentro, e foi então que nós começamos a discutir, eu falei para ela tudo o que eu estava sentindo e lhe perguntei como ela pode ter me esquecido tão rápido ao ponto de ter ficado com ele daquela forma e também lhe disse com todas as letras que eu ainda a amava, eu abri o meu coração e contei a ela como eu me sentia, pois eu estava cansado de ficar fingindo que eu a tinha esquecido, e foi então que ela também me confessou que nunca tinha acontecido nada entre ela e Léo e que ainda me amava, e depois de ouvir isso eu não pude controlar e a beijei e quando eu a senti retibuir o beijo eu perdi o controle de vez. Nós nos beijamos mais e mais e logo estavamos na cama nos tocando em vários lugares, expondo os nossos corpos e os nossos sentimentos sem nenhuma exitação.
Ela inclusive chegou a ver a tatuagem que eu havia feito com o nome dela como presente de aniversário e, mesmo com tudo o que aconteceu depois, eu não me arrependi de tê-la feito, pois eu já levava Linda dentro do meu coração, então qual seria o problema de leva-la na minha pele também.
Eu me perdi em Linda, ela era perfeita, o seu corpo, os seus beijos, o seu toque causavam sensações em mim tão maravilhosas que pareciam que eu estava em um sonho, mais aquela batida na porta me forçaram a acordar e a voltar para a realidade.
Então aqui estavamos nós, ao ponto de sermos flagrados novamente, mais dessa vez a coisa toda seria muito pior, já que a situação agora era totalmente diferente. Então nós ouvimos a porta ser batida outra vez, mais dessa vez uma voz falou em seguida.
- Linda querida? Você ainda está acordada? - Então Linda se sentou e se cobriu com o lençol que estava na cama, depois saiu de cima de mim e foi até a porta.
- Sim papai, porque? Aconteceu alguma coisa? - Ela perguntou através da porta.
- Por nada em especial, eu estava indo pegar um pouco de água para a sua mãe e ouvi alguns barulhos vindo do seu quarto, então eu resolvi vir perguntar se estava tudo bem. - Ele respondeu.
- Está sim, eu estava apenas vendo um filme pelo notebook, mais eu já estou indo dormir.
- Tudo bem então, boa noite querida, durma bem.
- Você também papai. - Ela disse e com isso ela se virou e foi até a janela. - É melhor você voltar para o seu quarto, antes que ele resolva ir até lá também. - Eu me inclinei na cama para pegar a minha blusa que estava no chão e depois que eu a vesti eu fui até ela na janela e a abracei por trás.
- Você não quer que eu fique? - Eu perguntei mais ela se virou e me olhou bastante séria.
- Não Romeu, eu quero que você volte para o seu quarto e esqueca isso que acabou de acontecer. - Eu não podia acreditar no que eu estava ouvindo.
- Você não pode estar falando sério? - Eu disse perplexo. - Linda, o que acabou de acontecer é uma prova de que nós amamos e de que não podemos ficar separados. - Ela ela saiu de perto de mim e eu me virei a vendo andando até a sua mesa que ficava o seu notebook próxima a porta e depois se virando para olhar pra mim.
- Não Romeu, o que aconteceu foi um erro, foi um impulso que não deve se repetir.
- Não fala isso, por favor. - Eu falei em um tom suplicante.
- O que você quer que eu diga
Romeu? - Ela disse e algumas lágrimas começaram a brotar em seus olhos.
- O que acabou de acontecer não muda o fato de que nós somos irmãos e que por isso esse amor que nós sentimos um pelo outro é proíbido. Nós precisamos entender que mesmo que a gente se ame nós não podemos ficar juntos. - Agora lágrimas escorriam pelo seu rosto e molhavam o lençol que ela ainda segurava com uma das mãos para poder se cobrir.
- Linda, nós podemos encontrar uma maneira...
- Não existe maneira alguma que faça com que nós deixemos de ser irmãos, por favor entenda.
- Linda... - Eu disse e fiz menção de me aproximar dela, mais ela deu um passo para trás e disse.
- Vai embora, por favor. - Então deu um passo para o lado saindo do caminho da porta. Então eu suspirei e caminhei em direção a porta passando por ela mais parando em frente a porta.
- Eu só quero que você saiba que dessa vez eu não vou desistir de você. - Eu disse sem me virar para olhar para ela. - Eu cansei de tentar fugir desse sentimento Linda, eu não vou desistir de você, de nós, mesmo se o mundo inteiro ficar contra nós eu ainda vou insistir, vou lutar contra tudo e contra todos para poder ficar ao seu lado. - E com isso eu abri a porta passando por ela e a fechando em seguida, mais não sem antes ouvir um choro vindo de dentro do quarto.
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Até Onde Você Iria Por Amor. Concluída.
RomanceLinda. Eu cresci entre o amor e o ódio. Minha mãe me odeia desde que eu nasci, ao olhar dela eu nunca fui merecedora de nenhum gesto de afeto, nenhum abraço, nenhuma palavra de carinho e muito menos do seu amor. Já meu pai, ele me ama muito. Consigo...