Expansão do Amor - 𝔖𝔞𝔱𝔬𝔯𝔲 𝔊𝔬𝔧𝔬

Capítulo 7

Droga, a minha cabeça dói demais.

Pressiono minha têmpora com meus dedos enquanto ando desanimada pelo corredor dos quartos em direção a cozinha para tomar café. Fui dormir muito tarde e acordei muito cedo.

Tudo culpa de Satoru Gojo.

Ouço uma porta se abrir e fechar rapidamente e logo em seguida passos vindo na minha direção.

Um braço passa em volta dos meus ombros me aproximando mais da pessoa ao meu lado.

– Bom diaaa. — Itadori diz alto demais.

Pelo amor de Deus.

Sorrio da melhor forma que posso para o rapaz alegre de cabelo rosa.

– Bom dia.

– Iiiih, que isso? — comenta ele. – Desanimada assim tão cedo.

E você animado assim tão cedo. Gostaria muito de dizer isso, mas Itadori é doce demais pra receber uma dessas logo de manhã.

– Acordei com dor de cabeça. — digo apenas.

– Oh! — exclama ele. – Sensei, bom dia.

Mais uma vez ele diz alto demais acenando um braço alegremente e encolho meus ombros enquanto entro na cozinha me arrastando para o meu lugar ouvindo um "Bom dia" estranho vindo de Gojo.

Sentada no meu lugar, olho para Gojo a minha frente e ele me encara com uma xícara de café na boca. Sorrio e me mexo desconfortávelmente na cadeira.

– Tudo bem? — ele pergunta e sua voz está mais grave e rouca do que o normal e por algum motivo meus dedos vacilam quando pego uma xícara.

– Sim, só acordei com um pouco de dor de cabeça. — respondo.

– Entendo.

Ele não diz mais nada e nem eu, continuo tomando meu café com leite e comendo um pão enquanto ouço as conversas do pessoal a minha volta. Porém, não deixo de perceber que Gojo me encara demais essa manhã me deixando até sem jeito. Ele até me trouxe um remédio para dor depois do que eu disse.

– Daqui a pouco tem treinamento. — comenta Gojo. – E você não vai faltar.

Não preciso nem olhar para saber que ele está falando diretamente para mim. Bato continência igual aos caras do exército sem animação nenhuma e ouço ele bufar.

Depois de um minuto me recosto na cadeira com a xícara em minha mão e olho para Satoru na minha frente. Ele conversa com um Sensei mas percebo que ele está estranho hoje. Seus braços estão cruzados sobre sua barriga, mas ele parece inquieto. Nesses momentos eu odeio essa venda preta em seus olhos, porque eu não consigo ler o que se trata, apenas sinais corporais não são o suficiente.

– Vamos ao treinamento pessoal.

O Sensei que estava de papo com o Gojo até agora se levanta e passo uma mão em meu cabelo sabendo que não vou conseguir fugir hoje. Não com Gojo olhando para mim como está agora.

Faço um breve contato visual com ele que ainda permanece de braços cruzados e deixo a xícara quase vazia em cima da mesa.

Todos os alunos — inclusive eu — que irão treinar hoje se encaminham para fora do prédio indo para a área aberta em que eu estava ontem a noite com Gojo.

– Sensei, qual o treinamento de hoje? — pergunto quando chego ao lado do homem.

– Ah, Gojo me deixou a par da sua situação. — ele diz. – Então começaremos com você.