Mar de cervejas

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(Jimin)

Caminho na direção do banheiro calmamente, não tenho pressa alguma de me encontrar com o novato. Ele não pode achar que é meu amiguinho para sair e curtir um dinheiro ilegal. Nunca se sabe o que a máscara de alguém esconde, por isso eu não confio nem em mim mesmo.

Muita gente cria uma personalidade totalmente diferente para todo tipo de pessoa que conhecer, como uma máscara, na verdade várias delas. Uma hora essa fantasia quebra e você se fode por ter confiado naquela versão.

Chegando nos sanitários, entrei ao lado esquerdo com a plaquinha medíocre masculina, que para a minha sorte, o lugar está vazio. Todos os bêbados desse inferno devem estar fazendo o que sempre fazem por aí, bebendo.

Entrei em uma das cabines aliviando o líquido que prendia por um bom tempo, olha que beleza, colaboração para uma infecção urinária.

Fecho meu zíper calmamente, quando algo me faz parar pela metade. Escuto o som da porta de outra cabine bater fortemente como se alguém estivesse bem desesperado.

Isso me assusta.

Finalizo o fechamento das minhas vestes, ignorando a descarga pelo fato de não querer chamar a atenção de seja lá qual bêbado esteja passando por aqui, e espero não cruzar seu caminho. Abro o trinco da porta brevemente, fechando um dos meus olhos pelo meu esforço de tentar não fazer barulho.

Saio cuidadosamente do cubículo chegando até a parte das pias, onde uma enorme bancada espelhada me faz olhar de repente e perceber minha feição medrosa refletida. Isso me faz perder o meu tempo de fuga, a pessoa já estava abrindo o trinco de sua cabine assim como fiz antes, porém com um som brutal que ecoa no vazio daquele cômodo.

—Porra de porta! — O ser diz com a voz instável.

Tento ignorar sua presença e continuo caminhando calmamente até a saída, mas ele decide me interromper.

—Aonde vai, gracinha? — Sua voz transmite sua situação podre, é totalmente instável e fora da formação de frase.

Meu corpo paralisa, é perturbador o fato de como eu sinto seus olhos percorrerem meu corpo mesmo de costas, o que me faz estremecer em ânsia. A melhor forma é sempre ignorar e prosseguir, rebater qualquer situação desnecessária é perda de tempo.

—Te fiz uma pergunta, porra! — Sinto o início de seus dedos gélidos colidirem com a pele do meu braço, e eu me recuo na mesma hora afastando o máximo possível.

—Não me encosta, caralho! — Afago a região.

Consigo ver agora sua aparência, suas vestes estão totalmente desarrumadas e não colocadas direito, seu perfume de cerveja chega em minhas narinas como se aquele ser fosse a própria cervejaria em pessoa.

Sua feição maldosa me faz enojar a minha, seu rosto úmido da bebida recém ingerida me dá tonturas e gatilhos. Ver essa imagem outra vez me faz arrepiar sem parar, como um mar agitado onde suas ondas não paravam de atingir a areia fofinha.

—Você é tão bonito. — Ele diz virando a cabeça ladino com os olhos arregalados, parecendo um filme de terror.

—Eu já sei disso, agora com licença. — Tento ir em direção a porta outra vez, mas o avanço de suas mãos imundas seguram bem forte o meu braço.

Minha pele arde pela pressão repentina. Parece que quanto mais eu puxasse, mais suas unhas arranhavam meu braço e impregnavam seu cheiro fedido em mim.

—Não, não, não. — Recuo meu pescoço fechando bem forte os olhos.

Isso não pode acontecer de novo.

Quem Matou Min-Ji? - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora