Morrendo Por Dentro.

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Romeu Alcântara.

Voce já se perguntou como a sua vida havia acabado ficando assim?
Como se a sua vida tomasse um rumo que você jamais imaginou?
Pois é assim que eu estou me sentindo, é como se a minha vida tivesse virado de cabeça para baixo e o castelo que eu havia construído com memórias, fatos, verdades e sonhos tivesse desmoronado.
Em menos de duas semanas eu havia perdido tudo, a minha mãe, a minha casa, o meu emprego, a minha identidade e principalmente a garota que eu amava, eu tinha jurado para mim mesmo que jamais voltaria a me separar dela, agora estava sendo obrigado a quebrar esse juramento porque eu tinha descoberto que a garota que eu amava era proibida para mim.
Eu não sei como eu consegui aguentar essa semana sem enlouquecer, naquela noite quando eu vi Linda parada na minha porta tudo o que queria ela puxa-la para os meus braços e nunca mais deixa-la sair de lá, mais ao invés disso, eu fui atirado a uma verdade que destruiu a minha vida e todos os meus planos. Eu havia sido criado por uma mulher que tinha me dado o mais puro amor, que sempre trabalhou para poder dar uma vida melhor para mim, uma mulher que nunca brigou comigo, que me deixava na escola, que me ajudava no dever de casa, que lia para mim antes de dormir, que ficava ao meu lado quando eu estava doente, que me ensinava a sempre dizer a verdade e a correr atrás dos meus sonhos, que me incentivava a ser um homem bom e digno, eu jamais em toda a minha vida poderia imaginar que aquela mulher a quem eu amava mais do que tudo no mundo e a quem eu chamava todos os dias de mãe, na verdade era alguém que tinha sequestrado uma criança e que a tinha afastado do amor dos seus verdadeiros pais, os deixando o sofrer pela perda do seu filho.
E tenho certeza também de que quem olhavasse para ela jamais a julgaria capaz de um ato como esse. Simplesmente não dava para acreditar.
Por isso que enquanto os pais de Linda, que agora eram meus também, jogaram todas aquelas palavras na minha cara eu disse a eles que tinha que haver outra explicação, foi só quando a minha mãe caiu no chão ao meu lado e me pediu desculpas que a minha ficha começou a cair e eu tive certeza de que toda aquela história era verdade, pois mesmo que a sua saúde estivesse frágil esses dias, se aquela história fosse mentira ou apenas uma confusão, ela não teria ficado tão abalada a ponto de acontecer o que aconteceu e também se ela não soubesse que iria partir ela não teria pedido a Linda que ficasse do meu lado, e foi por ela, só por ela, por Linda, que eu concordei com tudo o que Selma e Luciano disseram. Foi por causa dela que eu disse sim a Selma e a Luciano quando eles vieram me pedir para ir morar com eles em São Paulo, embora Luciano já tivesse tocado no assunto comigo enquanto ele estava na minha casa me ajudando com os preparativos do enterro da minha mãe e depois, passado isso eles vieram conversar oficialmente comigo junto com Linda, que depois do nosso beijo no cemitério, não havia falado mais comigo, o que era compreensível, mais foi somente nesse momento que eu tomei a minha decisão, ao vê-la ali tão perto de mim mais ao mesmo tempo tão longe, e enquanto Selma e Luciano diziam que ir morar com eles era o melhor para mim sendo que eu não acreditava em uma só palavra que eles estavam dizendo, pois eu sabia que eles estavam fazendo isso por eles, para me ter perto deles, eu percebi que entre vê-la todos os dias e não poder estar com ela e estar longe dela, o que mais me machucava era a segunda opção.
Eu já tinha perdido tanta coisa... Não podia perde-la também, eu precisava estar perto dela e eu sabia que sempre iria precisar, então eu apenas disse sim.
