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Satoru Gojo, você é um completo imbecil.
É exatamente essas palavras que eu merecia ouvir depois do que eu falei para ela.
Ela estava tentando me proteger desesperadamente, isso era visível. Eu ficaria muito feliz por isso se ela não estivesse negligenciando a própria segurança.
Ela é péssima em luta corpo a corpo ainda, e vê-la usar seu escudo em mim e deixando de lado sua própria vida quase me fez ter um infarto.
Porra!
Eu sabia que ela não estava bem desde o momento que eu comentei sobre o filme que assistimos a um tempo atrás. Sei que esse meu comentário foi em um momento errado e que a fez ter lembranças dolorosas.
Me doeu mais do que devia ouvir sua voz tremer por causa do choro quando ela falou comigo de novo.
Eu devo ter mais cuidado com o que falar para ela de agora em diante.
Estamos seguindo de volta para a escola Jujutsu a pé porque nenhum táxi quis dar carona para nós por conta do cheiro. Seria cômico se não fosse trágico.
Ela permanece tão calada que isso está quase me deixando louco.
Levo minha mão até a minha nuca coçando o lugar de leve pensando a melhor maneira de começar uma conversa agora.
E percebo que não há uma boa maneira. Eu agi errado e devo desculpas por isso. Suspiro pela derrota e vergonha e resolvo abrir minha boca grande.
– Me desculpa.
Leva mais de um segundo para eu ouvir sua voz e isso me deixa apreensivo.
– Pelo quê? — ela diz e para o meu alívio sua voz está normal. Calma. Não está cheia de raiva ou tristeza como eu achei que estaria.
Olho para ela e sua expressão está cheia de dor, isso quebra meu coração em mil pedaços e me arrependo completamente de ter olhado. Eu preferia continuar sendo enganado pelo tom de voz dela.
Ela não olha para mim um segundo se quer.
– Pelo que eu te disse lá em baixo. — abaixo minha cabeça e sinto minha garganta se apertar me lembrando das lágrimas em seus olhos lá no esgoto. – Eu não quis te ofender de maneira nenhuma. É só que, você sabe, eu tenho o Ilimitado, então é impossível um inimigo me atingir de qualquer forma.
Eu não consigo olhar para ela agora, eu não quero ver aquela expressão de novo. Eu preferia que ela estivesse me xingando de todas as ofensas possíveis ao invés de estar tão quieta.
– Está tudo bem. — ela diz finalmente. – Sei que não quis me ofender. O erro foi meu.
O quê?
Olho para ela irritado agora, e agradeço por ela não poder ver meus olhos, eles com certeza não esconderiam minha raiva. Eu quero brigar com ela e dizer que não foi um erro dela. Que está tudo bem, que ela só queria me manter seguro, mesmo eu não precisando, eu aprecio isso imensamente.
