Capítulo 20: Quebra de Confiança

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SAKURA ESTAVA DISPOSTA A ESPERAR por quanto tempo precisasse para a chegada de Sho, para ouvir o que tinha a lhe dizer e conceder a ele a chance de se explicar, o benefício da dúvida antes que saltasse para conclusões precipitadas e injustas

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SAKURA ESTAVA DISPOSTA A ESPERAR por quanto tempo precisasse para a chegada de Sho, para ouvir o que tinha a lhe dizer e conceder a ele a chance de se explicar, o benefício da dúvida antes que saltasse para conclusões precipitadas e injustas. Não era uma pessoa de julgamentos apressados, afinal.

Se fosse sincera consigo mesma, no entanto, admitiria que estava ansiosa para ouvir quais explicações ele lhe daria e se elas soariam convincentes aos seus ouvidos. Parte dela, a mais calma e racional, alegava que tinha de haver algum mal entendido ali, afinal, Sakura conhecia Sho havia anos. Por um tempo, eles até mesmo sustentaram um relacionamento íntimo.

Outra parte dela, porém, indagava se havia chegado mesmo a conhecê-lo, se arranhara ao menos a superfície de quem verdadeiramente era Fukuda Sho. Talvez, ela houvesse se enganado a respeito dele, talvez ele houvesse mostrado a ela apenas o lado que gostaria que visse. Era um pensamento assustador para Sakura, e envergonhava-a duvidar dele daquela maneira, mas quanto mais ela se aprofundava naqueles questionamentos mais percebia que talvez não fosse gostar das respostas que ele lhe daria.

Quando Sho apareceu na sua porta, os olhos buscando por ela no mesmo instante, Sakura sentiu-se estremecer. Teria de estabelecer uma linha tênue ali, separando a mulher da Hokage, a ex-amante da líder militar. Não importava o quanto aquilo fosse machucá-lo, Sakura cumpriria o seu papel ali.

— Mandou me chamar? — ele indagou antes de entrar na sala, permanecendo junto à soleira.

— Pode entrar, Sho — Sakura anuiu.

Sho fez como ela pediu, fechando a porta depois de passar e correndo os olhos pelos outros presentes rapidamente. Apenas Shikamaru e Ibiki tiveram permissão de permanecer no recinto, e a presença dos dois pareceu acender algum tipo de alerta em Sho, pois a expressão no rosto dele mudou da água para o vinho. Era impossível não notar, para alguém tão observadora quanto Sakura, a rigidez que o tomou, a tensão que se espalhou pelos membros do corpo, tornando-o mais cauteloso e desconfiado.

— Preciso te fazer algumas perguntas — ela começou, entrelaçando os dedos; sentia-se fria por dentro, uma frieza que se alastrava pela sua espinha como uma doença. — E espero que possa respondê-las com a verdade, e apenas com a verdade, Sho.

Sho escondeu as mãos atrás do corpo, empertigando-se. Ergueu o queixo num gesto desafiador, como se não tivesse nada a esconder ou temer. Como se a verdade não o assustasse como assustava Sakura.

— Não tenho nada a esconder, Nanadaime-sama.

Não escapou à Sakura a frieza incutida no tom que ele usou. Conseguia imaginar como aquela conversa poderia tomar rumos e proporções inesperadas num único instante. Bastaria que Sho confirmasse qualquer uma das suas especulações. Bastaria que ele fomentasse, com uma única resposta afirmativa, os medos no seu coração.

Sakura se endireitou, procurando uma posição mais confortável. Sob os antebraços apoiados na mesa, jazia a pasta com os documentos fornecidos por Ibiki Morino durante a sua investigação. Ela não queria acreditar que Sho pudesse estar, de alguma forma, envolvido naquela ameaça que pairava sobre a vila, mas se fosse necessário arrancaria toda a verdade dele e o puniria de acordo com a gravidade do que ele escondera dela.

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