Então nós começamos o preparativos para a mudança, primeiro eu teria que vender a casa e, embora para alguns essa talvez seria a parte mais difícil, para mim foi a mais fácil, pois toda vez que eu entrasse ali eu iria me lembrar que a minha mãe havia morrido ali, nos meus braços, então mesmo que nada daquilo tivesse acontecido, eu ainda iria vender a casa, o bom é que Luciano, eu ainda não conseguia chama-lo de pai, tinha muitos contatos, já que ele é um médico muito renomado, então em menos de uma semana tudo já estava resolvido, optei por vender a casa mobiliada, assim eu não perderia tempo pensando no que eu faria com os móveis, acabamos conseguindo um ótimo preço e o dinheiro foi repassado para a minha conta, assim como o dinheiro que a minha mãe tinha no banco, quanto a pensão do falecido marido da dona Lucinda, eu resolvi recusar, afinal, eu já tinha dinheiro suficiente, não precisava de mais.
Depois veio o segundo passo, resolver os trâmites da minha moto para poder leva-la comigo para São Paulo, o que acabou sendo resolvido bem rápido também, então veio o último passo, pedir demissão do meu emprego, e isso para mim, foi bem difícil, pois eu realmente gostava de lá, o certo seria eu ter ficado um mês inteiro de aviso previl, mais eu e o Luciano contamos toda a minha história para o meu chefe que ficou tão ou mais surpreso do que eu, e com isso ele acabou me dispensando e ainda me desejou boa sorte na minha vida. Então com tudo resolvido, Luciano marcou as passagens e perguntou se eu queria ir para o seu apartamento até o dia da viagem, mais eu disse que preferia ficar na casa até o dia da viagem e, então Luciano falou com os donos e eles concordaram.
Eu queria ir para o apartamento para poder ficar perto de Linda, mais eu sabia que ela assim como eu, precisava de um tempo sozinha com os seus pensamentos para poder assimilar tudo o que havia acontecido, e mesmo sabendo que eu não poderia fazer isso pois Selma e Luciano não iriam me deixar nem por um minuto sozinho, pelo menos por esses dias eu achei melhor deixa-la sozinha, mais tanto ela quanto eu sabíamos que quando nós chegássemos em São Paulo Selma e Luciano iriam querer que nós quatro ficássemos juntos praticamente a maior parte do tempo para que nós pudessemos nos conhecer melhor como a família que éramos.
Eu entendo como eles devem estar se sentindo, afinal, eles tinham perdido um filho e com isso a família deles acabou meio que se desfazendo, era totalmente compreensível que eles quisessem recuperar o tempo perdido, mais acho que nesse caso eles deveriam deixar o coração um pouco de lado e serem mais racionais, eles deveriam entender como aquilo tudo era difícil para mim e para Linda, já que ambos estavamos lidando com uma situação difícil, Linda porque havia descoberto que tinha um irmão que tinha morrido e depois descobriu me da pior forma que os seus pais haviam mentido para ela de novo e que na verdade o seu irmão fora sequestrado, essa palavra ainda me dava me fazia ficar enjoado, e que, embora eles não soubessem, era a pessoa que ela amava, já eu porque tinha descoberto que eu tinha sido roubado da minha família verdadeira e sido criado por uma mulher que eu havia aprendido a amar e a chamar de mãe, fora que essa mesma mulher tinha morrido nos meus braços e eu tinha mudado de vida completamente, e como eu disse antes, mesmo que eles não soubessem, eu tinha perdido o amor da minha vida para sempre. Tudo o que eu e Linda precisavamos nesse momento era de espaço, de tempo para absorver tudo o que nos tinha acontecido, mais eles estavam tão cegos por ter finalmente me encontrado que não enchergavam isso, ou pelo menos, não comigo, porque eu haviam percebido que eles estavam ignorando Linda totalmente, como se ela tivesse deixado de existir no mesmo instante em que eu reapareci. Da mãe dela, nossa, eu meio que já que esperava