Numa realidade remota, durante a sua última batalha no Vale do Fim contra Naruto, Sasuke se tornou o vencedor e, ao assassinar o melhor amigo, rompeu o laço que ainda o prendia a tudo o que ele viveu com o Time 7. Também concluiu a sua revolução e s...
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APESAR DE A CHUVA TER PERSISTIDO durante toda a madrugada, quando a alvorada chegou ela trouxe consigo a luz do sol e a promessa de um dia claro e quente em Konohagakure no Sato; e aquilo era tudo o que os seus moradores queriam para o grande dia da nomeação da Nanadaime Hokage.
Sakura tinha conseguido dormir pouco ou quase nada na noite anterior, mal pregando os olhos durante as longas horas que antecederam o alvorecer. Tinha receio de que se fechasse os olhos seria assombrada por pesadelos pavorosos envolvendo um Naruto reanimado nas mãos do inimigo, sendo controlado e obrigado a atacar tudo e todos a quem ele mais amara. Mesmo temerosa, ela não recuou na promessa que fizera a Kakashi e Shikamaru. Seguiria com a cerimônia, e que os céus os ajudassem.
Quando percebeu que o dia estava amanhecendo, a luz pálida espreitando por trás das cortinas semicerradas, ela levou um minuto a mais para decidir se levantar e enfrentar o que a aguardava. Foi até o banheiro e a primeira coisa que fez foi tomar um banho demorado, esperando que a água quente relaxasse a tensão no seu corpo; não foi o caso.
Sakura se vestiu no quarto em seguida. As roupas separadas para aquele dia jaziam sobre a cama e ela as deslizou sobre o corpo, arrumando-se meticulosamente. Passou as mãos pelo vestido vermelho com gola em v e abertura nas laterais que escolhera para a ocasião especial, alisando qualquer amassado ao se encarar no longo espelho. Por baixo, usava o par habitual de shorts preto que chegava até a metade das suas coxas.
Penteou os cabelos ainda meio úmidos e completou o visual com a haori branca com a qual havia sido presenteada pelos seus alunos. Conferiu a aparência uma última vez, assegurando-se de haver coberto as olheiras e o cansaço com maquiagem, antes de deixar o quarto, descendo as escadas.
Na cozinha, deu bom dia a Sasuke e encontrou-o preparando o café da manhã de ambos. Mesmo sem apetite, Sakura se forçou a comer um pouco. Mas durante toda a refeição encontrou-se dispersa, com os pensamentos lhe escapando a todo o momento — incapaz de concluir sequer uma linha de raciocínio — e a mente embotada.
Depois de um tempo, Sasuke parou de comer e ergueu os olhos para o rosto apático dela.
— Ainda preocupada com o dia de hoje?
— Você não está? — ela devolveu a pergunta com um olhar cortante.
Sakura deixou os hashis de lado de vez e afastou a tigela de porcelana enquanto era, enfim, consumida pelos pensamentos sombrios que a haviam perseguido desde o alvorecer daquele novo — e fatídico — dia.
— Tudo o que eu conheço e sei pode mudar hoje, Sasuke-kun — murmurou, abaixando os olhos para a mesa. — E a perspectiva de uma grande mudança pode ser, às vezes, bastante assustadora.
Sakura entrelaçou os dedos, escondendo-os sob a mesa, pois percebeu que eles se moviam com inquietação. Fitou Sasuke com sinceridade e com o coração aberto. Ainda não conseguia acreditar como estava se tornando cada vez mais fácil aceitar aquela verdade que pairava entre ambos. A mesma verdade que fluía a partir do seu coração. Tanto a amargura quanto o sentimento de culpa por admiti-la tinham desaparecido. E aquilo era um verdadeiro alívio.