Quem Matou Min-Ji? - Jikook

Rachaduras na Barreira

(Jimin)

Abro meus olhos lentamente, piscando com frequência pela claridade invadindo o meu rosto. Usando o punho, apoio na cama para que assim me levantasse, podendo olhar o relógio ao meu lado.

"12:36"

Sentado na cama, começo a processar por alguns segundos até que atualize todas as minhas memórias. O que me surpreende, pela primeira vez e não é depois de muito tempo, é a primeira vez mesmo, que acordo sem gritar, sem chorar ou perder o ar.

Algo está estranho, eu não tive pesadelos, como isso é possível?! Eu fiz algo diferente que mudou minha cabeça? Eu não sei, mas alguma coisa impediu que eu sonhasse coisas ruins como todas as noites.

Sinto meu peito até mais leve, como se finalmente meu corpo houvesse descansado o que precisava, criando uma disposição gigantesca em mim que eu também nunca senti.

Sempre antes de dormir, minha cabeça me agoniava com zilhões de pensamentos ruins, mas dessa vez, dessa bendita vez, eu não pensei em nada ruim antes de cair no sono, na verdade, dormi com a imagem do Jungkook com Miau e Bam no sofá.

Isso é estranho.

Me levantei finalmente após alguns minutos sentado pensando no que aconteceu e caminhei até o banheiro do quarto, tomando um banho aquecido para relaxar mais ainda meus músculos, fazendo meu bom humor aumentar. O que é um milagre.

Após sair, coloquei meu moletom preferido, o roxo. Eu fiquei triste em precisar comprar outro já que o meu anterior estragou no acidente da explosão. Junto a ele, coloquei uma calça de moletom cinza, escovei os dentes e penteei meu cabelo para trás como de costume.

Finalmente pude descer as escadas até a sala, o que me surpreende não ver o novato sentado assistindo alguma coisa.

Sinto meu corpo arrepiar, e meu coração acelerar, que sentido aranha é esse? Caminhei para frente da televisão, que por nenhuma surpresa, está ligada em algum desenho sem ninguém ali assistindo. Algo está muito estranho.

Ficando em alerta, comecei a diminuir o barulho dos meus passos e a analisar mais ao redor. No braço do sofá, eu encontro um pote com cereais pela metade, com alguns respingos do leite do cereal no assento do sofá, que pelo amassado, alguém estava sentado recentemente.

Porra, não é possível, tem alguém aqui dentro além do Jungkook, e essa pessoa, deve estar com ele nesse exato momento.

Então, eu me lembro das orientações do Nam, que me contou todos os seus esconderijos de armas caso algo desse tipo acontecesse. Corri pelo tapete e levantei um dos assentos do sofá, o mais no canto, que na verdade possui um baú embaixo cheio de armas.

Pego uma pistola e fecho outra vez o esconderijo, assim caminhando pela casa. A cada passo que dou, meu corpo parece arrepiar mais, como a porra de um sensor, e eu posso provar que estou bem perto.

Com a arma destravada e posicionada em minha frente em alerta, continuei caminhando até que chegasse na cozinha. E lá estavam eles. Um cara estranho que eu nunca havia visto na vida, segura o novato por trás, apertando seu pescoço sem dó, o fazendo resmungar.

—Larga ele agora. — E eu resolvo aparecer, apontando a arma bem para cabeça do filho da puta.

Os olhos de Jungkook se arregalam, facilitando que as lágrimas descessem pelo seu rosto. Mas, ele não está com medo, ele está sentindo dor. O cara o aperta tanto que acaba pressionando suas costas, bem na cirurgia.

—Ji...Jimin, ele está... machucando as minhas costas. — Ele resmunga em súplica, enquanto segura os braços que envolvem seu pescoço, quase que implorando para o cara soltá-lo.