isso, já que eu sabia pelo o que Linda tinha me contado como era difícil o relacionamento delas, fora que eu tinha percebido o quanto o desprezo da mãe a machucava e, se antes eu já não gostava dela por causa disso, agora com essa atitude dela eu estava gostando dela cada vez menos. Eu sabia que ela era a minha mãe e eu via o quanto ela estava tentando se aproximar de mim, pois durante esse pouco tempo que nós havíamos ficado juntos esses dias ela não parava de me fazer perguntas sobre as coisas que eu gostava, o que não gostava, ficava falando que tinha deixado um quarto já pronto para mim pois assim que o marido tinha lhe falado o meu nome ela soube na hora que eu era o seu filho, também me disse que sempre soube que um dia ela me encontraria e todas essas coisas, mais a verdade era que antes de conhece-la eu já tinha decidido que blindaria o meu coração para não me deixar sentir nenhum sentimento por ela por ter machucado a pessoa que eu amava e agora mesmo sabendo que Selma era a minha mãe eu sabia que eu jamais poderia ama-la da forma que ela gostaria, porque até mesmo a minha mãe, a mulher que havia me roubado, nos seus últimos momentos de vida havia demonstrado mais amor por Linda do que ela nesses últimos dias e essa fato me fazia considerar ainda mais aquela mulher como a minha verdadeira mãe e isso era inevitável.
Agora aqui estava eu, em um lugar totalmente novo e vendo a garota que eu amo correr para os braços de outra pessoa, pois com tudo o que tinha acontecido eu acabei me esquecendo que o amigo de Linda trabalhava como motorista nesse casa e, eu podia estar totalmente enganado e isso ser apenas o meu ciúme falando mais alto, mais ao olha-lo agora enquanto Linda o abraça, eu posso ver claramente nos olhos dele que ele sente algo por ela e isso está acabando comigo, porque eu também sinto algo por ela, mais ao contrário dele eu tinha um empedimento que me proibia de estar com ela, já ele estava livre para tentar conquistar o coração dela e como se tudo o que eu estava sentindo nesse momento não fosse doloroso o suficiente, Luciano se aproximou de nós e falou um pouco baixo para que Linda e o seu amigo não ouvissem.
- Linda me confessou que gosta dele.
- Disse o que fez eu e Selma virarmos os nossos rostos imediatamente para olhar para ele. - Mais confesso que eu não acreditei totalmente no que ela me disse, pelo menos não até agora.
- Mais ele é apenas o motorista da casa. - Comentou Selma ao meu
lado. - Não seria adequado para ela ter qualquer coisa com o nosso empregado.
- Pois eu disse a ela que se quisesse ficar com ele, ela poderia contar com meu apoio e eu espero Selma, que com o seu também. - Selma apenas o olhou com desdém, já eu me me virei para olhar novamente para Linda que estava abraçada com aquele cara e que ele agora falava algo para ela que eu não conseguia ouvir e isso foi demais para mim, eu precisava tirar Linda dos braços daquele imbecíl, então eu rapidamente me virei para Selma e Luciano e disse.
- Eu estou com um pouco de fome, será que vocês poderiam ir até a cozinha para ver se tem alguma coisa para comer? - Eu sabia que eles não diriam não a nada que eu pedisse e nesse momento eu não me importei em me aproveitar disso, mesmo eles estando cansados da viagem. - E enquanto isso será que Linda poderia me mostar o restante da casa?
- Perguntei. - Se não for incomodar, é claro. - Tratei de acrescentar.
- É claro querido. - Disse Selma. - E não se preocupe que não é incomodo nenhum. - Então ela finalmente me soltou do seu abraço e se virou para o marido. - Será que agora você pode interromper essa cena totalmente inadequada que a sua filha está fazendo com o nosso motorista?
- Exatamente Selma, pelo menos alguém concorda comigo e saiba que você ganhou alguns pontos comigo por isso, eu pensei comigo mesmo. Luciano apenas suspirou e se voltou para a filha.
