Capítulo 21

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A batida da porta do táxi me faz dar um leve pulo com o susto.

– Seguimos a pé daqui. — o garoto de nome Natan que está como meu parceiro hoje a noite diz.

Eu apenas afirmo com um aceno de cabeça e começamos a andar. Não muito tempo depois chegamos a uma área rural da cidade. Percebo que a noite está escura, sem lua ou estrelas no céu para clarear um pouco o ambiente, e a nossa volta está tão silencioso. Ouço apenas os passos dos nossos sapatos no chão de terra, pequenas pedras e grilos.

– Então... — diz o rapaz ao meu lado. – É a sua primeira caça à uma maldição de nível 5?

– Não. — digo olhando para ele.

– Graças a Deus. — o rapaz sussurra olhando para o chão com um leve sorriso aliviado. Eu arqueio uma sobrancelha com o desdém dele para com as minhas habilidades. Posso parecer frágil e fraca, mas nesses últimos meses eu melhorei muito com os treinamentos. – É a minha primeira vez.

Eu arregalo os meus olhos imediatamente e quase engasgo. Eu estava achando que ele estava me desdenhando, mas na verdade ele estava aliviado por pelo menos eu ser experiente com esse tipo de maldição. Deus, o que eu vou fazer com ele? Realmente colocaram um feiticeiro sem experiência com maldições de nível alto comigo? Isso seria um papel do Gojo ou de outro sensei, não meu. O que eu poderia ensinar à ele?

– Eu vou fazer o meu melhor. — o rapaz diz me olhando e sorrindo largo e confiante.

Eu não consigo repreende-lo e nem fazer cara feia, já que seu entusiasmo, confiança e sorriso me lembra muito o Itadori. E eu já estive no lugar dele, e ainda não sou tão experiente assim, mas eu também farei o meu melhor hoje para que pelo menos eu possa ajuda-lo um pouco, ou que nenhum de nós morra.

– Sim. — digo sorrindo de volta para Natan.











– Natan, você está bem? — eu grito para o rapaz que acabou de ser arremessado pela maldição.

Ouço seu grito e em seguida gemidos de dor.

– Acho que quebrei a perna. — o rapaz diz.

– Droga. — eu balbucio e a maldição a minha frente ri.

Eu corro rapidamente até a criatura e acerto um golpe em seu corpo e a maldição voa com o soco rápido, certeiro e cheio da minha energia amaldiçoada.

No segundo seguinte eu me teletransporto até o rapaz e o vejo caído no chão ao lado de uma pedra grande. Eu me ajoelho na sua frente e observo a situação. Sua perna está virada de um jeito estranho, seus ossos estão para fora e há muito sangue. Nossos olhos se encontram e sua boca e nariz sangram também.

– Está feio né? — ele diz com sua voz baixa e os olhos lacrimejando.

Eu queria muito dizer que ele foi burro em se aproximar tanto de uma maldição nível 5 sem ter experiência nenhuma. Que ele foi burro em não estudar a maldição antes. Que ele deveria ter agido junto comigo e não ter se precipitado tanto. Mas o seu rosto choroso quase corta o meu coração, então eu resolvo não piorar as coisas com as minhas sinceras palavras.

– Está tudo bem, vou te levar de volta para a escola.

Mas antes que eu possa tocar o rapaz, sinto uma rajada de vento no meu lado esquerdo, e um segundo depois uma explosão. Antes que alguma coisa me atinja, antes mesmo que a própria explosão me acerte e me machuque, até mesmo me mate, me teletransporto para outro lugar e não consigo aterrissar de um modo mais profissional, e acabo caindo no chão saindo rolando pelo campo aberto em que estamos.

Expansão do Amor - 𝔖𝔞𝔱𝔬𝔯𝔲 𝔊𝔬𝔧𝔬Onde histórias criam vida. Descubra agora