Eu nunca te amei. Ainda. (Livro 6)

6 - As mulheres do BTS

Sara on

Estou há quase dois meses na Coreia, nesse meio tempo já me adaptei ao meu cargo de auxiliar de designer — Bra e Sorriso Bonito são sócias em uma rede de escolas de artes e minha amiga é designer, eu fiz o técnico em designer no ensino médio, então atuo na escola de Seul, auxiliando Bra —, mas ainda não consigo me sentir confortável no meio social da minha amiga.

São todos milionários, famosos e bonitos. Eu me sinto uma intrusa, além disso, todos já estão acostumados a cultura coreana, a língua, a comida, ao tempo, se conhecem há anos.

Obviamente todos são coreanos ou brasileiras que vivem na Coreia há muito tempo.

Eu não os conheço, não sei como me portar, não me sinto a vontade, não acho que minhas roupas sejam adequadas. E não é que as pessoas sejam metidas ou me tratem de forma indiferente.

Muito pelo contrário: todos me tratam bem.

Ainda assim, toda vez que Bra me arrasta pra algum jantar ou aniversário ou qualquer coisa do gênero, eu sinto que vou vomitar de ansiedade e nervosismo.

Felizmente Jung João é uma excelente companhia, seu Taehyung também era.

Até me chamar de feia e ressaltar que não estou no mesmo nível de beleza das suas outras noonas.

O coreano não falou por mal, mas confesso que me doeu.

Mas por um lado passar por essa situação me deu coragem para falar a verdade a minha amiga e, felizmente, agora Bra pergunta se quero sair, mas não insiste se falo não.

Felizmente nunca mais vi Taehyung, nos víamos apenas nesses encontros e espero não o ver tão cedo.

...

— Sara? — estou terminando um texto do curso de coreano quando ouço alguém chamar meu nome.

Morena, está me olhando com um sorriso enquanto segura a mão dos dois filhos: uma menina brasileira e um menino coreano, sorrio imediatamente.

— Oi! — a brasileira se senta ao meu lado e acomoda as crianças nas outras cadeiras da mesa. Estamos em uma cafeteria do campus da universidade, onde estudo coreano— seu Hoseok me deu o curso de presente, quis recusar, mas o coreano é tão insistente quanto a mulher.

— Nunca mais apareceu, estamos com saudades. Principalmente Tae — morena me olha com um sorriso sugestivo.

— É que... Eu to cheia de coisas do serviço e do curso. — respondo enquanto dou um biscoito para Maria.

— Ah realmente, adaptar a Coreia não é fácil, principalmente para nós que não conhecemos nada da cultura e viemos pra cá por motivos maiores, não por opção. Ah, desculpa é que a Bra falou que você não queria vir, eu também não queria...

— Não precisa se desculpar, na verdade fico mais tranquila em saber que não sou a única que acha difícil adaptação. Me dá uma esperança que um dia eu esteja tão fluente em coreano e adaptada a Coreia.

— Eu não sabia nem inglês direito, tu sabes inglês e és muito inteligente. Além disso, essa universidade é uma das melhores, cursei faculdade aqui, vim pegar  uns documentos, que faltavam para minha formatura. — Morena segura minha mão e sorri — não se sinta sozinha. Espero ver você na próxima semana na casa da minha prima. Vai rolar um jantar em comemoração a minha formatura.

— Eu vou tentar ir. — falo sabendo que não vou.

A brasileira se levanta e sai segurando as mãos das crianças, então noto que um segurança a acompanha.