Antes.
Yuri, 17 anos.Todo dia de manhã é praticamente a mesma rotina.
Eu me levanto as 5h30 da manhã, tomo um banho, escovo meus dentes, coloco o uniforme do colégio. Vou ao quarto da minha irmã mais nova, acordo ela, faço ela escovar os dentes (nem sempre tenho vontade de dar banho na pirralha e na maioria das vezes é uma luta fazer ela escovar os dentes), visto nela o seu uniforme da escola e vou para a cozinha preparar o café da manhã.
Fecho a porta do meu quarto e suspiro segurando com força a minha mochila, antes de descer as escadas.
– Não esquece a mochila. — grito para minha irmãzinha.
– Tá. — ela responde com sua vozinha de criança vindo alta de dentro do seu quarto que se encontra ao lado do meu.
Eu desço cada degrau sem pressa. Sem pressa para chegar na cozinha. Sem pressa para ir a escola. Eu não gosto muito de lá. O ano letivo mal começou e eu já gostaria que acabasse.
– Está atrasado. — meu pai diz assim que entro na cozinha.
Ele está sentado em uma das cadeiras em volta da pequena mesa lendo o jornal sobre as notícias recentes. Eu coloco minha mochila em um assento do lado oposto de onde ele está.
– Bom dia pai. — eu digo educado, mas sempre recebo o silêncio ou um grunhido de descontentamento. – A Mai deu trabalho para acordar hoje.
– Então você deveria acordar mais cedo para evitar esse tipo de transtorno.
Eu não digo nada e coloco a água do café para ferver e o leite da minha irmãzinha para esquentar. Minha mãe sai às 5h00 para o trabalho, então eu fico encarregado de cuidar do café da minha irmã, e de brinde o do meu pai também.
Minha mãe trabalha como gerente em um supermercado que abre às 6h00 e meu pai trabalha em uma concessionária de automóveis que abre às 7h30. Ele sempre está de terno e em seu rosto uma expressão arrogante e descontente com tudo e todos. Pelo menos é o que parece.
Eu e minha irmã também temos que estar nas nossas escolas as 7h30. Olho para o relógio pequeno que está no armário da cozinha e vejo que já são 7h00. Droga, eu estou muito atrasado. Desligo o fogo que esquenta o leite da minha irmã, pego o chocolate em pó e coloco uma colher e meia. Olho para a água do café e ela ainda não ferveu. Ele poderia pelo menos ter colocado a água no fogo se percebeu que eu estava atrasado. Mas não ouso falar isso em voz alta.
Ouço minha irmã chegar na cozinha e se sentar. Eu pego um pedaço de pão, passo manteiga e dou a ela juntamente com o leite.
– Você precisa comer rápido. — digo a ela que entende perfeitamente pegando o leite e o pedaço de pão rapidamente.
Minha irmãzinha é um doce. Com apenas cinco anos ela é muito esperta. Ela é educada e muito carinhosa. A única aqui nesta casa que me trata bem e que me ama. Ela me olha com os seus olhos cor de mel iguais os da minha mãe e sorri, sua boquinha está suja de manteiga. Eu sorrio para ela de volta afagando seus cabelos escuros e lisos iguais aos meus. Ela fecha os olhinhos sorrindo com a sua franja roçando levemente as suas pálpebras. Já está na hora de cortar o cabelo dela.
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Expansão do Amor - 𝔖𝔞𝔱𝔬𝔯𝔲 𝔊𝔬𝔧𝔬
FanfictionÉ possível seguir em frente e amar de novo quando se perde o primeiro amor? Capa feita por: @if4kenma