Linda Graymark.
Você já viu o olhar de um assasino quando ele está pronto para matar a sua vítima? Pois é, eu também, pelo menos não até hoje.
Porque é esse olhar que está estampado no rosto do Romeu nesse exato momento e pelo o que parece, a sua vítima da vez será Léo, o nosso motorista. Ele tinha subido apenas para trazer as nossas malas e ao vim trazer a de Romeu ele tinha nos flagrado em uma situação um pouco compromedora, não para um casal de namorados, mais para dois irmãos, sim. Em parte eu estava aliviada, por dois motivos, o primeiro por ser ele e não o meu pai ou a minha mãe, porque se fossem eles eu realmente não sei como nós poderíamos contornar a situação e as coisas ficariam bem complicadas, ainda mais porque o meu pai com certeza iria perceber que eu tinha mentido para ele sobre os meus sentimentos e isso resultaria em outro problema, já em segundo lugar eu estava aliviada porque se Léo não tivesse aparecido e nos interrompido, Romeu e eu teríamos nos beijado novamente e isso não poderia voltar a se repetir. Mais é claro que com a interrupção do Léo não vieram só coisas boas, mais as ruins também, porque agora eu teria que contar a verdade para ele sobre mim e Romeu, porque ele com certeza não iria acreditar se eu dissesse que tudo aquilo era um mal entendido, ninguém em sã conciência acreditaria nisso e outra parte ruim é que eu teria que remediar a situação tensa que está acontecendo agora porque está escrito nos olhos de Romeu que ele está a ponto de matar o Léo, então eu respirei fundo tentando me recuperar do susto, depois eu desliguei o som e voltei a minha atenção para Léo.
- Tudo bem Léo, você não está atrapalhando nada. - Disse. - Eu também já vou descer, só preciso conversar uma coisa com o Romeu antes.
- Bom, eu vou subir novamente, já que ainda vou trazer as malas dos seus pais, se você quiser nós podemos descer juntos. - Ele disse voltando a sua atenção para mim que antes estava direcionada a Romeu que continuava olhando para ele como se fosse mata-lo a qualquer instante se ele não saísse daqui rápidamente e, conhecendo o gênio de Romeu, que agora eu sabia de quem ele vai herdado, era bem capaz que realmente fizesse isso.
- Eu agradeço, mais é melhor eu descer com o meu... - Eu ainda não conseguia chama-lo de irmão. - Com Romeu, mais eu gostaria de conversar com você mais tarde, será que nós podemos nos encontrar no jardim?
- Com isso Romeu voltou a sua atenção para mim e devo dizer que a sua expressão não havia melhorado.
- Como nos velhos tempos? - Ele disse me lançando um sorriso brincalhão, o que eu não pude deixar de retribuir também.
- Sim, como nos velhos tempos.
- Se você me chamar pelo meu apelido então eu aceito.
- Você vai me chantagear? É sério?
- Pelo o que parece a minha amizade com Léo estava intacta, nós ainda éramos os mesmos e saber disso me deixou feliz, pelo menos algo de bom ainda permanaceu na minha vida, já que eu tinha perdido muitas coisas ao longo da minha vida.
- Não, até porque eu vou aceitar encontra-la de qualquer jeito, eu apenas quero ver se você ainda se lembra dele mesmo depois de todos esses anos.
- As coisas importantes a gente não esquece, você sabia disso, meu guarda- costas? - Disse e ele me deu outro sorriso ao ver que eu ainda me lembrava do apelido carinhoso pelo qual eu o chamava na infância.
- Ha, ele tambem é o nosso guarda-costas? - Perguntou Romeu voltando a olhar para ele. - Pensei que ele fosse somente o nosso motorista.
- E eu sou, mais para Linda eu sou muito mais do que isso. - Disse e me deu uma piscadinha, o que só serviu para deixar Romeu mais irritado, se é que isso era possível.
- Ela não precisa que você seja nada mais do que isso. - Romeu respondeu.
- Acho que quem decide isso é ela e não você. - Disse Léo.
- Já que você é nosso motorista e isso significa que você trabalha para mim, eu acho que eu tenho toda a autoridade para demitir você se eu quiser, não é mesmo? - Tudo bem, estava na hora de eu intervir.
- Tudo bem, já chega vocês dois ok?.
- Eu disse. - Léo, você pode descer, mais tarde eu te encontro no jardim, já você. - Falei olhando para Romeu.
- Vamos descer, nós já estamos a muito tempo aqui, é melhor descermos antes que os meus... Os nossos pais subam e venham nos buscar pessoalmente.
- Não, eu é que vou descer para deixar você a vontade com o seu guarda- costas. - Ele me respondeu e saiu andando passando pela porta rapidamente, mais não sem antes dar um esbarrão em Léo pelo caminho.
- Qual é o problema com o seu irmão? - Léo perguntou olhando para mim.
- Eu pensei que ele estaria feliz em finalmente se reencontrar com a sua família depois de todos esses anos.
- Eu suspirei, eu não sei o quanto Léo sabia e nem como ele soube, mais parece que ele não sabia nem da metade da história e era eu quem teria que explicar tudo para ele mais tarde.
- É uma longa história, eu vou contar tudo para você mais tarde, ok? - Disse e passei por ele parando na porta.
- Agora é melhor eu ir atrás dele. Eu te vejo mais tarde tudo bem?
- É claro, eu estarei te esperando as nove. - Ele disse e eu segui pelo corredor para tentar alcançar Romeu e acabei o encontrando escorado na parede no começo da escada com os braços cruzados e com a cara fechada olhando em direção ao chão, e mesmo não sendo certo pensar isso, eu não pude deixar passar despercebido como ele ficava bonito quando estava emburrado, ainda mais quando estava vestido como um daqueles badboys dos filmes clichês da tv, com a sua blusa branca de mangas longas repuxadas e sua calça jeans preta.
- Eu achei melhor não descer sozinho, pois Selma e Luciano poderiam achar estranho. - Disse quando eu me aproximei dele.
- Você tem razão, tudo o que não precisamos agora é dos meus pais achando que tem algo estranho entre nós. - Ele fez que sim com a cabeça.
- Então vamos. - Ele deu uma passo em direção as escadas mais eu segurei o seu braço, o fazendo parar.
- Romeu, eu só marquei de conversar com Léo mais tarde para pedir a ele que não comentasse a cena que acabou de ver entre nós para ninguém. - Ele suspirou e olhou para mim.
- Você poderia ter dito isso a ele lá em cima.
- Eu preciso explicar outras coisas também, como as coisas realmente aconteceram, caso contrário ele não irá entender o que acabou de ver.
- E porque você precisaria explicar alguma coisa para ele? Pelo o que eu sei ele é apenas o motorista dessa casa.
- Romeu, será que você não percebe? Se eu não deixar certas coisas claras ele pode acabar interpretando de maneira errada e acabar comentando com alguém e isso acabaria chegando aos ouvidos dos nossos pais, e eu sinceramente não quero mais complicações nem para mim e nem para você. - Eu disse. - Quanto a Léo, ele foi e continua sendo o meu único amigo e eu entendo que voce está... - Eu não queria usar a palavra ciúmes, pois isso traria a tona assuntos que não deveriam ser mencionados. - Chateado com a minha aproximação dele, mais nem por isso eu vou deixar você trata-lo dessa forma, ainda mais quando eu sei que esse não é o tipo de pessoa que voce é.
- Eu não posso evitar me sentir assim em relação a ele, ainda mais depois do Luciano ter falado que você disse que gosta dele mais cedo na sala quando você correu para abraca-lo. - Papai, porque você tinha que ter falado isso.
- Romeu, eu só falei aquilo porque...
- Ele puxou o seu braço se soltando da minha mão que o segurava.
- Não importa. - Disse ele me interrompendo. - Afinal o nosso namoro terminou no dia daquele jantar não é? Então agora você não me deve mais explicações. - Eu não pude deixar de me sentir triste ao ouvir que o nosso namoro havia terminado, mesmo sabendo que ele estava certo, aquelas palavras duras machucaram o meu coração.
- Romeu, não fala assim...
- Vamos, eles estão nos esperando. - E com isso começou a descer as escadas, eu não podia fazer mais nada a não ser segui-lo e descer as escadas com cada uma de suas palavras enterradas no meu coração como facas.
***
Quando chegamos a cozinha nós encontramos o nosso pai sentado em uma das mesas da cozinha.
- Podem sentar, Selma foi buscar algo no carro e quando ela voltar nós vamos jantar. - Nós apenas concordamos e nos sentamos em silêncio ao redor da mesa redonda de mármore, Romeu sentou ao lado do meu pai e eu ao seu lado a frente dele. - Então você já está usando o seu colar Romeu? - Disse o meu pai se referindo a corrente que aparecia no pescoço do Romeu.
- Sim, é claro, ele foi feito para mim não é? - Ele respondeu.
- Sim, a sua mãe mesmo mandou fazer especialmente para você e para Linda, e pelo o que eu pude perceber, ela nunca deixou de usar o seu já que eu sempre o vejo em seu pescoço. - O meu pai falou e olhou para mim, o que me fez levar a mão automáticamente até o pescoço, que assim como o de Romeu, mostrava apenas a corrente, mais é claro que esse não era o meu colar, mais sim o de Romeu, e eu sei que o certo seria eu devolver a ele e pegar o meu de volta, ainda mais depois de tudo o que aconteceu, mais mesmo sabendo disso e mesmo eu sabendo que eu tinha que arranca-lo do meu coração, eu não podia fazer isso, eu não poderia nunca deixar de usar aquele colar, pois ele era o símbolo da nossa promessa, a promessa de que nós voltaríamos um para o outro, que um sempre estaria com o outro não importa a distância e nem o que acontecesse e, mesmo que o Romeu não estivesse mais usando o meu, o que ele havia acabado de deixar claro e isso eu devo dizer que foi outro golpe no meu coração, eu não iria deixar de usar, mesmo se ele me pedisse o colar de volta, eu não devolveria.
- Sempre papai. - Disse e sorri para o meu pai, então a minha mãe entrou pela porta que dava acesso ao nosso jardim com um lindo bolo de dois andares branco com cobertura de chocolate e uma vela no topo acompanhado de um sorriso de orelha a orelha em seu rosto.
- Vocês acharam que nós iríamos deixar passar despercebido o aniversário de vocês? - Disse o meu pai já se levantando para ajudar a minha mãe a colocar o bolo na mesa.
- Nós fizemos o pedido antes de entramos no avião. - Disse a minha mãe enquanto colocava o bolo em cima da mesa junto com o meu pai.
- Nós iríamos inventar uma desculpa para fazer vocês saírem, mais acabou não sendo necessário, já que Romeu pediu que Linda lhe mostrasse a
casa. - Eu sabia que isso tinha sido idéia dele para me tirar dos braços de Léo.
- Só tem uma vela. - Romeu comentou ao olhar para o bolo, o que fez o meu pai olhar de cara feia para a minha mãe.
- Eu pedi a você que ao fazer o pedido pedissem a eles que colocassem duas velas Selma. - Minha mãe apenas deu de ombros e disse.
- Eu acabei esquecendo por conta dos acontecimentos recentes. - Ela respondeu mais eu sabia que ela não tinha esquecido coisa alguma.
- Tudo bem papai, não tem importância. - Eu falei e na verdade, não tinha mesmo, depois de anos eu já estava acostumada com o corportamento da minha mãe comigo.
- É claro que tem filha, afinal nós também estamos comemorando o seu aniversário. - Meu pai falou.
- Luciano tem razão. - Romeu falou e o fato dele ter chamado o meu pai pelo nome e não de pai não passou despercebido por nós. - Mais nós podemos dar um jeito nisso. - Então ele retirou a vela do bolo e a partiu ao meio, depois ele a recolocou no bolo, limpadando a suas mãos sujas de bolo na sua calça jeans. - Pronto, resolvido. - Meu pai deu um sorriso satisfeito enquanto a minha mãe não disse nada, então o meu pai pegou um isqueiro do bolso da calça e acendeu o bolo começando a cantar o famoso "parabéns para você" junto com a minha mãe.
- Não se esqueçam de fazer um pedido. - Ele disse ao terminar de cantar e nós nos levantamos e juntos apagamos a vela enquanto nossos pedidos eram levados pela chama que havia acabado de ser apagada, eu não sabia se Romeu tinha realmente pedido algo, mais eu, do fundo do meu coração tinha pedido que de alguma forma eu conseguisse ficar com Romeu e eu me agarrei a esse pedido como a última esperança que me restava.
***
Depois que apagamos as velas e eu comi um pedaço do bolo eu disse que estava cansada e que iria subir para o quarto para poder descansar, Romeu também disse a mesma coisa, então nós demos boa noite aos meus pais e subimos para os nossos quartos sem dizer uma palavra um ao outro e depois cada um entrou no seu quarto. Mais apesar de estar cansada eu não consegui dormir, apenas fiquei deitada na minha cama enquanto esperava dar nove horas para descer e me encontrar com Léo, então quando faltava apenas dez minutos para as nove da noite, eu desci as escadas com os sapatos nas mãos da mesma forma que eu fazia quando era criança quando ia para o quarto de Léo e Pedro para brincar com ele mais um pouco sem que os meus pais percebessem.
