4- Agostinho Carrara

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Sara on

Mas era óbvio que eu ia derrubar café em um dos membros do BTS, no meu primeiro dia de emprego na Bighit.

Sim. MEU PRIMEIRO DIA.

Agora os coreanos devem está achando que eu não sirvo nem pra servir café. Isso porque eu nem precisava servir café, já que  vi uma cafeteira na sala, mas um dos membros, Taehyung, se apaixonou por café brasileiro coado.

E adivinhem em quem eu derrubei o café quente?

Chutem aí.

Taehyung

E mais, dos sete é o que mais me intimida e me deixa    nervosa.

Além disso, é bonito.

Quer dizer, lindo. Não, lindo ainda é pouco, é uma obra de arte da renascença.

Olha eu aí, no primeiro dia, já jogando café no patrão e achando que eu estou num dorama, onde o milionário bonitão, que não gosta de ninguém, se apaixona por mim. Quer dizer, a vaca trabalhadora.

Eu estava esperando no mínimo um olhar gélido, mas o gostos... quer dizer o seu Taehyung me olhou sorrindo e gentilmente se prontificou em me ajudar.

Agora estou aqui, na lavanderia, esperando a blusa do seu Tae, que parece que saiu do figurino do Agostinho Carrara, lavar e secar.

A blusa fica seca e volto para a copa torcendo para que o coreano não esteja mais lá.

Eu não sabia nem respirar direito de nervoso, quando seu Tae estava ao meu lado ao sairmos da sala de reunião.

Mas como isso aqui não é um filme e se fosse seria, como sobreviver ao primeiro dia de emprego, o Taehyung estava na copa, passando café, sem blusa.

Eu sei. Pode me dar o troféu de guerreira, por não ter dado uma de fã e gritado: VAI PASSAR CAFÉ SEM BLUSA LÁ EM CASA.

Pra início de conversa nem casa eu tenho. Fui rir chorei.

— Sara? — Tae me olha e da um sorriso de canto. — Tá tudo bem?

Apenas  balanço a cabeça.

— A sua blusa — estico a mão e me curvo.

— Não precisa se curvar, eu sei que não é algo comum no Brasil. — pega a blusa e veste. Eu evito olhar para o coreano, não acho que seria certo. Não gostaria que alguém ficasse olhando meu corpo.

Meu turno na copa acabou, até porque não é minha função, então me dirijo a saída.

— Posso pedir um favor? — a voz grave me deixa tonta, brincadeira. Mas que voz.

Me viro e balanço a cabeça. Eu pensei em falar um "posso seu Tae" em português ou inglês, mas pareceu difícil demais. Tamanho meu nervosismo.

NÃO ME JULGUEM. No meu lugar vocês estariam igual. Eu nunca cogitei um dia, ouvir kim Taehyung pedindo um favor pra mim. E olha que sou fanfiqueira.

— Pode coar um café? Eu tentei, mas não ficou bom.

— SARA?! Que história é essa que a colocaram pra coar café?! — Bra aparece, visivelmente nervosa.

E Tae se curva falando algo em coreano que eu não entendo. Os dois começam uma conversa em coreano e eu fico sem entender nada. Literalmente.

— Bra, o que tá acontecendo? — pergunto em português para minha amiga.

— O que tá acontecendo, é que eu soube que as suas colegas de empresa a botaram pra coar café, porque você é a brasileira, sendo que você nem é funcionária daqui, mas sim da escola. Veio apenas assinar sua admissão.

— Eu não sabia, Sara. — Tae se curva e fala algo que não entendo, a mesma coisa que falou para Bra, quando minha amiga entrou na sala. — eu não sabia noona. O hyung só falou que a sua amiga iria começar hoje. 

Eu disfarcei o riso. Bra parecia uma adulta chamando atenção de uma criança. A criança era um sul coreano adulto na casa dos seu quase 30.

—  Bra menos, eu não ligo de coar café. Inclusive vou coar um agora, tu queres? — minha amiga sorriu e segurou meu rosto.

— Não deixe ninguém diminuir você, viu? O problema não é servir café, o problema é achar que você é inferior por tal função e você não é.

— Eu sei.

...

— Noona seu café é muito bom! — seu Tae fala ao dar  um  gole na segunda xícara de café. Eu e Bra estamos sentadas em um sofá, enquanto o coreano está em pé encostado a um balcão, da copa.

— Ei! — minha amiga grita e eu me assusto. — que intimidade é essa de chamar de noona para minha amiga e quem falou que a Sara é mais velha? — percebo um tom de humor na voz de Bra, mas no fundo sei que não gostou de Taehyung me chamar de noona — o que significa isso? — Me pergunto.

Eu já ouvi isso nos kdramas. Não é tipo a versão feminina de hyung? Por que Bra não quer que Tae me chame assim?

— Por que seu Taehyung não pode me chamar de noona? — pergunto em português

— Porque noona é quando um homem mais novo é intimo de uma mulher mais velha e vocês não são íntimos.

— Tá bom noona, desculpa Sara — Tae fala num biquinho.

— Taehyung, vamos. A reunião já vai começar. — seu Hoseok fala da porta, quando vê Bra entra correndo e abraça a mulher a beijando rapidamente nos lábios.

Eu observo os dois coreanos saírem, enquanto fico curiosa em saber qual a razão de Bra não querer que Tae me chame de noona.

Qual o motivo de Bra não querer que Tae chame Sara de noona?

Eu nunca te amei. Ainda. (Livro 6)Onde histórias criam vida. Descubra agora