Pequena flor

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(Jungkook)

O piso desaba sob o Jimin. Observo seu corpo cair com rapidez e ele sumir do ambiente em um piscar de olhos.

Meu coração aperta, de uma forma que nunca havia sentido antes. As veias em sua volta parecem bater mais rápido e consequentemente apertam com força contra meu peito, fazendo o latejar surgir e o desespero enaltecer.

Não consigo achar palavras para explicar a angústia que surge ao meu lado e começa a andar de mãos dadas comigo, eu sinto como se fosse perdê-lo e, essa possibilidade faz tudo dentro de mim virar do avesso em eterna confusão.

A última vez que senti essa mesma sensação e sentimento ruim foi quando eu estive naquela sala de emergência, segurando as mãos do meu irmão, o escutando com dificuldade e suplicando para que ele não me deixasse.

—Maninho! Você vai ficar bem?! — Eu dizia entre soluços de choro.

—Preciso que seja forte, pirralho. — Sinto seu dedo secar a lágrima que escorria lentamente, carregando todas as dores que prendiam meus pulmões, me impedindo de respirar.

—Não, você não pode, não pode ir embora! — Eu dizia com a voz trêmula, e com o corpo inquieto querendo abraçá-lo naquela maca ensanguentada.

—Precisamos da sala de cirurgia! — Gritavam os médicos, arrastando a maca com o meu irmão para longe de mim.

—ISSO É TUDO MINHA CULPA! ME DESCULPA, MANINHO! — Gritava, correndo ao lado da maca sem largar uma de suas mãos.

—Goo, ele vai ficar bem, deixe ele ir. — Sentia minha mãe puxar meu braço, fazendo minha mão soltar da dele aos poucos, sentindo toda a pele de seus dedos cruzarem os meus, até que eu não o sentia mais.

Eu sabia que era a última vez que o viria, sabia que o perderia, então me joguei naquele chão gélido com minhas vestes também ensanguentadas, que infelizmente não era meu sangue, era dele, e eu conseguia senti-lo ainda comigo, me culpando de que tudo aquilo foi por minha causa.

...

Sentindo o ar ir embora, corri sem medo da madeira cair comigo também e achei por sorte uma escadaria antiga, caindo aos pedaços como tudo nessa casa.

Desci correndo, podendo observar a escuridão do andar inferior tomar conta da minha visão, o que me assustaria em condições normais, mas nada impediria meu objetivo de achá-lo.

Não poderia perdê-lo, sinto que não poderia, assim como perdi o meu irmão. É inexplicável o sentimento de proteção e preocupação que surgiu em relação ao Jimin, ele se tornou alguém importante sem eu nem perceber o nível subir.

Eu não poderia cometer o mesmo erro do meu irmão, não consegui salvá-lo, então salvarei o Jimin quantas vezes forem necessárias para que ele continue vivo e bem. Eu sei que ele possui dificuldades com aproximação mas, eu tenho certeza que foi por conta de traumas do passado, e quero ajudá-lo com isso também, mostrar para ele que nem todo mundo é filho da puta.

Eu vou conseguir conquista-lo um dia, mesmo que pareça impossível, mesmo que ele me odeie, eu vou conseguir.

—JIMIN! — O avisto de longe, com apenas uma fonte de luz o iluminando de cima, vindo do piso quebrado em que caiu, como um holofote.

Ele permanece imóvel e trêmulo, podendo vê-lo se encolher e choramingar com os olhos suplicando, aqueles mesmos olhos que já observei uma vez.

—Jungkook... — Ele resmunga, ainda sem tentar mexer um músculo, o que me fez analisar sua volta e conferir o que lhe transmitia tanto medo.

Quem Matou Min-Ji? - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora