Romeu Alcântara.
Nós comemos em silêncio, mais minha mente estava muito barulhenta.
Ela já tinha me contado o porque dela não ter me procurado na nossa pequena duiscussao mais cedo, mais eu queria saber mais, na verdade, eu queria saber tudo. Aonde morava, se ainda desenhava, o que tinha feito no internato, se tinham amigos, como era a sua família, quanto tempo iria ficar no Rio de Janeiro... Eu queria tudo o que ela pudesse me dar e mais um pouco e eu senti no momento em que a beijei que ela também estava disposta a me dar.
Quando eu a beijei... Eu não tenho palavras para explicar o que eu senti, eu desejei por anos sentir aqueles lábios novamente nos meus, inclusive cheguei a sonhar várias vezes com ela, no sonho eu não via o seu rosto, apenas os seus lábios os quais eu beijava com ternura e com urgência, eu queria aquele beijo mais do que qualquer coisa no mundo. Mais o nosso beijo foi diferente do beijo que trocamos quando eramos crianças, aquele beijo foi inocente, sem malícia, puro e verdadeiro. Já esse não, ele foi igualmente verdadeiro, mais com uma paixão e um desejo avassalador e, mesmo não tendo beijado nenhuma outra garota em todos esses anos, eu sabia exatamente o que estava fazendo, eu me deixei guiar pelo o que estava sentindo mais, claro, com respeito e esperando o seu consentimento, afinal, também era o primeiro beijo dela, bom, foi o que ela disse e confesso que saber disso me deixou aliviado, saber que ninguém a havia tocado a não ser eu e, por conta disso eu não podia ir longe demais.
Agora aqui estamos nós, almoçando juntos depois de oito anos separados e eu não vejo a hora de terminamos de comer, pois nós temos muitas coisas para falar e eu também tenho um pedido para fazer.
- Eu estou satisfeita. - Ela disse empurando o prato quase vazio um pouco para a frente e tomando o seu suco de laranja. - Estava tudo ótimo.
- Fico feliz que tenha gostado. - Digo e também empurro o meu prato para a frente que ainda tem metade da comida no prato, para ser sincero eu estava sem fome. - Vamos então? - Ela faz que sim com a cabeça colocando o copo vazio em cima da mesa. Então nós nos levantamos e seguimos em direção ao caixa aonde Laura estava, ela sorriu assim que nós nos aproximamos.
- Já estamos indo Laura. - Digo. - Estava tudo ótimo.
- Estava mesmo, esse lugar é realmente adorável. - Linda diz e faz menção de pegar algo em sua bolsa, o que imagino ser dinheiro para pagar a sua refeição, mais eu afasto a sua mão delicadamente da bolsa e falo para ela.
- Não se preocupe, é por minha conta. - Digo e lhe dou um sorriso que ela retribue. Então me volto para Laura, pego a minha carteira do bolso, retirando de lá o dinheiro e a entrego.
- Fico feliz que tenham gostado. - Diz Laura e olha para Linda. - Gostei muito de te conhecer, você me parece ser uma boa garota e também é a primeira pessoa que o Romeu trás aqui.
- Obrigada, também gostei muito de conhecer você e também. - Linda me olha com um sorriso. - Obrigada por me contar que sou a primeira pessoa que o Romeu trás aqui. - Eu sabia que ela não iria deixar passar essa informação.
- De nada querida e, se quiser saber mais coisas sobre ele, basta aparecer por aqui que eu vou ter muito prazer em lhe contar. - Laura disse e deu uma piscadinha para Linda.
- É melhor nós irmos. - Eu disse já pegando a mão dela. - Antes que vocês resolvam tirar o dia juntas para ficarem fofocando sobre mim. - Todos nós rimos com esse meu comentário e então eu deixei a minha moto estacionada em frente ao quiosque e segui com Linda em direção a praia, no caminhos nós tiramos os sapatos e o seguramos na mão que estava livre e então começamos a caminhar descalços pela beirada do mar de mãos dadas enquanto Linda olhava simplesmente encantada para o mar.
- É realmente a primeira vez que você vê o mar? - Eu perguntei enquanto caminhavamos.
- Sim. - Ela disse. - Eu nunca fui a praia quando era criança, depois fiquei oito anos no internato e só voltei agora.
- Pelo o que eu me lembre você disse que morava em São Paulo com os seus pais. - Finalmente estavamos começando a conversar.
