Linda Graymark.
Eu estava sentada na areia da praia com a cabeça deitada no ombro de Romeu em silêncio enquanto nós observavamos o sol se por no oceano a nossa frente.
Depois do nosso beijo após eu dizer sim ao pedido de namoro do Romeu, nós sentamos em silêncio lado a lado, ficamos assim por horas, perdidos nos nossos pensamentos, mais não era um silyencio desconfortável, entre nós tudo era perfeito, até o silêncio. Eu não conseguia parar de repassar na minha mente os acontecimentos desse dia, desde o momento em que eu desembarquei no aeroporto até agora, se alguém me dissesse ontem que hoje eu estaria nos braços do grande amor da minha vida, eu não acreditaria, eu passei anos sonhando com esse dia, imaginando como seria reencontra-lo, se aquele sentimento puro e verdadeiro que nos uniu anos atrás ainda estaria vivo, se ele tinha sobrevivido a tantos anos de distância, eu sabia que da minha parte nada havia mudado, até ouso dizer que ele ficou mais forte, mais em relação a ele as coisas eram mais diferentes, eu havia desaparecido sem nenhuma explicação e sabia que ele estaria magoado, mais se fosse só isso tudo bem, pois eu poderia ter a chance de explicar e, depois que eu lhe contasse como as coisas haviam acontecido, tinha certeza de que ele entenderia, mais se ele tivesse me esquecido, nesse caso as coisas seriam diferentes, pois nesse assim nao haveria nada que eu pudesse fazer a não ser seguir em frente com o meu coração despedaçado.
Mais o meu coração estava certo, sempre que eu me sentia triste ou quando uma voz lá dentro da minha cabeça falava que aquele garoto já deveria ter seguido com a sua vida, o meu coração gritava que essa voz estava errada, que em algum lugar no mundo, entre bilhões de pessoas, existia um garoto chamado Romeu que estava pensando em mim assim como eu estava pensando nele.
E agora, estando aqui ao lado dele, eu agradecia mentalmente ao meu coração por nunca ter me deixado ser convencida pela aquela voz na minha cabeça, por ele, o meu coração, ter sempre gritado mais alto.
Mais apesar de estar nos braços de Romeu agora, eu não posso deixar os meus problemas de lado, afinal, eu não sou mais uma criança que acredita que o mundo é um lugar perfeito, sei que apesar de nós ainda nos amarmos existem coisas que eu preciso resolver, esse é só o meu primeiro dia de volta a minha vida, por assim dizer, preciso saber como as coisas estão, como a vida dos meus pais estão, como eles acabaram assim, como as coisas estão em São Paulo, porque apesar de tudo, a minha mãe ainda era a minha mãe, não importa o quão magoada eu esteja com ela, ela continua sendo a minha mãe e eu me preocupo com ela, e também tem outras pessoas que me importam que ficaram em São Paulo e eu quero saber notícias deles, como Léo e o seu pai, quero saber como eles estão e, claro, revê-los, fora o meu pai, eles foram os únicos que me deram carinho e amor naquela casa.
Também precisava saber como ficaria a minha situação, o meu pai com certeza iria querer que eu fosse a São Paulo o mais breve possível para falar com a minha mãe, mais eu iria protelar essa viagem o máximo que eu pudesse, ainda mais agora que eu tinha reencontrado Romeu, também tinha que falar com o meu pai sobre o fato de querer estudar arte e, por último e talvez o mais importante, quero descobrir o que meu pai e a minha mãe escondem, porque é lógico que tem alguma coisa, esse ódio dela por mim, essa separação deles, com certeza existia algo por trás disso tudo, e eu voltei determinada a descobrir, e por isso tudo eu tinha que fazer um pedido a Romeu, e eu espero que ele entenda, afinal, se eu contasse ao meu pai que logo no primeiro dia em que eu voltei eu tinha arranjado um namorado, ele diria que no mínimo eu sou uma imatura irresponsável, ele não iria aceitar como prova de que Romeu era uma boa pessoa apenas o sentimento em nossos corações, euntao eu respirei fundo e olhei paraRomeu que assim que sentiu o meu olhar sobre ele, virou o rosto em minha direção para olhar para mim.
- Romeu, eu tenho um pedido para fazer a você. - Conhecendo o gênio do Romeu, essa conversa não seria nada fácil.
