Expansão do Amor - 𝔖𝔞𝔱𝔬𝔯𝔲 𝔊𝔬𝔧𝔬

Capítulo 23

Assim que entro no quarto de Satoru Gojo, toda a atmosfera muda.

As cortinas estão fechadas e apenas a luz de um abajur ao lado de sua cama ilumina o cômodo.

Ele estava indo dormir?

Eu ouço a porta sendo fechada com um baque baixo, uma chave é girada e depois um click, e me sinto um coelhinho indefeso que acabou de entrar na cova de um leão. O cheiro dele emana em cada canto desse quarto, e a presença silenciosa dele parada logo atrás de mim faz o meu corpo inteiro estremecer. Mesmo estando de costas para ele, sinto seu olhar queimando as minhas costas. Meu coração está acelerado, está um pouco difícil de respirar, estou nervosa. Mas nenhum desses sentimentos me fazem querer sair daqui. Muito pelo contrário, eu quero continuar com ele dentro desse cômodo razoavelmente grande. Quero saber o que vem a seguir. Quero saber o que ele fará diante de tamanha tensão sexual que emana de nós dois. Se eu estivesse dentro de um livro onde a mocinha se relaciona com um homem lobo, ou em um Omegaverse, com certeza Satoru Gojo seria um alfa no cio por conta de toda a energia, cheiro e pressão que sai dele e pousa com violência em cada célula minha.

– Sobre o que queria conversar?

A voz do Gojo chega aos meus ouvidos grossa, firme e rouca. Eu nunca havia ouvido esse timbre sair da sua garganta antes. Sinto um desconforto em minha blusa, algo está raspando e me incomoda. Dói. Olho para baixo e vejo, através da blusa branca do Yoda do Star Wars, o bico de cada seio meu duro feito pedra. Eu quero toca-los. Não, na verdade eu quero tirar essa blusa, porque o tecido raspando a carne sensível é torturante. E tardiamente me toco que vim para cá sem colocar um sutiã.

Mas diante de toda a situação, eu fiquei excitada apenas em ouvir a voz dele bem atrás de mim. Eu quero me virar e ver o que está ali. Eu quero fazer tantas perguntas das quais eu não me recordo de nenhuma agora. O que era mesmo? Ah, claro. A caixa do chocolate caro pesa na minha mão esquerda, e lentamente, como se eu estivesse diante de um dos maiores predadores, viro meu corpo e olho para o homem a minha frente.

Satoru ainda está perto da porta de entrada. Ele está no canto mais escuro do cômodo me impedindo de olhar direito o seu rosto. Consigo ver suas longas pernas brancas e saradas, seu belo abdômen, mas a partir do seu tronco até a sua cabeça a escuridão da noite me impede de olhar nitidamente sua expressão.

O que eu tinha que perguntar mesmo? Ah, certo. Claro.

– O que é isso? — digo erguendo a caixa de chocolate que está na minha mão a minha frente para que o Gojo veja sem dificuldades.

Ele inclina sua cabeça para o lado sem entender a minha pergunta, e seus olhos azuis brilham no escuro. Meu Deus, ele realmente parece um predador.

– Uma caixa de chocolate? — ele pergunta com sua voz ainda rouca.

– Quero saber o que significa. — digo e coloco a caixa em cima de uma poltrona que está do meu lado esquerdo. – Está querendo compensar alguma coisa?

Os olhos brilhantes voltam para mim novamente e aperto as minhas mãos com força, para que talvez assim, eu possa tremer menos.

– Você é minha... — ele diz endireitando sua cabeça novamente sem tirar os olhos dos meus. E é difícil ignorar o seu tom ameaçador. – Certo? Então é normal que eu te dê chocolates.

Minha? Como ele pode querer dar um de mandão agora sendo que nas últimas semanas ele só se esconde de mim?

– Sim, eu sou sua. — digo não conseguindo negar. – Mas me diz Gojo... Isso foi apenas um presente de um homem para a sua garota, ou foi um pedido de desculpas?