- Naquela época era assim, mais depois que eu fui embora o meu pai se tornou sócio de um hospital daqui, mais ele também trabalha nele, como cardiologista. - Disse enquanto nós continuavamos caminhando.
- Foi o seu pai que resolveu te mandar para o internato? - Eu precisava saber quem era o responsável pela nossa separação.
- Acho que foi decisão da minha mãe, mais por alguma razão o meu pai concordou. - Então a culpa era dos dois. - A minha relação com a minha mãe nunca foi fácil, ela nunca me deixou ficar perto dela, era sempre os empregados que cuidavam de mim enquanto ela ficava trancada no quarto o dia inteiro.
- Porque? - Eu stava surpreso, como uma mãe não iria querer a filha por perto, ainda mais alguém como Linda, que era tão doce.
- Eu não sei. - Sua voz soava triste, dava para perceber só pelo tom de voz dela o quanto a rejeição da mãe a machucava, já odiava essa mulher mesmo sem nem conhece-la, só por ela tê-la magoado assim. - Meu pai sempre me dizia que ela me amava e que esse era só o jeito dela e que ela sempre foi assim, mais uma vez Léo me disse que um dia o pai dele falou que ela era uma mulher gentil com todos quando ele começou a trabalhar lá, mais depois ela mudou.
- Léo? - Eu não podia deixar passar esse nome.
- Sim. Léo é o filho do motorista da minha casa em São Paulo. - Não pude deixar de notar que o tom triste de sua voz foi embora ao falar esse nome. - Ele ficava com o pai todos os fins de semana e nas férias também, então nós acabamos nos tornando melhores amigos. - Senti uma pontada de ciúme ao imaginar Linda do lado desse garoto. - E mesmo ele sendo quatro anos mais velho do que eu sempre brincava comigo.
- Ele ainda frenquenta a casa? -Perguntei.
- Eu não sei, como eu só voltei hoje ainda não sei de muita coisa. - Ela respondeu.- O meu pai foi me buscar no aeroporto mais depois de me deixar no seu apartamento ele recebeu uma ligação do hospital e teve que ir até lá, pelo o que ele disse, só vai voltar a noite.
- E você vai voltar para São Paulo? - Senti uma pontada de tristeza ao imaginar Linda indo para longe de mim.
- Eu não sei... A minha mãe não me ligou nenhuma vez durante esses anos em que eu estive no internato, então eu não acho que ela vai querer que eu volte para São Paulo. - Disse. - Na verdade, foi por isso que resolvi vir direto para o Rio de Janeiro e ficar com o meu pai, mais é claro que em algum momento eu terei que ir para lá. - Eu iria torcer para que essa ida dela para São Paulo fosse demorar muito. - Mais e você? Eu lembro que você disse que morava aqui no Rio de Janeiro com a sua ymae.
- Sim, eu sempre morei aqui no Rio com a minha mãe. - Respondi.- Acho que você se lembra que eu disse que o meu pai morreu antes de eu nascer, certo? - Ela fez que sim com a cabeça. - Bom, no começo a minha mãe trabalhava em um restaurante e eu ficava em uma creche, mais alguns anos depois ela conseguiu outro emprego na casa de uma senhora muito boa e, como essa senhora não tinha filhos ela gostava muito de mim, na verdade, foi ela que pagou para eu ir naquele acampamento, se não fosse por ela, eu nunca teria ido.
- Eu preciso agradece-la por isso. - Ela disse.
- Isso não vai ser possível, ela morreu poucos meses depois que eu voltei do acampamento.
- Eu sinto muito. - Ela disse e segurou a minha mão com mais força, então eu lhe dei um meio sorriso.
- Não tem problema, isso já faz algum tempo. - Disse. - Depois que ela morreu um advogado veio falar com a minha mãe e disse que a senhora Lucinda havia deixado tudo para nós, a casa, as jóias, a pensão do falecido marido e uma boa quantia em dinheiro no banco em meu nome que eu só teria acesso ao completar dezoito anos.
- E depois? - Ela perguntou.
- Terminei os estudos, peguei um pouco desse dinheiro para comprar a minha moto e consegui um emprego naquela loja.
- E voce ainda mora com a sua mãe?
- Sim. - Disse.- E também ainda moramos na casa que era da senhora Lucinda, nós apenas diminuímos os empregados. - Nós caminhamos um pouco para longe aonde a água do mar não chegava.
- E onde fica essa casa?
