Eu nunca te amei. Ainda. (Livro 6)

14-Ciclos

Sara on

Sabe a sensação de finalmente ser correspondida por aquele crush que você acha inalcançável?

Sabe quando a realidade é melhor do que todas as fanfics e histórias que você imagina na cama prestes a dormir?

Provavelmente não.

Você não sabe.

Eu nunca soube, até a noite em que sentada sobre as pernas do Tae, senti seus lábios sobre os meus (Tae me confessou encher a boca de balas refrescantes para me beijar).

Quando lembro isso um sorriso escapa dos meus lábios.

Mas como felicidade de pobre dura pouco.

Estou aqui deitada com a cabeça nas pernas de Bra.

Tae me ignorou, eu gritei seu nome, dei tchau e o coreano simplesmente passou por mim sem ao menos me olhar.

Ali eu desisti desse amor platônico.

Mas terminei em paz.

Eu me declarei para Tae, escrevi um bilhete na noite que nos beijamos, o mais novo estava bebado o ajudei a deitar em sua cama.

Eu peguei um táxi e fui para casa.

Não falei com Tae, não recebi nenhuma mensagem.

Minhas ligações não eram nem recebidas.

A terapeuta me orientou que eu deveria falar o que sentia e sinto — não dá pra deixar de amar alguém de uma hora pra outra — por Taehyung.

Não por causa do coreano, mas por mim. Eu não podia parar minha vida esperando por algo ou alguém.

Porque a vida não para. E ciclos precisam ser encerrados.

E por mais que esteja doendo agora. O ciclo de gostar platonicamente do meu — agora — ex amigo e esperar uma atitude do Taehyung, chegou ao fim.

Minhas lágrimas já encharcaram a perna da minha amiga. Mas eu preciso me permitir chorar.

A dor que to sentindo agora não é nada perto de tudo que passei — e sobrevivi — a dor não é uma muleta não podemos nos apegar, a dor é uma mola pra nos impulsionar.

Eu vou seguir minha vida.

...

— Sara — Morena aparece na sala de design da escola sorrindo e falando com todos.

Estou lendo o novo projeto de designer da turnê mundial do BTS, que vai iniciar nos próximos meses. A equipe de designer interna da Bighit está na direção em parceria com a Bra e seu escritório e como sou sua assistente ajudei em alguns detalhes.

— Oi Morena — abraço a brasileira mais nova, que senta na cadeira à frente da minha mesa.

— Eu vim aqui, saber porque a senhora não vai ao jantar da minha formatura? — olho para morena e não sei o que falar.

— Eu estou com algumas questões do curso de coreano — falo, porque é verdade e porque não quero ir para o jantar, que deveria ter acontecido há semanas atrás.

— Ah não, não quero ouvir desculpas. Eu adiei esse jantar porque Tae resolveu sumir para Itália e agora que finalmente todos estão na Coreia... — a brasileira continua falando, mas eu não escuto mais.

Taehyung voltou.

E parece que voltei para estaca zero. Eu sabia que não ia ser de uma hora pra outra.

Respiro fundo, arrumo uma papelada e dou um sorriso para Morena.

Eu não queria ir ao jantar porque sabia que havia uma remota possibilidade de falarem de mim e Tae ou de falarem do Tae.