Eu nunca te amei. Ainda. (Livro 6)

O Chris é perfeito

Tae on

Eu desisti de ir embora, não era mais esse Taehyung que foge.

Em um certo momento, quando a festa acabou e todos os convidados foram embora, restando apenas os sete do BTS e suas respectivas famílias, bangchan também precisou ir embora, então fui me despedir da minha... quer dizer, fui me despedir da noona.

Me aproximei com as mãos nos bolsos com um sorriso pequeno.

— Noona — Sara me olha com seus grandes olhos — já está indo? — antes que a noona consiga me responder,  seu namorado, que até então estava em uma conversa animada com Namjoon hyung, a puxa e a brasileira me mostra a palma da mão em um sinal de espera.

Eu abaixei o rosto e mordi a ponta do dedão. A noona não sabe, mas esperá-la é o meu maior passatempo no último ano.

Sinto ciúmes e meu estômago se agita ao assistir a minha ex nos braços de outro.

Bangchan puxou Sara e falou algo em seu ouvido enquanto sorri, a noona por sua vez segura nos braços do coreano, que pelo visto é rato de academia igual ao jk.

Os dois se olham de forma apaixonada por um tempo, pra mim durou uma eternidade, quando achei que não podia piorar, bangchan segura o rosto da noona com as duas mãos e beija sua nuca, esfrega seu nariz próximo a orelha da noona — onde eu amava enfiar meu rosto e sentir o cheirinho de limão da brasileira.

Quando não suporto mais assistir, me obrigo a fechar os olhos, sinto uma mão nos meus ombros.

— Tá doendo, né?

— Tá tão óbvio? — olho para o rosto de suga hyung, que carrega Hoseok no colo.

— Conversa com tua noona, ouvi a Morena falar que a Sara vai dormir aqui no Jhope — hyung fala encarando o casal na nossa frente.

— A noona que terminou nosso namoro e tá namorando, acho que não sou o tipo das brasileiras — dou um sorriso triste.

— Tae, por favor tu és o tipo de qualquer mulher — Haru, que não é de falar muito, me diz isso e eu nem notei quando a coreana e seu marido, Jungkook, juntara-se a mim e hyung.

— Obrigada Haru.

— Exceto o seu, não é amor? — jk, que está abraçando Haru por trás com os braços na cintura da menor, se abaixa descansa a cabeça no ombro da sua esposa e a olha com devoção com seu sorriso típico, a coreana vira o rosto para encarar o marido.

— Jungkook eu te amo, mas não sou mentirosa Taehyung é o tipo de qualquer mulher, inclusive o meu — eu começo a rir, junto com yoongi e Haru. Óbvio que a coreana só tá brincando com jk, mas meu irmão faz um bico e olha triste para Haru.

— Supera jungkook — hyung debocha do mais novo.

—Eu concordo com a Haru — morena chega e hyung olha igual um cachorrinho pra brasileira — Tae é o tipo de qualquer mulher — começo a rir quando o hyung fecha a cara.

— Oi Tae — Reconheço a voz da noona e parece que o clima muda, meus amigos se afastam cada um com uma desculpa diferente: yoongi e Morena foram dar banho nas crianças, Haru e jk foram ver se Min está dormindo já, pois todos vão dormir aqui no hyung.

Mas ficou meio óbvio que queriam deixar eu e a noona sozinhos o que me deixou sem graça e tímido, coisa difícil de acontecer...

Ficamos nos encarando até rirmos juntos da situação.

— Noona...

— Tae... — Sara me imita no tom manhoso

— Eu achei que ia embora com o seu namorado. — parece tão errado chamar outro homem de namorado da noona.

— Eu vou ficar é aniversário do meu melhor amigo na Coreia — noona fala se referindo a Jung João.