- Linda, querida? - Ele chamou e ela finalmente se separou daquele motoristazinho, depois falou algo para ele que se virou e seguiu para a mesma direção em que tinha vindo, então ela caminhou de volta até nós.
- Deculpe papai. - Disse olhando para o pai, depois para mim e voltando novamente para o pai. - É que fazia muito tempo que eu e Léo não nos viamos. - Disse e Luciano deu um sorriso para ela.
- Não tem problema. - Disse. - Ainda mais depois do que você me contou.
- Com isso Linda voltou o seu olhar novamente para mim e eu lhe lancei um olhar semicerrado indicando que eu sabia ao que Luciano estava se referindo. - Filha? - Ele a chamou novamente, então ela volto o seu olhar novamente para ele.
- Sim? - Perguntou.
- Bom, eu a chamei porque eu queria saber se você poderia mostrar o restante da casa para o seu irmão enquanto eu e Selma iremos para a cozinha para preparar algo para nós comermos. - Linda ficou inquieta, o que me fez perceber que ela não queria fazer o que o pai havia pedido, ainda mais depois de saber que eu sabia o que ela havia contado ao pai.
- Vocês não poderiam pedir a Rosa que fizesse algo enquanto vocês mostram a casa para o Romeu? - Ela perguntou.
- Simon, o nome do seu irmão é Simon. - Corrigiu Selma e eu interferi.
- Na verdade, eu preferia que vocês continuassem me chamando de Romeu. - Disse e com isso recebi um olhar triste de Selma. - Pelo menos até que eu me acostume com essa minha nova... realidade. - Selma fez sim com a cabeça, mais eu sabia que ela não havia gostado nada disso.
- É claro filho. - Disse Ela. - Bom Linda, voltando ao assunto. - Disse já voltando a sua atenção para Linda. - O que você teria de tão importante para fazer agora para que não possa mostrar a casa para Romeu?
- Pergunto. - A não ser que você queira continuar aquela linda cena que estava fazendo com o nosso motorista. - Disse ela com desdém.
- Então Linda se virou para a mãe.
- Não pense que eu me ofendo com seu comentário, mamãe. - Disse ela. - E é melhor você se acostumar, porque a senhora vai me ver muitas vezes fazendo "uma cena" com o nosso motorista.
- Ora sua...
- Basta! - Disse Luciano, já encerrando aquela possível discussão. - Hoje é o primeiro dia de Romeu nesta casa e nós não vamos começar uma discussão, certo? - Então Linda se virou para o pai e fez que sim com a cabeça, depois eu ouvi Selma respirar fundo e então eu pude entender perfeitamente o quão era difícil o relacionamento das duas e, ao que parece, isso iria piorar, já que pelo visto Linda não estava disposta a aguentar mais calada as grosseiras de sua mãe.
- Você está certo. - Disse Selma. - Me desculpe por isso, querido. - Disse Selma voltando o seu olhar para mim.
- Não tem problema. - Respondi e tentei forçar um sorriso.
- Muito bem. - Começou Luciano.
- Linda, você irá subir com o seu irmão para lhe mostrar o andar de cima enquanto Selma e eu vamos para cozinha para preparar algo.
- Disse. - E quando terminar desçam e nos encontrem na cozinha, entenderam? - Eu e Linda fizemos que sim com a cabeça. - Ótimo. - Disse. Podem deixar as malas ai que eu vou pedir a Léo que suba com elas. - Dito isso nós seguimos em direção as escadas enquanto eles seguiram em direção a cozinha.
Nós subimos as escadas em silêncio, somente quando chegamos ao corredor foi que ela falou.
- Aqui é o meu quarto. - Disse e parou enfrente a primeira porta do corredor que estava ao meu lado a direita. - O quarto dela. Mesmo que houvesse mais mil portas naquele corredor eu não iria me esquecer disso. - Aquele.