- Em um bairro bem próximo do centro. - Disse. - E o apartamento em que você está morando com o seu pai? - Perguntei. - Aonde fica?
- Aqui mesmo em Copacabana, na verdade eu acho que estamos bem perto de lá. - Ela disse, parando, e se sentando na areia, eu me sentei ao lado dela em seguida e nós ficamos olhando para o mar.
- Você ainda desenha? - Eu perguntei e com isso o seu lindo sorriso voltou a aparecer.
- Sim, inclusive eu fui no centro para comprar alguns materiais já que eu não trouxe nada comigo de Londres. E você? - Perguntou. - Já que trabalha em uma loja de quadros suponho que ainda goste de arte. - Sorri.
- Sim, eu ainda amo arte e como eu terminei o ensino médio ano passado, resolvi tirar esse ano para descansar um pouco e quem sabe começar um curso de Markenting ano que vem para começar a montar a minha loja.
- Nesse caso trabalhar nessa loja deve estar te ajudando a entender um pouco sobre como funciona o negócio.
- Sim, fora que trabalhar com quadros é um prazer para mim. - Disse. - E você? Pretende fazer algum curso ou algo assim? - Percebi que ela exitou um pouco, mais enfim respondeu.
- Sim, eu pretendo estudar arte, mais ainda não falei com o meu pai sobre isso porque desde quando eu era criança ele sempre falava que queria eu fosse médica como ele, então eu vou dar um tempo antes de falar com ele sobre isso.
- Você acha que ele vai se opor?
- Não, eu dúvido muito. Diferente da minha mãe, o meu pai me ama e só quer me ver feliz, mais tenho certeza que ele vai ficar um pouco triste, já que o meu avó também era médico.
- Pelo menos você já tem um emprego garantido. - Eu disse. -Ela virou o rosto para olhar para mim.
- Tenho? - Perguntou, parecendo confusa.
- Você já esqueceu que nós combinamos que você irá vender os seus desenhos na minha loja? - Eu disse e ela riu.
- Isso é verdade e, por falar nos meus desenhos, você ainda tem o desenho que eu fiz de você quando estavamos no acampamento? - Eu não respondi, envés disso eu peguei a minha carteira do bolso da calça, abri e tirei de lá um papel dobrado em um pequeno quadrado e entreguei a ela, que desdobrou o papel com cuidado, quando finalmente abriu a folha por completo ela sorriu e pude ver que também estava emocionada, ela provávelmente achou que eu não tinha mais aquele desenho e imagino que nem se quer havia passado pela sua cabeça que eu o carregava comigo.
- Eu não consigo acreditar que você ainda tem isso. - Disse.
- Eu jamais poderia me desfazer dele, além de ter sido um presente seu, também é o primeiro desenho que você fez de uma pessoa e, quando você se tornar uma artista famosa, eu vou poder dizer para todo mundo que eu tenho o primeiro desenho da grande artista Linda Graymark. - Disse orgulhoso. Ela me entregou o desenho novamente e eu o guardei na carteira outra vez.
- Acha mesmo que eu vou conseguir? - Ela perguntou. Então eu peguei a sua mão e ela olhou para mim.
- Eu tenho certeza disso. - Respondi e apertei mais a sua mão. - E eu vou estar aqui para te aplaudir de pé quando você realizar a sua primeira exposição. - Nós ficamos nos olhando por um tempo e eu não conseguia mais me controlar, eu precisava
beijá-la, precisava beijar Linda tanto quanto precisava de ar para respirar. Então eu a puxei pela sua mão e a beijei.
Nossos lábios se moviam enquanto eu a segurava pela cintura e as mãos dela passeavam pelos meus cabelos.
Nós nos beijavamos com urgência, esplorando cada parte dos lábios um do outro, eu não conseguia parar de beija-la, eu não queria parar, sempre que eu a beijava eu queria mais, eu nunca estava satisfeito e duvido que um dia estivesse, eu sempre iria querer mais dela e pela forma como ela retribuia a cada toque meu, estava claro que ela também se sentia da mesma forma, o que me deixava com uma sensação de imensa felicidade dentro do meu coração ao saber que ela também se sentia da mesma que eu.
Nós inda estavamos em nosso beijo avassalador quando o toque de um celular nos trouxe de volta a realidade e nós nos afastamos, ofegantes, nós nos olhamos por alguns segundos até ela começar a abrir a bolsa e pegar o seu celular de lá, o atendendo em seguida.
