Capítulo 2

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Está muito claro aqui, não consigo enxergar direito.

Minhas pernas caminham a minha frente mesmo eu não enxergando o caminho direito. Parece sujo. É um prédio? Um edifício? Não sei dizer.

Oi? — grito com a esperança de alguém me responder.

Mas só recebo o silêncio como resposta.

"Mas que droga!" chingo em pensamento. Continuo caminhando naquele local e tropeço em algo, olho para o chão e é um pedaço grande de... Parede? Um muro? Olho a minha volta e consigo enxergar com certa dificuldade outros destroços.

O que aconteceu aqui?

Mais alguns passos adiante, consigo ouvir algo, parece alguém chamando.

Oi? — digo mais uma vez.

...uda. — ouço bem distante, não consigo entender.

Por favor, onde você está? Não consigo te ouvir direito. — grito.

Me... aju...da. — a voz fala com dificuldade e começo a andar mais rápido pelos destroços, quase correndo.

Ei. — grito olhando toda a bagunça a minha volta apertando meus olhos por causa da claridade e poeira.

Essa pessoa deve estar presa nesses destroços, sentindo dor e com medo, mas não consigo encontrar. Começo a correr tropeçando vez ou outra. Finalmente consigo ver adianta a silhueta de alguém, parece estar de joelhos no chão com a cabeça abaixada.

Corro ainda mais rápido para socorrer essa pessoa que parece ferida. Quanto mais eu chego perto, mais meu coração se aperta e mais minhas pernas se recusam a continuar.

Que estranho.

Com cinquenta metros de distância da pessoa, eu consigo entender porque o meu corpo todo estava reagindo ao contrário das minhas ações. No momento que a pessoa começa a levantar a cabeça eu começo a implorar para que ela pare. Eu imploro para que eu pare de ir até lá. Lágrimas descem como cachoeira dos meus olhos e chego cada vez mais perto, me dando conta cada vez mais de quem está diante de mim. Meu coração se aperta e pulsa tanto que parece que vou vomita-lo para fora. Minha mente está uma bagunça total e eu só quero que isso acabe. Por favor, pare. Por favor, eu não aguento mais. Por favor.

Meus pés tropeçam em um escombro e dessa vez eu caio de joelhos, bem em frente a essa pessoa. Eu não quero olhar, eu não vou olhar, é um pesadelo, só um pesadelo.

Me... — essa pessoa diz.

Para.

Me aju...

Por favor para.

Me aju...

Mas que inferno. Tapo meus ouvidos na esperança de não escutar mais nada, só que foi pior.

ME AJUDA. — o grito foi tão alto que mesmo com meus ouvidos tampados pelas minhas mãos eu me assustei e olhei diretamente para o rosto da pessoa a minha frente. Ele está tão perto que nossos narizes quase se tocam. Arregalo meus olhos com o pavor de toda a cena a minha frente e tento gritar.











Acordo assustada e olho para a janela do meu quarto com a cortina um pouco aberta fazendo com que a luz do sol entre. Pisco algumas vezes e sinto meu coração palpitando rápido e forte no meu peito ainda por conta do sonho. Limpo as lágrimas que descem dos meus olhos e me levanto indo para o banheiro. Tenho que me arrumar para tomar café.

Expansão do Amor - 𝔖𝔞𝔱𝔬𝔯𝔲 𝔊𝔬𝔧𝔬Onde histórias criam vida. Descubra agora