9 - I wanna go home

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Capítulo parcialmente corrigido.
Sugestão de música:
Home - Michael Bublé.
Vienna - Billy Joel
Sara on
Quando minha vida virou essa loucura?

me pergunto, enquanto vejo o carro de taehyung sumir, sinto vontade de pedir socorro, mas pra quem?

ninguém pode me ajudar, ninguém pode lutar minhas gurras por mim, esse é um conselho que ouvi da minha psicóloga, quando podia pagar uma — eu não podia lutar as guerras ou viver as jornadas de outras pessoas— eu lutei a e vivi a jornada da minha familia, e mesmo que isso me matasse eu faria o mesmo.

Mas sinto falta de tudo que eu tive e não tenho mais, sinto falta de quando meus pais cuidavam de mim e não o contrário.

Me sinto egoista em pensar assim.

Mas eu nunca me senti tão só, tão perdida, tão patéitica quanto agora. o que eu to fazendo da minha vida?

eu não sei.

eu sempre tive tudo e não percebi, nem to falando de dinheiro, to falando de família rede de apoio, agora to eu só em um lugar estranho — sei que a Bra é minha amiga sua família, mas não é a mesma coisa— confesso que as vezes sinto medo de perder a minha sanidade.

hoje esse medo cresceu um pouquinho, resolvo não entrar na casa da minha amiga.

quero chorar, mas nem isso eu consigo, chorar é um luxo, eu não tenho tempo para sofrer, se eu parar pra sofrer a vida me atropela e se eu cair não vai ter quem me levante. na vida real o príncipe encantado ou o ceo frio e rico não vão aparecer para me resgatar.

ando sem rumo no condomínio e fico imaginando como deve ser bom ter pai e mãe para cuidar da gente, eu sei que é, eu ja tive isso, já pude sofrer por pequenas coisas, já tive colo.

talvez por ter experimentado tudo isso, hoje seja tão dificil não ter mais.

e mesmo que o oppa apareça pra me resgatar esse vazio, ninguem pode preencher.

ando até um lago muito bonito que percorre um local com árvores tipicas da coreia e ásia — que não sei o nome — eu sento na beira do lago de água cristalina e fico assistindo alguns peixes nadando no local, e volto a chorar, choro por tudo.

tudo que perdi, choro porque infelizmente as coisas não podem ser mudadas magicamente, porque não sei o que fazer, por pena de mim, por saudades, por todos os sonhos que perdi.

— Sabia que sara em coreano significa pessoa e significa amor também?

— reconheço a voz da minha amiga e então choro mais — bra me abraça e eu não sei ha quanto tempo bra está ali. — pode chorar sarinha, voce não está sozinha, nunca vai estar.

taehyung on

Eu desisto de ir embora e volto até a casa da noona, algo dentro de mim me incomoda a voltar e ficar com a Sara, esse sentimento de urgência toma conta de mim a ponto de me fazer desistir do jantar, mas quando chego perto da casa do hyung vejo a noona andando sozinha, estaciono o carro e a sigo a distância.

Sara para em um lago e se senta ao chão, quando começo a me aproximar noto que a noona tá chorando, resolvo ligar para Bra, aviso o que aconteceu no carro e onde a Sara tá.

fico ali até a bra chegar, quando a noona chega vou embora.

Eu não sei o que aconteceu na vida noona, mas de uma coisa eu sei.

Eu não posso ajudá-la, não quando eu ainda carrego toda a culpa e raiva por mim, por todo o sentimento que nutrir por sorriso bonito, meu coração ainda tá cheio de minhas feridas e arrependimentos.

Talvez eu não sirva para ser amigo da noona, mas vou tentar ser um amigo.

um amigo distante.

...

Quando chego na casa de Namjoon hyung o jantar já acabou, mas os convidados continuam lá. No meio de todos os meus amigos e família, minha cabeça deveria está apenas relembrando o show, o army e esse momento agora, mas por mais que eu pense nisso, o foco de todo meu corpo está na brasileira que eu deixei chorando.

e me sinto doente porque eu não queria deixar a noona, mas — mais do que isso — não quero descobrir o motivo de eu está com esses sentimentos.

Sara on

– eu quero ir para o Brasil, eu quero ir para casa — falo limpando os olhos, bra me olha enquanto segura em meus ombros.

– não sarinha, voce vai ficar aqui, vai se tratar e aí voce decide se quer ou não voltar para o brasil.

— amiga eu quero ir para casa — meu choro não diminui.

— Sara não é o momento para decidir isso.

—Você não entende.

—amiga eu vou marcar uma consulta...

—não, não aguento mais ver você gastanto tempo e dinheiro comigo —interrompo minha amiga, e limpo meu nariz e olhos no processo com a costa da mão.

— Sara entenda, eu não estou gastando, eu estou investindo, investindo em uma das pessoas mais incriveis da minha vida. você fica mais um mês aqui, começa um tratamento e se, no final de um mês, voce decidir que quer voltar, volta eu consigo um emprego e uma faculdade no Brasil.

não sei o que falar, apenas abraço minha amiga e seu vestido carissimo fica todo molhado de lágrimas.

...

quando saio do banheiro, após um banho quente, usando um roupão e uma toalha na cabeça, vejo bra no meu quarto.

— voce deveria usar o secador de cabelo...

minha amiga fala e entrega uma caneca com chocolate quente

— eu sei que seus pais preparavam chocolate quente.

eu dou um sorriso, sento na cama e dou um gole na bebida marrom.

— amiga por que voce me trouxe para coreia, se poderia ter conseguido um eprego no brasil?

— por que eu queria que você visse que pode ser feliz, que pode sonhar, não é errado viver sua vida. E porque algo me dizia que seu oppa está aqui.

bra fala e ri. mas percebo que seus olhos estão com lágrimas.

—tu sabes que eu não confio em homens, não desse jeito.

falo isso mais para mim, porque quando bra falou de oppa, veio na minha cabeça um rosto em específico, um sorriso específico, uma voz específica.

um coreano de sorriso quadrado e voz grave.

e isso me deixou nervosa.

Oi, provavelmente não vou atualizar amanhã.

Não esqueçam das estrelinhas (se gostarem), assim mais pessoas irão encontrar a fic.

Obrigada por estarem gostando. Nunca acho que está bom 🥹

Eu nunca te amei. Ainda. (Livro 6)Onde histórias criam vida. Descubra agora