1 - Traidores não merecem felicidade

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Taehyung on

Eu já não sei mais como é ser um idol. Apesar de ter sido um por toda a minha juventude — Não que eu não seja jovem. Mas, vejam bem, não sou mais aquele menino de 20 e poucos.

Naquela época, eu era tão imaturo e me achava o dono de toda maturidade existente, além de Namjoon hyung obviamente.

Impossível não sentir meu estômago embrulhar, ao lembrar que, além de toda a pressão e responsabilidade que ser um membro do BTS me dava, eu precisei conviver com Namjoon e Sorriso Bonito, acompanhar toda a história de amor dos dois, digna de uma fanfic com milhares de leitores.

Tudo perfeito, tudo lindo.

Até entrevista para Oprah os dois deram.

Assisti, meu hyung e minha melhor amiga, sofrerem hates, minha melhor amiga sofrer sozinha, abrir mão de seus sonhos e profissão. Estive apoiando meu hyung no divórcio. Ajudei na reconciliação, fui um amigo presente na gravidez, O tio que viu Hadassa nascer, acompanhei algumas crises do casamento, Sorriso bonito voltar para sua profissão. E ser tio de novo, quando Filipe nasceu.

Até aí tudo bem, tudo ótimo. Se eu não carregasse um sentimento, do qual não me orgulho: amor, paixão, desejo, carinho — qual o nome que se dá para o sentimento que me levou a ficar feliz com o divórcio do meu hyung?

Que me levou a sentir raiva por causar tanto sofrimento a sorriso bonito? Que me levou a querer ser eu no lugar de Namjoon?

Amor? Não.

Me sinto sujo, em chamar de amor para esse sentimento.

Mas eu amei a Sorriso Bonito, desde que a vi a primeira vez, no evento da Kmusic, quando nos entrevistou. Seu sorriso— motivo do seu famoso apelido — nunca saiu da minha mente, eu não esqueci seu nome, não esqueci que Namjoon quebrou seu celular na entrevista, eu a indiquei para equipe de mídia e comunicação da Bighit, eu a amei desde a primeira vez.

Tornei-me seu amigo, seu fã.

Mas Namjoon se tornou seu homem. O amor da sua vida.

Eu não sei como ou quando, por muito tempo não quis aceitar, me convenci que estava confundindo as coisas.

Eu amava a brasileira, como amiga. Apenas isso.

Mas amigos não desejam seus amigos.

Eu a enxerguei primeiro.

Por isso tantas vezes tratei Nam mal, por achar injusto: meu hyung estava roubando minha menina do sorriso bonito.

Eu me sinto um péssimo irmão, por mais que Nam fale pra eu me perdoar. — Sim meu hyung sabe, sempre soube.

Quer dizer, quando descobriu, já amava a mesma mulher que eu.

Aí veio a segunda fase desse sentimento: aceitar.

Aceitar que, mesmo que eu não quisesse e lutasse contra, eu amava sorriso bonito.

Eu seria o melhor amigo, o melhor homem, a melhor pessoa. Mas, se mesmo assim, sorriso bonito escolhesse Namjoon, eu seria feliz porque é isso que eu queria: que a noona fosse feliz.

E, o óbvio aconteceu quando um homem, como eu, trata uma mulher como sua prioridade:

Entrei na friendzone. — entrei não, sorriso bonito me colocou lá.

Eu poderia pelo menos ser o utt da mulher da minha vida, mas esse lugar já era — e continua— do Hoseok.

E eu fui o amigo, melhor amigo coadjuvante da história de amor do Namjoon e sua mulher.

Eu nunca te amei. Ainda. (Livro 6)Onde histórias criam vida. Descubra agora