Frango frito

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(Jimin)

Meu coração parece rasgar do peito. A aflição me corrói tanto que me faz tornar minúsculo, quase que desaparecendo.

Eu não escutava o som dos freios de jeito nenhum, como se o meu foco fosse ativado automaticamente, e nada mais fosse transmitido no meu ouvido além do som da minha respiração.

—Detetive?! — Ouço Jeon bem no fundo dos meus tímpanos. Ou nós morremos e estamos no céu, ou...o cara se rendeu e parou o carro.

—Detetive! — Abro os meus olhos podendo observar uma fumaça embaçar todo o vidro do meu carro.

Olho ao redor, o farol do fugitivo ilumina o embaçado fazendo meus olhos arderem um segundo com a claridade forte.

—Deu certo, estamos vivos! — O novato diz.

—Caralho. — Tentei não mostrar muito pânico, por achar que havia chegado a minha hora de rever todos os meus pecados. Então saí do carro com a arma nas mãos em direção ao veículo do babaca.

—Coloque as mãos onde eu possa ver se não quiser sujar o carro com seus miolos. — Apontei para janela do Bogum e o observei erguer as mãos juntando-as atrás da cabeça.

—Abre a porta, novato. — Movimentei a arma, do novato até a porta, o induzindo a fazer o que pedi.

A porta se abriu e ele puxou o fugitivo do banco. Agora podendo ver sua cara de pau perfeitamente, pude observar que ele não tem medo algum. Sua cabeça permanece erguida e ele continua com aquele sorriso irritante no rosto.

—Vamos fazer um passeio, ok? — Falei.

Com minha arma ainda nas mãos apontando bem para cabeça dele, retirei a algema da cintura, entregando para o novato. Não precisei nem dizer o que ele deveria fazer.

É treinamento básico isso já.

O cara foi algemado e todos entramos no meu carro. Jeon ficou no banco de trás com Bogum por precaução, assim conseguiria manter os olhos nele.

Eu não faço ideia do que fazer agora. Ir até a delegacia me prejudicaria, já que não tenho motivos para algemar esse homem. O fato dele ter fugido não prova muita coisa.

—Detetive. — O novato diz em um resmungo manhoso, antes mesmo que eu ligasse o carro.

—O que foi agora?

—Podemos parar em algum lugar pra comer? Eu estou morrendo de fome.

Meu Deus, como parece uma criança.

Já está de noite e eu nem percebi esse tempo todo passar. Não paramos o dia inteiro para colocar nem um pedaço de comida na boca, e eu estava tão ocupado que simplesmente eliminei a fome da cabeça.

—Não acho uma boa ideia ir com ele. — Observei os dois pelo retrovisor enquanto analisava a hipótese.

—Ah, por favor, eu cuido dele! Não vai causar problemas. — Outra vez Jeon faz aquele bico, me fazendo revirar os olhos.

—Não vão achar estranho o fato de estarmos com um cara algemado? — Levanto uma questão.

—Tem razão, deveriam me soltar. — O meliante decide abrir a boca.

—Cala a boca! — Digo em sincronia com o fominha, observando o bandido recuar no banco de couro.

—Soltamos ele até chegar à mesa, e depois algemamos de volta. — O novato ainda tenta me convencer.

—Cacete em. — Respiro fundo pensando em todas as possibilidades disso dar errado. —Tá bom. — Vejo Jeon comemorar brevemente, fazendo o meliante ao lado dele o olhar estranho. —Mas já vou avisando, se fizer alguma gracinha, chefe Bogum, eu estouro você no mesmo instante. — Orientei.

Quem Matou Min-Ji? - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora