O enfermeiro

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(Jungkook)

Eu não sei explicar se eu morri ou, se foi apenas um chá da tarde com a dona morte, mas alguma coisa eu sei que senti.

Dizem que sua vida inteira passa em frente aos seus olhos como um filme mas, nada aconteceu, uma escuridão me perseguia e eu só sabia correr o tempo inteiro. Por conta disso, acho que ainda estou vivo.

Não lembro muito bem do que aconteceu, só sei que eu fui burro o suficiente para puxar a porra daquele fio vermelho.

Acho que pelo menos consegui o que eu queria, se tudo deu certo, o detetive está bem agora, ao contrário de mim. Sinto uma dor nas costas fodida que me faz resmungar dentro da minha própria cabeça. Foi quando eu vi uma luz, eu estava acordando e a dor estava me espancando com tudo.

A dor é como se eu batesse as costas no chão com força, várias e várias vezes. Sinto latejar e arder dentro de mim, semelhante a diversas gotas de pimenta em uma ferida aberta.

Sem contar a falta de ar que me faz elevar o peito com dificuldade ao respirar.

É, eu estou bem fodido.

—Eu só...estou sem nada pra fazer e, você não faz o favor de acordar logo pra trabalhar.

Ouço uma voz bem no fundo dos meus ouvidos, e de repente toda aquela escuridão havia ido embora. Eu só precisava me esforçar um pouquinho para abrir os olhos e voltar para minha vida de merda. Mas eu queria ficar preso ali para sempre, apenas com aquela voz me fazendo sentir conforto.

—Que tédio! Eu quero voltar a trabalhar, se você demorar mais um dia eu vou sem você. ... Vou pegar um café, já que o Namjoon me obrigou a olhar você dormir o dia inteiro. Mas que droga.

A voz toma distância e eu me sinto desconfortável em continuar com os olhos fechados, como se eles pesassem e eu os forçasse a serem abertos.

Então eu acordei lentamente, piscando os olhos com frequência e sentindo dificuldade de mantê-los abertos. Tudo estava embaçado e, muito claro. Paredes brancas, luz do sol, se eu estivesse morto e no céu nesse momento, eu não me surpreenderia.

Meus olhos caminham em direção a porta e observo um enfermeiro estranho entrar silenciosamente. Um jaleco esconde suas roupas pretas e imundas, me fazendo resmungar permanecendo imóvel.

Eu não conseguia falar e nem me mexer, sentindo a agulha dentro do meu braço me pinicar, com o líquido quente entrando em minhas veias com frequência. Eu arrancaria aquele soro se conseguisse força para isso.

—Ah, péssima hora pra acordar, bonitinho.

Uma voz diferente me faz piscar os olhos mais forte tentando ver quem era, mas não consigo, não consigo reconhecer o enfermeiro.

—Mas não se preocupe, você não vai acordar mais depois disso aqui.

Cadê o Jimin? Tenho certeza que ele estava aqui antes, que porra! Se eu não morri antes, eu morro agora.

Observo o homem injetar algo no meu soro, fazendo o líquido transparente criar bolhas, como ao jogar óleo em água normal.

Meus olhos se arregalam, eu resmungo, mas nada sai dos meus lábios. Nada funciona, e eu vou morrer. Para a minha infelicidade, nem o rosto do filho da puta eu tinha visto para assombra-lo pelo resto da sua vida miserável. Visão embaçada de merda.

—Bons sonhos. — Diz o enfermeiro após retirar a agulha do meu soro.

Começo a observar aquele líquido estranho passar pelo tubo lentamente, tornando aquilo uma ansiedade torturante antes que chegasse em meu braço.

Quem Matou Min-Ji? - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora