Quem Matou Min-Ji? - Jikook

Criança mimada

(Jimin)

O cheiro de lavanda invade minhas narinas, consigo sentir a grama em meus pés, e as flores acariciarem meus braços. Me permito abrir os olhos e enxergar o lugar mais bonito que já havia visto, um campo florido, o mais colorido e preenchido por diversas espécies de flores. Mas para minha supresa, todas são amarelas e possuem o mesmo cheiro agradável, suavemente adocicado com o tom de lavanda.

A brisa afaga minhas bochechas ao trazer aquele aroma outra vez. Ao abrir os olhos novamente após a brisa passar, consigo enxergar um semblante de longe, seu vestido amarelo me chama a atenção, voante enquanto a admiro. É a minha mãe.

Corro em sua direção, as flores me tocam ao passar, me permitindo abrir os braços e senti-las em minhas mãos até que chegasse perto da mulher bonita.

—Mamãe! — Abraço sua cintura, podendo sentir o tecido amarelo acariciar meu nariz, assim sentindo o mesmo perfume das flores em sua vestimenta.

—Oi, Jiminie! — Ela diz acariciando meus fios. Seu carinho é tão bom que pareço flutuar.

—Vejo que não está nada bem, olha pra você, está exausto. — Ela acaricia minhas bochechas e eu me permito recostar na palma da sua mão.

—Eu vou sentir sua falta, não queria que fosse embora, não queria que me deixasse aqui sozinho, mamãe.

—Mas você não está sozinho, Jiminie. Você tem amigos com você, olha. — Ao olhar para o horizonte, consigo enxergar uma porta, uma passagem na verdade, onde diversas memórias minhas passam como um filme em tela de cinema.

Jin estava lá, Namjoon estava lá...

Jungkook está lá...por que ele?

—São seus amigos, não são? — Ela pergunta.

—Jungkook não é meu amigo. — Resmunguei voltando a afundar meu rosto em seu vestido amarelo.

—Ei, não diga isso, você ainda não sabe. Ou pelo menos pode dar uma chance pra amizade dele.

—Não. Eu não quero. Não insista nisso, mamãe.

—Jimin, se não tentar, deixará o sombrio dominar tudo. — Ao olhar para o meu lado direito, sentado entre as flores, consigo ver meu outro eu, o sombrio, fazendo as rosas a sua volta murcharem com seu sorriso bizarro.

—Não! — Aperto o tecido em seu corpo.

Sinto o vestido mudar de textura, começando a pinicar minhas bochechas. Ao olhar para cima, a mamãe não estava mais lá, era o sombrio. Ele acaricia meu cabelo, ainda com aquele sorriso gigante no rosto e com os olhos arregalados.

—SAI! — O empurrei.

—Já sabe, pequeno detetive, eu sempre ganho não é? Sei que sabe disso. — Ele sorri.

—NÃO!

Sinto tudo a minha volta tremer como um terremoto, as flores começam a murchar em minha volta, e o chão começa a se abrir. Deposito muitos passos para trás desviando das rachaduras, mas elas se partem rapidamente, então eu corro.

Corro na direção das portas de memórias. Eu escuto o som das rachaduras se aproximando, então não posso olhar para trás.

As portas se dividem em três assim que chego, três escolhas de passagem, e a rachadura ainda se aproxima.

"Hacker"         "Chefe"       "Criança mimada"

Merda, merda, merda! Por que está me fazendo escolher algo tão idiota? Mas que porra, sonho de merda!