- Oi, papai. - Passei a mão no meu cabelo e a observei enquanto falava com o pai. - Sim papai, eu estou bem, já comi e estou na praia agora. Eu não estou sozinha. - Ela olhou para mim e depois sorriu.- Estou com um amigo. - Eu devolvi o sorriso. - Papai! - Ela estava com uma expressão horrizada e divertida no rosto. - Eu explico tudo quando você chegar em casa, ok? Eu não vou voltar tarde, na verdade eu estou bem próxima de casa, pode deixar, eu prometo. Até mais tarde, papai. Eu também te amo, xau. - Ela desligou e voltou a guardar o celular em sua bolsa.
- O que o seu pai disse para você ficar com aquela cara? - Eu disse com um sorriso divertido em meu rosto.
- Nem queira saber.
- Agora eu realmente quero saber o que foi.
- Você vai mesmo me fazer repetir as palavras do meu pai em voz alta?
- Foi tão horrível assim?
- Não foi horrível, foi no mínimo constrangedor. - Eu ergui a sombrancelha e ela suspirou, derrotada. - Ele disse que como em apenas algumas horas na cidade eu já estava em um encontro com um amigo, amanhã mesmo iria comprar camisinhas e deixa-las no banheiro, já que provávelmente eu estaria casada até a semana que vem e não queria netos até que eu tivesse terminado a faculdade. - Eu caí na gargalhada na mesma hora, era impossível não rir depois de um comentário como esse e ainda mais porque Linda estava com as bochechas vermelhas, ela me deu um soco de leve no meu braço e juro que me esforcei ao máximo para parar de rir, mais estava difícil.
- Desculpa, mais até você tem que admitir que foi engraçado. - Ela tentou em vão esconder um sorriso, o que só me fez ficar com vontade de rir ainda mais, mas é claro que eu não fiz isso.
- Foi um pouco, mais garanto que foi mais constrangedor do que engraçado e, eu espero que depois disso, quando ele chegar em casa não queira ter aquela conversa comigo, porque se não eu juro que volto para São Paulo no primeiro voou, prefiro mil vezes ter enfrentar o desprezo da minha mae a isso. - Ela disse e agora realmente estava rindo.
- Bom, se isso acontecer, me avise para que eu possa fazer as malas e encontrar você no aeroporto.
- Você iria comigo para São Paulo? - Seu olhar estava divertido.
- Acha mesmo que eu vou deixa-la se afastar de mim novamente, senhorita Graymark?
- Então está me dizendo que o meu pai esta certo sobre o meu casamento na semana que vem? - Ela disse arqueando um sombracelha.
- Digamos que não ha nada que eu não faria por você. - E era verdade, sei que parece loucura já que nós estamos praticamente nos conhecendo hoje, mais cada palavra que eu acabei de falar era sincera, estar com Linda era como estar em casa, era como se eu estivesse ouvindo uma música que despertava cada emoção, cada sentimento dentro da minha alma, sentimentos e emoções que eu nunca havia sentido antes, que eu nem mesmo sabia como eles se chamavam, mais eu queria descobrir cada um deles com ela.
- Você não sabe quantas vezes eu me imaginei com você. - Ela se aproximou de mim e colocou a mao na minha bochecha tão delicadamente que parecia com o toque de uma pena em meu rosto. - Não sabe quantas noites eu sonhei com você. - Disse e eu cobri a mão dela com a minha.
- Você sonhou comigo? - Eu perguntei com a voz suave, ela havia dito que tinha sonhado comigo, e aquela afirmação fez com que as batidas do meu coração começassem a aumentar, pois eu também havia sonhado com ela e ao imagina-la sonhando comigo a noite me fez descobrir o nome de um dos sentimentos que até então era desconhecido para mim, saber que ela também tinha sonhado comigo fez com que eu me sentisse confortado por não ser o único que havia sentido saudade. Ela fez que sim com a cabeça e voltou a falar.
- Sim, muitas vezes. No começo eu sonhava que você aparecia no meu quarto e dizendo que tinha ido me buscar, depois começei a sonhar que o reencontrava em vários lugares, na praia, no aeroporto, até na minha casa em São Paulo... Que você me dizia que nunca tinha me esquecido e que tinha esperado por mim, foram esses sonhos e a esperança de nós nos encontrarmos novamente que me deu forças para aguentar todos esses anos no internato.
- Você não deixou de pensar em mim todo esse tempo? Não pensou que seria melhor me esquecer ou que talvez o que nós tínhamos sentido naquela época fosse coisa de criança e que não tinha importância? - Eu precisava saber disso, precisava saber se ela tinha dúvidas do que sentia ou se os seus sentimentos haviam mudado, precisa ter certeza de que ela sentia o mesmo que eu.
- Nunca. - Ela disse com firmeza. - Eu não sei como explicar, mais eu sempre carreguei um sentimento comigo, como se algo estivesse faltando, eu convivi com essa sensação por anos, um sentimento de vazio que eu não conseguia explicar, um sentimento que nunca desapareceu, até o dia em que eu conheci você, naquele momento, pela primeira vez na vida, eu senti o meu coração completo, mais quando nos separamos, aquele sentimento voltou, parecia que parte do meu coração havia sido levado embora novamente, mais quando nós nos reencontramos aquela sensação foi embora de novo.
- Linda...
- É você Romeu, você é parte que faltava no meu coração, antes mesmo de eu conhecer você, o meu coração já sentia a sua falta. - Ela se aproximou um pouco mais de mim. - Você me disse que não ha nada que você não faria por mim, e agora sou eu que vou dizer isso, não ha nada que eu não faca por você.
Não havia mais nada a dizer, e não tinha mais nada que eu precisa saber saber, eu acabei com a pouca distância que havia entre nós e a beijei, mais dessa vez não foi um beijo feroz ou com desespero, foi um beijo delicado e suave, com toda a emoção que estávamos sentindo.
Quando nós nos afastamos, eu me levantei, deixando os meus tênis na areia e me aproximei um pouco do mar, pensando em como eu iria fazer aquele pedido de uma forma inesquecível, ou pelo menos romântica, foi quando vi um pequeno graveto no chão e tive uma idéia, eu me abaixei para pega-lo enquanto Linda me observava com curiosidade de onde estava enquanto eu rabiscava na areia, quando terminei, eu larguei o graveto no chão e sorri para ela, então ela se levantou e veio andando em minha direção, parando ao lado de costas para o mar enquanto olhava para as palavras que eu havia escrito na areia dentro de um coração e começava a ler em voz alta.
- Linda, você aceita namorar comigo? - Ela olhou para mim, seus olhos cheios de expectativa. - Romeu, isso é serio?
- Sim. - Eu segurei em suas duas mãos e olhei bem no fundo dos seus olhos. - Linda, eu sei que nós nos reencontramos hoje e sei que normalmente as coisas não acontecem assim tão rápido, mais... Linda, acho que nós compartilhavamos o mesmo sentimento mesmo sem saber que em algum lugar do mundo nós existiamos, eu nunca me senti me senti completo, sempre senti que faltava algo em minha vida, como se alguma parte de mim tivesse sido arrancada de mim, talvez aquela história em que no começo os seres humanos eram metade homem e metade mulher e que Zeus os havia separado seja verdade, porque sempre tive a sensação de que faltava algo, como se eu não estivesse em casa, mais quando a conheci esse sentimento desapareceu e quando nós nos afastamos de novo, ele voltou, mais agora que estamos juntos outra vez essa sensação foi embora novamente. - Eu me aproximei mais dela mais sem soltar as suas mãos. - É você Linda, você é a parte que faltava da minha alma, você é o meu lar e eu não quero nunca mais me separar de você, nós podemos ir devagar, nos conhecendo pouco a pouco, pois eu não quero que você se sinta precionada a aceitar, eu juro que se a resposta for não eu vou entender e...
- Sim.
- O que?
- Sim Romeu, eu aceito ser a sua namorada.
E enquanto nós sentiamos a água do mar deslizando sobre os nossos pés e coincidentemente apagando o meu pedido de namoro na areia, nós nos beijamos e ali, com Linda em meus braços e sentindo a doçura do seus lábios eu tive a mais absoluta certeza de que eu jamais deixaria de amar aquela garota e que nada no mundo poderia fazer eu me afastar dela, porque ela era parte da minha alma e do meu coração.
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Até Onde Você Iria Por Amor. Concluída.
RomanceLinda. Eu cresci entre o amor e o ódio. Minha mãe me odeia desde que eu nasci, ao olhar dela eu nunca fui merecedora de nenhum gesto de afeto, nenhum abraço, nenhuma palavra de carinho e muito menos do seu amor. Já meu pai, ele me ama muito. Consigo...