- Disse, apontando para uma porta um pouco mais afastada da sua do outro lado do corredor. - É o quarto dos meus pais. - Disse e depois se corrigiu. - Dos nossos pais. - Disse.
- Linda... - Eu falei com um tom suave, mais ela me interrompeu antes mesmo que eu terminasse de falar.
- Esse. - Disse e apontou para o quarto ao lado do seu. - Esse era o quarto de hóspedes, mais mamãe o aprontou para você, então agora ele é seu. - O meu quarto ficava ao lado do seu, eu não pode deixar de ficar feliz com isso, então ela andou mais um pouco e eu segui ao seu lado. - Ali. - disse apontando para outra porta, dessa vez uma que ficava ao lado da porta do quarto de Selma é Luciano. - É o banheiro. - Disse parando de repente e olhando para a última porta, a que ficava no final do corredor, eu demorei um pouco, mais logo eu reconheci essa porta, era a que Linda falava que sempre vivia trancada.
- Essa era a porta que sempre vivia trancada, não é? - Perguntei e ela apenas fez que sim com a cabeça. - O que tinha lá dentro afinal? - Voltei a perguntar. - Você me disse que iria me contar pessolmente, mais com tudo o que aconteceu, nós ainda não conseguimos conversar direito para que você pudesse me contar. - Linda respirou fundo e virou a cabeça de lado para olhar pra mim e perguntou.
- Você quer ir lá ver? - Virei o rosto para poder olhar para ela também.
- Não está trancada?
- Eu dúvido que ainda esteja. - Disse e voltou a olhar para a frente.- Eu pensei por um momento, então respondi.
- É melhor não, eu não quero causar mais problemas entre você e a sua mãe. - Então ela abriu a boca para falar algo, mais como eu meio que já imaginava do que se tratava, eu a cortei antes que ela tivesse tempo de falar. - Eu sei que você ia dizer "nossa" mãe, mais a verdade e que eu ainda não estou pronto para chama- la assim. - Disse e ela apenas concordou com a cabeça. Então eu olhei para trás em direção ao quarto que agora era meu, depois eu me virei novamente para ela e disse. - Porque você não me leva para conhecer o meu quarto?
- Eu perguntei e notei que ela exitou um pouco, mais por fim ela pareceu concordar.
- Tudo bem. - Disse. - Vamos lá. - E se virou e seguiu ao "meu" quarto e eu a segui, nós demos apenas alguns passos e paramos em frente a porta do quarto. - Quer entrar primeiro?
- Primeiro as damas. - Disse fazendo uma pequena reverência na intenção de tentar amenizar aquele clima estranho que pairava sobre nós, o que deu certo porque Linda deu um sorrisinho de lado. Então ela abriu a porta e nós entramos.
- Minha mãe passou a semana inteira mudando a decoração, ela trocou absolutamente tudo. - Disse ela enquanto eu olhava o quarto com atenção. O quarto era de um tamanho médio, mais era diferente do meu antigo quarto, a começar pela cama que ficava no canto do quarto e não no meio, suas cobertas eram machadas de azul e branco assim como o travesseiro. Acima da cabeceira tinham três quadros de motos, a frente na mesma parede em que a cama ficava encostada tinha uma janela de vidro sem cortinas que dava para a rua, já a frente da cama havia uma escrivaninha branca já com um notebook e uma pratileira acima que já tinham alguns livros, ao lado da cama tinha uma mesa de cabeceira branca com um pequeno abajur acima dela, já do lado esquerdo tinha um enorme guarda roupa de seis portas na cor preto e branco e, ao lado da janela, uma estante também nas cores preto e branco com um aparelho de som e alguns cds, eu me aproximei para ver os nomes das bandas, tinham The Calling, The Doors Dawn, Malta entre outras desse tipo.
- Como ela sabia que eu gostava dessas bandas? - Perguntei e olhei para Linda que veio até mim mais mantendo um pouco de distância.
- Você se lembra que em umas vezes em que eu falei com você enquanto eu estava aqui eu comentei que a minha mãe estava me perguntando várias coisas sobre você? - Ela perguntou e eu fiz que sim com a cabeça. - Pois é, entre elas estava qual tipo de música você gostava, então eu respondi que o seu gosto era bem parecido com o dela e que inclusive vocês tinham a mesma banda preferida, então suponho que ela comprou o cd da banda Malta e os outros ela comprou as bandas que ela gostava. - Disse.
- Parece que temos mesmo o gosto parecido. - Disse e peguei o cd da banda Malta da estante. - Você quer ouvir um pouco? - Perguntei mais não deixei que ela respondesse, em vês disso eu tirei o cd da embalagem, liguei o aparelho de som e dei o play, então a melodia começou a tocar e eu reconheci a música na mesma hora, era a nossa música. Olhei para Linda que agora olhava para o som com um olhar distante, provávelmente lembrando de coisas que, assim como eu, ela deveria esquecer, mesmo que não quisesse. - Essa ainda vai continuar sendo a nossa música?
- Eu perguntei olhando para ela que agora estava com os olhos fechados.
- Não podemos mudar o passado, Romeu, ainda mais quando é um passado tão próximo. - Respondeu.
- Então sim, essa ainda vai continuar sendo a nossa música.
- Você promete? - Perguntei me lembrando o que essas duas palavras significavam para nós e ao ver um sorriso aparecer em seu rosto eu sabia que ela também tinha se lembrado.
- Eu prometo. - Ela respondeu me fazendo sorrir também. - Mais Romeu... - Então eu coloquei a embalagem do cd de volta na estante e segurei em suas mãos.
- Eu não gostei de ver você e o seu amigo se abraçando lá embaixo.
- Disse sem dar tempo para que ela continuasse com o que ia me
dizer. - Eu fiquei com ciúmes. - Disse e com isso ela abriu os olhos e olhou para mim.
- Eu sei, eu senti isso no seu olhar quando me aproximei de vocês depois. - Disse. - Mais isso precisa acabar, eu sei que não vai ser agora, mais um dia...
- Isso nunca vai acabar. - Disse a cortando. - Eu sei que temos que ficar longe um do outro, mais isso não significa que eu acredite que um dia eu vou deixar de amar você. - Disse e me aproximei um pouco dela. - Ou que um dia eu vou deixar de sentir ciúmes de você. - Continei e me aproximei mais um pouco. - Ou que um dia eu vou permitir que alguém toque em você. - Disse me aproximando ainda mais mais. - Sabe porque Linda? - Ela fez que não com a cabeça. - Porque eu sei que apesar de tudo você continua sendo minha e sempre vai ser. - Agora eu estava a poucos sentimentros do seu rosto.
- Assim como eu sempre vou ser seu.
- Eu me aproximei mais e olhei para a sua boca e, mesmo que fosse errado, eu iria beija-la. Eu estava quase tocando a sua boca com a minha quando nós ouvimos um barulho de algo sendo colocado no chão, então Linda deu um salto para trás se afastando de mim bruscamente e nós dois olhamos para a porta do quarto ao mesmo tempo, era aquele amigo de Linda que tinha entrado e tinha deixado a minha mala no chão.
- Desculpe, eu não queria atrabalhar.
- Disse ele enquanto olhava para Linda. - Os seus pais me mandaram subir com as malas, a sua eu já deixei no seu quarto, então eu vim trazer a do seu irmão. - Disse e olhou para mim, então eu lhe lancei um olhar assasino, se antes eu já não gostava nenhum pouco desse imbecíl, agora eu tinha certeza de que eu jamais iria gostar dele.

Até Onde Você Iria Por Amor. Concluída. Onde histórias criam vida. Descubra agora