— Saudades de quando éramos nós três nas reuniões familiares jogando ou conversando — lembranças das primeiras semanas da noona aqui na Coreia invadem minha mente: a primeira vez que vi a noona, e recebi um banho de café da brasileira, o dia do show quando a deixei na casa do Jhope e fiquei com ciúmes do Seo Joon hyung, quando fui busca-la no ponto de ônibus e fugi, como um covarde, o nosso primeiro beijo....

— Verdade, parece que aconteceu há tanto tempo— a brasileira olha em meus olhos, me pergunto se a noona sabe que me deixa totalmente rendido quando me olha assim.

— Tais feliz? — pergunto esperando ouvir um sim. Eu quero que a noona seja feliz independente do que aconteça, mesmo que eu não esteja na vida da noona.

— Sim, acho que sim — a brasileira fita o céu.

— O Bangchan é bom? Te trata bem? Te respeita? Porque se não, me fala que eu resolvo — é difícil e dói mais do que eu gostaria, falar de outro homem sendo o homem da vida da noona, mas eu não ligo, desde que eu consiga confirmar que a Sara está em um relacionamento saudável com todo o respeito e amor.

— O Chris é perfeito... — a brasileira da um sorriso tão bonito, me pergunto se algum dia fui o motivo de um sorriso assim da noona.

— Fico feliz — um tiro doeria menos. Mas não estou mentindo, eu de fato estou feliz que a noona está feliz e com alguém que é tudo o que eu não consegui ser.

Mas eu sou humano e me dói. E droga, como dói.

— Mas o Chris não é o seo Tae — noona me olha com o mesmo sorriso, que estava olhando o céu, só que maior, eu não sei se estou ouvindo certo ou se enlouqueci.

— N-noona eu não entendi — gaguejo, tal qual os protagonistas de kdramas, que Seo Joon hyung interpreta, só que ao contrário.

Respira age como o homem dono da situação— falo para mim mesmo.

Mas a dona da situação é a brasileira baixinha e queimada de sol à minha frente.

— O Chris é perfeito mas não é o Taehyung — Sara se aproxima e eu me aproximo também.

— Não brinca comigo noona, por favor — sinto seu cheirinho de limão.

— Eu e o Chris não estamos mais namorando há um mês, somos apenas amigos...

— Então.... por que? Como?— eu não falo nada com nada e a noona ri.

— Eu não tinha falado do término
pra ninguém, não queria expor o Chris nem nada, mas falei do namoro pra Bra, que falou pra todo mundo. E eu não queria criar expectativas...

Não espero a noona terminar de falar, seguro em sua nuca, sobre seu cabelo e a beijo.

Minha língua invade a boca da brasileira e gemo ao sentir seu gosto, seu calor...beijo com tanta vontade, que preciso me obrigar a diminuir a pressão para não machucar a noona, mas suas mãos em minha cintura, me puxando para perto até ficarmos colados, me deixa claro que a noona sente o mesmo que eu.

Me esqueço que estou na casa do hyung expostos, eu não ligo. Mas não quero expor a noona.

— Noona — minha voz sai rouca e mordo o lábio enquanto seguro a nuca da brasileira— vamos entrar? — olho para sua boca inchada e vermelha e sinto um choque em um lugar específico, se é que me entendem.

— Eu vou dormir com as crianças — Sara fala rapidamente.

— E-eu não estava pensando... — noona ri da minha cara de criança que estava aprontando e tenta explicar que não era por mal — quer dizer, óbvio que eu... mas sei que não é o lugar... mas alguém pode ver a gente aqui fora... — tento convencer a noona que não a chamei pra casa com segundas intenções.

— Eu sei... — aproximo nossas bocas sinto sua boca na minha e...

— muito fácil falar que eu interrompo vocês, mas poxa se beijando em pleno jardim— jk grita da porta chamando atenção dos outros, que vem pra porta e começam a bater palma, assobiar e gritar, coisas como: "finalmente", "uhul", "se casem logo"

Eu falei que ia ser o último, mas não foi.