Sara on
Inicio minha terapia hoje.
A terapeuta fala inglês fluentemente, óbvio. Mas mais do que nunca eu quero voltar para o Brasil, para longe de Tae e do sentimento que começava a surgir por esse coreano— que chances alguém como eu teria com um homem como kim Taehyung?
E, mesmo se houvesse a mínima possibilidade do Tae sentir algo por mim, eu não sei se consigo me relacionar com algum homem outra vez.
Chego no consultório com Bra que, apesar de eu falar que não precisa me acompanhar, cancelou seus compromissos para vir na minha primeira seção.
Assim que começo a seção, falo dos fatos mais recentes e também do abuso que sofri há anos atrás e como reagi quando Tae parou o carro, também explico a situação financeira dos meus pais e como vim morar na Coreia.
Também falo da minha vontade de voltar para casa.
Choro quase toda a seção, a terapeuta conduz o diálogo de forma profissional e acolhedora, me sinto em um lugar seguro e livre de julgamentos. além disso, me mostra uma perspectiva diferente de alguns fatos.
Em um dado momento começo a falar sobre os momentos felizes dos últimos tempos e percebo que quase todos aconteceram aqui, apesar da saudade de casa.
— No episódio do carro o rapaz que estava ao seu lado em algum momento impôs algo sem o seu consentimento?
— Não! — respondo sem dúvida alguma, só alguém que nunca conviveu com Tae acharia que o coreano seria capaz de violar ou ferir alguém.
— Tae é um dos homens mais doces e atenciosos que convivi.
Falo da minha relação com Tae e da nossa amizade que pra mim já é real.
— Percebe Sara que todos os momentos felizes e os tristes aqui na Coreia envolvem o Taehyung? — a psicóloga pergunta e então cai a ficha que sim.
Eu amo Kim Taehyung.
Mas eu o conheço há um mês.
Sempre achei impossível esses amores instantâneos.
— Sara? — olho para a coreana a minha frente.
Mas estou sem reação.
Eu amo Kim Taehyung.
Amo ouvir sua risada, amo jogar videogame e ver seu rosto bonito, amo suas danças aleatórias no meio da casa, amo como mostra suas emoções, amo apesar de não me achar linda — e me sinto um ridícula por isso— amo ser a noona do Tae. Amo ouvir sua voz me chamando de noona.
Amo apesar de não entender sua língua e cultura, amo apesar de não querer amá-lo.
Amo apesar de querer ir embora e amo apesar de restar apenas mais um mês em seu país.
Amo apesar de não ser correspondida.
Amo porque amo.
A seção termina, quando saio do consultório me sinto mais leve em relação a algumas coisas. Mas é apenas o início de um longo tratamento.
...
— Tae perguntou se você tá bem Sara.
Hoseok me fala assim que apareço na sala. Resolvo sair com uns amigos do curso de coreano.
— Tá linda amiga. — Bra me elogia e senta ao lado do marido com um balde de pipoca.
Jung vai dormir na casa de um amiguinho, resolvi deixar uma noite a sós para o casal e só por isso estou saindo.
— Eu to bem sim, agradece ao Tae. Por favor Hoseok— não chamo mais Hoseok de seu. O considero um amigo. — obrigada amiga — respondi a brasileira que está com a boca cheia de pipoca, deitada no colo de Hoseok.
— Aproveita o passeio e qualquer coisa só ligar. — Bra fala enquanto abro a porta.
Abro a boca em choque ao ver Taehyung do lado de fora indo tocar a campainha.
O coreano me olha de uma forma diferente — se eu me achasse bonita falaria que Tae esta me olhando como um homem olha para mulher que gosta.
— Vai sair? — o mais novo pergunta curioso.
— Sara vai a um encontro com amigos do curso de coreano — Bra responde primeiro.
— Oi Tae. — falo e ficamos nos olhando sem saber o que falar.
O coreano sorri e deixa eu passar.
— Vim pegar o vinil que tu me emprestaste hyung.
— Mas eu não falei que levaria amanhã para a empresa? — hoseok fala, mas não escuto mais nada, Tae fecha a porta da sala.
Só consigo pensar em duas coisas:
Vou sair para nada porque Tae veio ser vela do Hoseok com a Bra.
Taehyung fica lindo de calça social e blusa social. Oh homem bonito.
....
Eu definitivamente não sou a pessoa mais rolezeira, quando terminamos o jantar decidi que iria embora o problema é que eu não queria ir para casa e servir de vela.
Vou para o ponto do ônibus ainda pensando em uma alternativa, nesse meio tempo Bra me liga.
— Sara pelo amor de Deus volta para casa, não aguento mais o Taehyung falando que tu tais demorando... que tu não deverias sair sozinha com estranhos, que tu não conheces a cidade.
— Eu to no ponto de ônibus— decido ir para casa, meu plano não deu certo. Graças ao Tae.
Eu tento não fanficar em relação ao interesse do coreano em minha demora.
Falho miseravelmente, já imagino meu casamento e Taehyung cantando pra mim.
Eu falei que sou fanfiqueira.
— É a noona? — ouço Tae no outro lado da linha.
— É Tae, a sua noona, a Sara tá esperando o ônibus, satisfeito? — a brasileira pergunta sem paciência.
— Oi noona, manda sua localização to indo aí.
Kim José? É um nome bonito para o nosso filho? — estou decidindo os nomes dos nossos filhos, meus e de Taehyung.
Não, nada supera Jung João.
Gente sobre a idade de Jung, imagino mais com 10 ou 11 anos, levando em consideração a passagem de tempo essa seria a idade atual do Jung, mas a do Tae não seria 30, mas sim uns 34 por aí. Então Sara seria pelo menos um ano mais velha. Por que?
Porque a história do Hoseok é a primeira na linha do tempo (todas as histórias estão disponíveis no meu perfil)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu nunca te amei. Ainda. (Livro 6)
Fanfic(Concluída) Sara é melhor amiga de Bra, esposa de Hoseok. Ambas são brasileiras. Sara se apaixonou por Taehyung a primeira vista. Resolveu se declarar anonimamente, mas Tae sempre soube dos sentimentos da brasileira. Porém por muito tempo Taehyung...