- Algum problema? - Era imprecionante como ele podia me entender apenas olhando nos meus olhos.
- Romeu, eu não quero que a minha família saiba do nosso namoro por enquanto. - O seu rosto que a segundos atrás estava com uma expressão suave agora estava com uma expressao seria, como eu já havia previsto, essa conversa não seria nada fácil. Romeu ficou de pé com o seu olhar ainda em mim e falou.
- Porque? Porque motivo teríamos que nos esconder? - Eu me levantei ficando de frente para ele e tentei explicar os motivos.
- Romeu, eu praticamente acabei de colocar os pés para fora do avião, como você acha que o meu pai reagir se eu chegar em casa e dizer que em menos de vinte horas eu já arranjei um namorado? Fora a minha mãe, ela já não gosta de mim, se ela souber disso o seu desprezo por mim vai aumentar por achar que eu sou uma garota boba e ingênua por acreditar nas primeiras palavras bonitas que eu ouvi de uma rapaz. - Ele bufou.
- É- isso que você pensa? Que as minhas palavras São apenas palavras bonitas que eu uso para enganar as garotas? - Essas palavras foram o bastante para provar que ele já estava bravo.
- É claro que não, Romeu. Eu sei que as suas palavras são sinceras é eu confio no que sentimos um pelo outro, mais por favor, seja racional.
- Eu estou sendo bastante racional, Linda. Não vejo porque não podemos conversar com a sua família como pessoas adultas e explicar tudo.
- Você sabe pelo o que eu contei a você que a minha família é complicada, por favor, me de um tempo para contar para eles.
- A minha resposta é não. - Por Deus, de quem sera que ele havia herdado aquele bendito gênio! Eu me aproximei dele e coloquei a palma da minha mão em seu rosto.
- É só por um tempo, até eu me estabilizar, eu prometo que não será por muito tempo. - Ele cobriu a minha mão que estava em seu rosto com a sua e suspirou, a expressão em seu rosto também havia se suavisado, ao que parece ele estava sedendo.
- Por quanto tempo?
- Pelo menos até a minha ida para São Paulo, quando eu estiver lá eu contarei para os meus pais e quando eu voltar eu apresento vocês.
- Quando você acha que terá que ir? - Com a outra mão ele afastou uma mecha do meu cabelo que estava no meu rosto e colocou atrás da orelha.
- Eu não sei, tentarei ao máximo protelar até o meu aniversário, é também eu não tenho a menor pressa de voltar para São Paulo, e nós também podemos aproveitar esse tempo juntos para conhecermos mais um do outro, passar mais tempo juntos sem ninguém para nos atrapalhar. - Sorri para ele.
- Seu pai não vai achar estranho o fato de você sair com alguém que ele não conhece o tempo todo? - Dessa vez foi ele que sorriu. - Porque você sabe que eu não vou mais te deixar em paz, não é?
- Ha, mais eu garanto que esse fato não me incomoda nenhum pouco, muito pelo contrário, mais não se preocupe, eu vou falar de você para o meu pai.
- Vai é? - Ele arqueou uma sombrancelha.
- Claro que sim.
- E posso saber o que você vai dizer a ele?
- A verdade, que reencontrei um amigo de anos atrás.
- Quer dizer que eu fui rebaixado para um simples amigo? - Ele disse com aquele sorriso que eu amava em seu rosto. Eu não consegui me controlar e entrelaçei as minhas mãos em seu pescoço e com um enorme sorriso, falei.
- Você sabe que é muito mais do que isso.
- Eu sei? - Disse ele me puxando para si com os braços ao redor da minha cintura.
- Sim.
- E o que eu sou? - Seu olhar agora estava fixo em meus lábios.
- Meu namorado. - E bastaram essas duas palavras para que ele tomasse os meus lábios novamente com um beijo que arrepiou a minha pele inteira.
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Até Onde Você Iria Por Amor. Concluída.
RomansaLinda. Eu cresci entre o amor e o ódio. Minha mãe me odeia desde que eu nasci, ao olhar dela eu nunca fui merecedora de nenhum gesto de afeto, nenhum abraço, nenhuma palavra de carinho e muito menos do seu amor. Já meu pai, ele me ama muito. Consigo...