Está muito claro aqui, não consigo enxergar direito.
Minhas pernas caminham a minha frente mesmo eu não enxergando o caminho direito. Parece sujo. É um prédio? Um edifício? Não sei dizer.
– Oi? — grito com a esperança de alguém me responder.
Mas só recebo o silêncio como resposta.
"Mas que droga!" chingo em pensamento. Continuo caminhando naquele local e tropeço em algo, olho para o chão e é um pedaço grande de... Parede? Um muro? Olho a minha volta e consigo enxergar com certa dificuldade outros destroços.
O que aconteceu aqui?
Mais alguns passos adiante, consigo ouvir algo, parece alguém chamando.
– Oi? — digo mais uma vez.
– ...uda. — ouço bem distante, não consigo entender.
– Por favor, onde você está? Não consigo te ouvir direito. — grito.
– Me... aju...da. — a voz fala com dificuldade e começo a andar mais rápido pelos destroços, quase correndo.
– Ei. — grito olhando toda a bagunça a minha volta apertando meus olhos por causa da claridade e poeira.
Essa pessoa deve estar presa nesses destroços, sentindo dor e com medo, mas não consigo encontrar. Começo a correr tropeçando vez ou outra. Finalmente consigo ver adianta a silhueta de alguém, parece estar de joelhos no chão com a cabeça abaixada.
Corro ainda mais rápido para socorrer essa pessoa que parece ferida. Quanto mais eu chego perto, mais meu coração se aperta e mais minhas pernas se recusam a continuar.
Que estranho.
Com cinquenta metros de distância da pessoa, eu consigo entender porque o meu corpo todo estava reagindo ao contrário das minhas ações. No momento que a pessoa começa a levantar a cabeça eu começo a implorar para que ela pare. Eu imploro para que eu pare de ir até lá. Lágrimas descem como cachoeira dos meus olhos e chego cada vez mais perto, me dando conta cada vez mais de quem está diante de mim. Meu coração se aperta e pulsa tanto que parece que vou vomita-lo para fora. Minha mente está uma bagunça total e eu só quero que isso acabe. Por favor, pare. Por favor, eu não aguento mais. Por favor.
Meus pés tropeçam em um escombro e dessa vez eu caio de joelhos, bem em frente a essa pessoa. Eu não quero olhar, eu não vou olhar, é um pesadelo, só um pesadelo.
– Me... — essa pessoa diz.
Para.
– Me aju...
Por favor para.
– Me aju...
Mas que inferno. Tapo meus ouvidos na esperança de não escutar mais nada, só que foi pior.
– ME AJUDA. — o grito foi tão alto que mesmo com meus ouvidos tampados pelas minhas mãos eu me assustei e olhei diretamente para o rosto da pessoa a minha frente. Ele está tão perto que nossos narizes quase se tocam. Arregalo meus olhos com o pavor de toda a cena a minha frente e tento gritar.
Acordo assustada e olho para a janela do meu quarto com a cortina um pouco aberta fazendo com que a luz do sol entre. Pisco algumas vezes e sinto meu coração palpitando rápido e forte no meu peito ainda por conta do sonho. Limpo as lágrimas que descem dos meus olhos e me levanto indo para o banheiro. Tenho que me arrumar para tomar café.
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Expansão do Amor - 𝔖𝔞𝔱𝔬𝔯𝔲 𝔊𝔬𝔧𝔬
FanfictionÉ possível seguir em frente e amar de novo quando se perde o primeiro amor? Capa feita por: @if4kenma