Quando eu finalmente cheguei no jardim as luzes já estavam acesas e eu fui direto para o banco em que eu costumava ficar quando era criança, me sentando ao chegar e não demorou muito até que Léo aparecesse.
- Parece que alguns costumes nunca mudam. - Disse ele se sentando ao meu lado e olhando para os meus pés descalços.
- Ainda bem, não é mesmo? - Eu disse já sorrindo para ele, falar com Léo sempre me fizera sorrir e parece que esse costume também não havia mudado.
- Com certeza e, devo dizer que você continua tão linda quanto eu me lembrava. - Disse retribuindo o meu sorriso.
- Obrigada, você também não ficou nada mal sabia, guarda-costas?
- É mesmo? Olha que eu vou acreditar em você viu.
- Pois pode acreditar. - Falei. - Bom, me conta como estão as coisas? Eu só soube recentemente que o seu pai não trabalhava mais aqui.
- Pois é, por conta da sua idade ele não estava mais dando conta, então decidiu para, agora ele está morando com a minha mãe.
- Então os seus pais voltaram?
- Sim, pouco tempo depois que você foi embora para o internato eles começaram a ficar mais próximos e depois acabaram se entendendo.
- Disse. - Mais o meu pai continuou morando aqui, ele disse que foi um pedido do seu pai, ele queria alguém de confiança para ficar de olho na sua mãe.
- E como você acabou vindo trabalhar aqui no lugar dele? - Perguntei.
- Isso foi idéia do meu pai, ele não queria deixar o seu pai na mão, mais também não tinha mais como continuar trabalhando, então quando eu tirei a carteira de motorista ele perguntou se eu poderia ficar no lugar dele e, bom, eu sabia que se o meu pai deixasse de trabalhar aqui era provável que eu não fosse voltar a ver você de novo, então eu acabei concordando e vindo trabalhar aqui.
- Você aceitou trabahar aqui por minha causa? - Eu perguntei e me senti feliz por ele ter pensado em mim.
- Sim, eu tinha esperança de que um dia você voltaria para casa e eu poderia te ver de novo, fora que eu sabia que a sua mãe continuava a mesma, e eu não quis que você voltasse a conviver com ela sem ter alguém ao seu lado.
- Obrigada por pensar em mim Léo, ter você aqui é um grande alívio para mim, você não imagina como as coisas estão difíceis, ainda mais agora com a volta do meu irmão que, eu só descobri que tinha graças aquela chave que você deixou para mim. E, aliás, muito obrigada por aquilo, eu sei o quanto você se arriscou para conseguir aquela chave para mim.
- Não precisa agradecer, eu fico feliz por ter conseguido te ajudar.
- Aquela chave foi como um paraquedas para mim, porque graças a ela eu descobri um pouco da verdade e isso de certa forma, ajudou para que a minha queda ao descobrir toda a verdade não fosse tão pior quanto foi.
- Linda... - Ele começou devagar. - Tem mais coisa ai, não tem? Você não está assim somente porque descobriu que tem um irmão, não é?
- Eu sabia que você tinha percebido.
- Qualquer um que visse o que eu vi mais cedo no quarto perceberia isso.
- Disse ele.
- Eu sei, e foi por isso que eu pedi a você que viesse me encontrar, para eu poder te explicar tudo, mais antes você tem que me prometer que não vai contar nada do que eu te disser aqui para ninguém.
- Você sabe que pode confiar em mim Linda, como eu disse na carta que eu deixei para você junto com a chave, para mim a nossa amizade continua a mesma, nada mudou. - Eu respirei fundo e olhando para o meu pés eu contei a ele tudo o que havia acontecido entre Romeu e eu desde que nós nos conhecemos no acampamento até agora, quando eu finalmente terminei, Léo disse.
- Quando a Rosa me disse que a sua mãe havia contado a ela pelo telefone sobre o seu irmão que tinha sido roubado e que eles o tinham encontrado, eu fiquei chocado e imaginei como você deveria estar se sentindo depois de descobrir tudo isso, mais agora depois do que você acabou de me contar, eu não realmente não consigo nem imaginar como deve estar sendo para você.
