Capítulo 23: O Chamado dos Mortos

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AS EXPLOSÕES ACONTECERAM QUASE todas ao mesmo tempo

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AS EXPLOSÕES ACONTECERAM QUASE todas ao mesmo tempo. Abalaram o mundo, sacudindo tudo à sua volta e causando tremores potentes o bastante para serem sentidos num raio de pelo menos dois quilômetros. Pessoas exclamaram assustadas e atônitas. Línguas de fogo emergiram da grande ravina, alçando-se aos céus e clareando tudo com uma luz alaranjada intensa. Aqueceram o ar em toda a volta, tornando o calor gentil da manhã uma extensão do próprio inferno.

Depois, veio a sombra e encobriu a luz do sol, transformando o dia em meia-noite. Uma nuvem de fumaça colossal dispersou-se a partir das explosões, estendendo-se sobre o céu diurno como um punho cerrado gigante e furioso. Centelhas cintilaram em meio ao negror como estrelas vermelhas raivosas, aterrissando nas copas das árvores e nos telhados das construções vizinhas. O ar quente adquiriu um sabor acre; tinha gosto de cinzas. Respirar tornou-se mais difícil, as vias respiratórias e os pulmões queimavam ao inalar o ar intoxicado.

Sakura assistiu a tudo aquilo acontecer, petrificada. Levou menos de um segundo para o mundo inteiro à volta dela colapsar num mar de chamas e fumaça. Seus olhos não conseguiam se desviar da silhueta solitária que continuava de pé sobre a porção intacta da face do Nidaime Hokage, o vento agitando o manto negro que usava.

A multidão começou a gritar lá embaixo e isso foi o bastante para despertá-la do estupor. A estrutura abalada da ravina — que assomava muitos e muitos metros acima deles — continuava a estremecer, choramingando como um animal ferido. Sakura moveu os olhos para baixo, para as muitas faces pálidas que olhavam para cima, para a destruição de fogo e rocha que se tornara o monumento dos Hokages.

— Tirem todos daqui! — ela ordenou, erguendo a voz muito acima do lamento da ravina. — Evacuem os civis da área agora! — enfatizou e, com alívio, viu que os shinobis à sua volta começaram a se mover para transmitir a sua ordem.

Kakashi veio para o seu lado, o rosto voltado para cima.

— Sakura! — ele a chamou.

Não houve tempo para que ele concluísse o pensamento, contudo. Grandes pedaços de rocha começaram a se desprender da ravina. Os rostos de pedra dos Hokages começaram a rachar. Fissuras profundas alastraram-se por toda a estrutura com sons que lembravam trovões. As rochas gigantescas deslizaram pela ravina, puxadas pela gravidade. Sakura viu quando a maior delas se desprendeu do rosto do Nidaime e começou a cair. O grande pedaço de pedra sombreou todo o terraço da Torre do Hokage, escurecendo o dia ainda mais.

Sakura ouviu os gritos de alguns shinobis que a acompanhavam ali em cima e não pensou duas vezes. Concentrou chakra nos pés para um salto impressionante, impulsionando seu corpo do chão. Ergueu o punho acima da cabeça, reunindo todo o chakra do corpo em um único membro num único instante. Quando o liberou, seu punho colidindo com o pedaço de entulho gigantesco, o impacto do poder alastrou-se por toda a extensão da rocha e ecoou como a explosão de um vulcão.

A rocha estremeceu, resistindo por um milésimo de segundo antes de ceder ao poder superior de Sakura; centenas de rachaduras brotaram a partir do ponto onde o punho dela fizera contato, alastrando-se por toda a extensão. No segundo seguinte, a rocha foi fragmentada em um milhão de pedaços. Tão pequenos que quando choveram sobre as cabeças das pessoas sobre o terraço da construção mal passavam de cascalhos insignificantes.

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