A Entrega.

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Linda Graymark.

Depois que eu e Romeu tivemos aquele momento no meu quarto eu tentei evita-lo por um tempo pois eu não sabia o que eu faria quando eu o encontrasse de novo pela casa e nem o que ele faria já que as suas últimas palavras antes de sair do meu quarto naquela noite foi que ele não iria desistir de mim, então eu achei que o melhor a se fazer era evita-lo por um tempo, então quando o meu pai veio até o meu quarto perguntar porque eu não tinha decido para tomar café na manhã seguinte, eu lhe disse que não estava me sentindo muito bem e que eu queria ficar no quarto descansando até eu me sentir melhor, graças a Deus ele concordou e me disse que iria pedir a Rosa que trouxesse as minhas refeições no quarto e que ele também iria trazer alguns remédios para mim. Também tratei de mandar uma mensagem para Léo dizendo que eu não poderia encontra-lo esses dias porque eu estava doente, ele retrucou me dizendo que não se importava e que ele queria me ver mesmo assim, mais eu insisti e disse que eu não queria que ele ficasse doente também e depois de muita insistência eu consegui convence-lo, mais não sem antes prometer que nós iríamos ficar conversando por mensagens.
Mais apesar de eu ter conseguido um tempo, eu sabia perfeitamente que eu não poderia ficar trancada no quarto para sempre, mais na situação em que eu estava qualquer tempo que eu conseguisse seria um alívio para mim.
Mais infelizmente eu não consegui muito tempo já que dois dias depois Romeu entrou no meu quarto sem eu perceber enquanto eu estava ouvindo música com os olhos fechados, ele me beijou e depois me abraçou bem forte falando coisas para mim que me faziam suspirar e ao mesmo tempo me causavam dor porque elas me faziam lembrar de tudo o que eu sentia por ele e querer coisas que eu não deveria querer porque elas eram proibidas para nós. Então quando eu percebi que eu iria ceder a ele novamente eu consegui me soltar dos braços dele e saí correndo, mais eu percebi que ele estava vindo atrás de mim então eu corri mais rápido e consegui chegar ao escritório do meu pai e tranquei a porta por dentro, então eu vi a sua sombrar pela fresta da porta e logo em seguida eu o ouvi dizer que ele não iria desistir de mim, depois disso eu ouvi passos como se ele estivesse se afastando da porta e minutos depois eu ouvi o barulho de sua moto dando partida. Então eu abri a porta do escritório lentamente e saí correndo em direção ao meu quarto e assim que eu entrei eu começei a andar de um lado para o outro pensando no que eu iria fazer a seguir. Se eu ficasse aqui em casa Romeu iria continuar insistindo e eu não sei por quanto tempo mais eu iria conseguir resistir, e eu precisava resistir. Romeu e eu éramos irmãos e mesmo que dentro de nossos corações nós nos sentissemos de outra forma, isso não mudava em nada a nosssa realidade. Eu pensei que ao começar a sair com Léo essa história iria ficar para trás, mais a verdade é que eu não conseguia sentir nada por ele além de uma amizade e não estava certo eu continuar lhe dando esperanças, então eu resolvi que iria falar com ele, mais antes eu precisava resolver esse problema de agora, então eu olhei para a parede e vi um desenho que eu tinha feito da praia em que eu costumava a ir com o Romeu no Rio de janeiro e tomei uma decisão, eu iria para o Rio.
Então eu peguei o meu celular e procurei no google o telefone do aeroporto de São Paulo e liguei para lá e agendei uma passagem para o Rio, por sorte eles ainda tinham vagas para o vôou que sairia as seis e meia da noite, a passagem não era barata mais eu ainda tinha algum dinheiro que havia sobrado da minha volta de Londres e papai também havia me dado algum dinheiro para os meus gastos pessoais.
Então eu rápidamente peguei uma mochila rosa de quando eu era criança da estante e coloquei nela apenas o necessário para a viagem, depois eu vesti uma calça jeans por cima do short mesmo, calçei os meus tênis e pedi uma taxi rumo ao aeroporto de São Paulo.
Enquanto eu estava lá esperando que chegasse a hora do embarque eu torcia para que tanto os meus pais quanto Romeu demorassem a chegar em casa, pois eu tinha deixado um bilhete avisando para aonde eu tinha ido na porta da geladeira e eu sabia que assim que algum deles encontrasse esse bilhete iria vir correndo até o aeroporto para tentar me empedir de embarcar.
Então quando finalmente chegou a hora de embarcar eu respirei aliviada enquanto seguia para a fila de embarque.
Já no avião eu olhei pela janela enquanto via a cidade ficar cada vez menor a medida que o avião começava a subir e enquanto eu estava sobre as nuvens eu não conseguia parar de pensar em Romeu e em todas as palavras que ele havia me dito, que ele não iria desistir de mim de novo e que lutaria por nós.
Mais será que valia a pena lutar por um amor que estava destinado ao fracasso?
Por mais que a gente se amasse ninguém iria aceitar que dois irmãos ficassem juntos, isso era algo inaceitável na sociedade, nós enfrentariamos muitos problemas e preconceitos das pessoas, fora que os nossos pais jamais iriam aceitar isso e eu não sei se eu conseguiria viver tranquila sabendo que eu os estava magoando, afinal, quem poderia ser feliz sabendo que a sua felicidade estava causando dor nas pessoas que você amava? Isso não era um preço muito alto a se pagar apenas para que duas pessoas pudessem viver felizes?
Pelo o que parecia Romeu estava disposto a enfrentar tudo isso, mais sinceramente eu não sabia se eu estava.
Eu precisava tomar uma decisão e talvez ficar um pouco sozinha e longe de todos me ajudasse a finalmente resolver essa confusão que existia dentro de mim.

Até Onde Você Iria Por Amor. Concluída. Onde histórias criam vida. Descubra agora