(Jimin)
Portas me cercam por todo lado, extensos corredores me fazem cansar só de admirá-los. Minha respiração acelera involuntariamente como se eu corresse uma maratona, como se fugisse de alguma coisa. Estou perdido, um labirinto me faz sentir minúsculo dentro de um buraco enorme.
Minhas pernas voltam a correr involuntariamente. Sinto que não devia parar. Algo está me cercando e me procurando, eu deveria me esconder? Correr? Aceitar e deixar que me pegasse? Eu não sei.
Enquanto corro, diversas portas passam por mim. Meu instinto curioso me faz parar. A única coisa que não me fizesse continuar correndo, é a curiosidade.
Uma porta em específico, na cor preta mais escura que a maior noite tempestuosa já vista, me chama atenção. "Solidão" está gravado em brasa na madeira. Decidi abri-la, péssima escolha. Minhas mãos tremem e meu corpo congela, energias ruins sobem por mim através da maçaneta, mas por que eu ainda estou querendo abrir sabendo que será algo ruim?
Sem demora eu escancarei a porta. Consigo ver uma outra versão minha no canto escuro, abraçada aos joelhos e com a pele fria. Eu nem precisei tocá-lo para sentir o quanto estava congelando. Sinto tudo dentro dele, seu medo de abandono, e seus sentimentos indo embora como uma cachoeira sem rumo.
Parece que seu tempo está chegando ao fim, seu coração parece virar pedra de gelo em breve, o que eu poderia fazer para ajudá-lo? Eu não consigo nem me mexer livremente.
Minhas pernas se movimentam me obrigando a ir até outra porta. Quanto mais força eu fazia para ir embora mais elas se aproximavam do destino, "perdas" está lá desta vez. Minhas mãos também se mexem, não consigo tirá-las da maçaneta.
Não quero abrir, não quero.
Fecho meus olhos com força e consigo ver diversos nomes de diversas portas me obrigando a senti-las, como um flashback, "angústia", "pavor", "toque", "medo", "desespero", "esgotamento", "morte", "culpa", não parava de aparecer palavras ruins em meus olhos.
Na medida que apareciam, mais eu sentia e mais acelerava meu peito, está perto, muito perto, ele vai me pegar, ele vai me achar, eu vou morrer, eu vou-
....
—DETETIVE?
Pulei da cadeira como se estivesse afogando. Busco ar desesperadamente até que enchesse meus pulmões normalmente.
Eu respiro como se estivesse prendendo a respiração, pois a dificuldade de absorver algum ar era grande. As minhas mãos apertam os braços do assento em que permaneço até que meu pavor passasse.
A sensação ainda estava ali, por que parece que eu ainda não acordei?
—Detetive, respira! eu estou aqui. — Jungkook diz agachado perto de minhas pernas. Tão perto mas ao mesmo tempo tão longe.
—O que, você não-
—Se acalma! Eu ainda estou aqui. — Eu não conseguia respirar de jeito nenhum. A sensação não some, eu ainda estou sonhando, não é possível. Meu peito aperta como se arames me prendessem à cadeira, e não consigo me mover outra vez.
Olhei para Jungkook e tentei focar na respiração calma dele para que acalmasse a minha. Até que vejo um punhal atravessar seu peito e arrancar seu coração. Suas veias rompem e seus vasos se quebram.
Seu sangue inunda o escritório e eu só consigo gritar. A minha garganta estremece e eu não consigo levantar da cadeira.
—Sabe que não pode fazer isso não é? — A versão obscura de mim retorna. Ele segura o coração sangrento de Jungkook nas mãos, o apertando enquanto suas veias estouram.
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Quem Matou Min-Ji? - Jikook
FanficUm detetive que luta para superar traumas do passado, e um novato que decide mudar a visão traumática dele sobre amor. Jimin como o experiente de Las Vegas, é convocado em uma investigação criminal, se tornando um dos crimes mais rigorosos e inusita...