- Ele Falou.
- Eu o amo, Léo, essa é a pior parte.
- Falei ainda sem olhar para
ele. - Desde que eu descobri que nós somos irmão eu fico repetindo para mim mesma sem parar que eu tenho que esquece-lo, que eu tenho que arrancar esse sentimento proibido do meu coração, mais eu não consigo. Toda vez que ele chega perto de mim, eu... - Não consegui continuar, não dava.
- Os seus pais sabem? Porque você me disse que o seu pai viu vocês dois se beijando uma vez, você acha que ele desconfia?
- Como eu disse, eu inventei uma desculpa para ele.
- Mais mesmo assim eu acho que isso não é o bastante para faze-lo esquecer essa idéia, ainda mais quando vocês dois ficavam praticamente todo o tempo juntos. - Era agora, eu teria que contar para ele que eu o havia metido nessa história.
- Na verdade, eu acho que ele já esqueceu, porque antes de nós voltarmos para cá eu disse a ele que eu gostava de outra pessoa. - Falei e olhei para ele. - Eu disse a ele que eu gostava de você.
- Você disse o que?! - Léo agora estava surpreso.
- Ele veio me confrontar sobre isso e eu, para faze-lo esquecer esse assunto acabei mentindo e dizendo que na verdade eu gostava de você desde quando nós éramos crianças e que eu só não tinha falado nada porque eu estava esperando ver você de novo para poder confirmar os meus sentimentos. - Falei lhe pedindo desculpas logo em seguida. - Léo, me desculpe por ter metido você nessa confusão, eu juro que eu não queria fazer isso, mais eu não tinha outra opção.
- Linda, não precisa se desculpar por isso, eu não estou chateado, então não se preocupe, na verdade, estou até lisonjeado, eu seria a pessoa mais sortuda do mundo se alguém como você se interesasse por mim.
- Léo, não fale assim ou eu vou acabar acreditando em você. - Falei sorrindo pois eu pensava que ele estava brincando.
- Eu estou falando sério Linda. - Ele disse e pegou as minhas mãos. - Você pode ter mentido para o seu pai quando falou que gostava de mim, mais a verdade é que eu sempre fui apaixonado por você, desde quando nós éramos crianças e nós brincavamos juntos escondidos da sua mãe. - Eu não sabia o que dizer, eu com certeza não estava preparada para ouvir aquela declaração de
Léo. - Eu sei que você não gosta de mim dessa forma, sei que tem outra pessoa em seu coração e que a sua vida agora está uma bagunça, mais me deixe tentar ser a sua calmaria em meio a essa tempestade que você está enfrentando, me deixe tentar fazer você esquecer esse amor impossível do seu coração.
Realmente a minha vida estava exatamente como ele havia descrevido, era como se eu estivesse no meio de uma tempestade buscando desesperadamente por um abrigo para poder me abrigar dessa tempestade e, talvez Léo pudesse ser esse abrigo que eu estava precisando.
- Sim. - Eu disse. - Eu acho que nós podemos tentar, só vamos ir devagar, tudo bem? Como você disse, eu estou passando por muita coisa agora e eu preciso de um tempo para absorver tudo isso.
- Eu prometo que você não vai se arrepender dessa chance que está me dando, eu prometo que vou fazer você feliz. - Ele disse e depois me envolveu em um abraço que eu retribui. Eu iria tentar, eu precisava esquecer Romeu e, também, as pessoas dizem que você pode curar um amor com outro e eu iria tentar ao máximo fazer com essa frase se tornasse realidade, mesmo sabendo que eu acabaria machucando tanto eu quanto Romeu no processo, mais talvez nesse caso, a dor fosse a cura que nós dois estávamos precisando para nos curar desse sentimento proíbido que existia dentro dos nossos corações, até porque pelo visto ele já havia começado a tentar fazer isso, já que tinha deixado de usar o colar que era o símbolo do sentimento que nós tinhamos um pelo outro.
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Até Onde Você Iria Por Amor. Concluída.
RomanceLinda. Eu cresci entre o amor e o ódio. Minha mãe me odeia desde que eu nasci, ao olhar dela eu nunca fui merecedora de nenhum gesto de afeto, nenhum abraço, nenhuma palavra de carinho e muito menos do seu amor. Já meu pai, ele me ama muito. Consigo...