Viúva

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(Jimin)

Namjoon havia deixado um carro disponível para que eu e o aprendiz partíssemos para o próximo destino. O clima está agradável e eu começo a sentir calor em meus braços.

Antes de entrarmos no veículo, retirei meu sobretudo cheio de coisas nos bolsos e coloquei no banco de trás. Minha roupa agora é a calça social preta, blusa polo branca e um colete social também na cor preta, com as mangas da blusa branca dobradas. Como disse antes, eu entendo o Jeon por ter piercing e tatuagem, já que tenho o número "13" tatuado no pulso.

Talvez ele não tenha o mesmo motivo que eu, mas, substituir uma dor por outra é um caminho que eu sempre escolhi seguir para esquecer os problemas.

—Você dirige. — Orientei ao novato.

—O que está fazendo? — Ele questionou. Entrei no banco do carona e abri um maço de cigarro, retirando um deles de lá e colando-o em meus lábios.

—Fumando!? — Retirei um isqueiro do bolsinho no colete e comecei a girar a rolagem gerando faísca.

—Sabe que faz mal pra caralho, não é? — O novato me observa conseguir acender o veneno.

Sugo sua ponta branca inalando aquela fumaça em minha garganta, fazendo meus pulmões pedirem socorro ao perceberem o que entra em contato com eles.

—E é por isso que eu fumo. — Revirei os olhos deixando sair boa parte da fumaça poluidora pelos meus lábios rosados, fazendo o novato mudar de expressão e sacudir a mão em frente ao seu rosto.

O menino de 25 anos gira a chave do carro sem questionar minha frase. O veículo é ligado e imediatamente partimos até o endereço dado por Namjoon no GPS.

Eu gosto muito de fumar, é um dos vícios que tentei parar em um momento, mas vi que não valia a pena me poupar desse veneno. Ele me acalma, é como um remédio que fará efeito momentaneamente, mas que de tanto tomá-lo, me matará um dia.

Quando estou ansioso, no caso na maioria das vezes, meu refúgio é inalar essa fumaça viciante. Poucos entendem, mas todos temos uma âncora como refúgio e calmaria, e respeitosamente essa é a minha.

—Chegamos, maria fumaça. — Olho sério para o engraçadinho após seu trocadilho, mas ele não parecia se importar com minha reação.

Saí do veículo logo após ele e joguei o finalzinho do cigarro no chão, apagando sua brasa antes de entrarmos na casa. Fui até o banco de trás e peguei meu caderninho, colocando ele no bolso. E meu pirulito, que eu não fico sem um em mãos ou no bolso.

—Você dará a notícia. — Avisei enquanto caminhávamos lado a lado à porta de entrada, e eu abria a embalagem do doce.

—O que? Por que eu? — Ele diz desesperado.

—Está questionando, novato?! — Falei seriamente, levando o pirulito até a boca. Ergui minha mão até a porta e depositei três leves batidas contínuas.

Escuto a risada fraca de Jeon deixando evidente seus dentes. A porta se abre segundos depois que distanciei minhas mãos da madeira.

Uma loira bem alta aparece brutalmente em nossa frente. Seus fios lisos alfinetam seus ombros pelo tamanho bem curto deles. Me permito observar seu corpo por inteiro. Meus olhos doem de tanta cor misturadas em suas roupas. Cropped rosa e short jeans de oncinha estão inclusos nisso.

—Bom dia, dona. — Ele diz outra vez. Repenso todas as escolhas da minha vida, de novo.

—"Dona"? — Ela diz, mastigando um chiclete imaginário e nos observando enojada. Sinto um forte cheiro de cigarro barato começar a sair pela passagem aberta. Disso eu entendo melhor que ninguém, diferenciar cigarros caros dos baratos.

Quem Matou Min-Ji? - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora