16 - Estamos nos esbarrando enquanto passamos um pelo outro..

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boa leituraaaa (somos quase, se não, 3k. Obrigada amo vcs🤍)

  ─── Merda, Lyra, olha

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  ─── Merda, Lyra, olha... ─── Segurou meu braço antes que eu pudesse me afastar de vez. Observei Gabriel fechar os olhos por um momento. ─── Eu não quis dizer isso... quer dizer, não desse jeito. Eu...

─── Você não tem o que se explicar, de verdade, Gabriel.. ─── Forcei um sorriso, tocando na sua mão em mim na intenção de me soltar. ─── Eu tive um dia péssimo hoje. Acho que tudo isso é um sinal para eu ir para casa me resguardar um pouco. A gente pode se falar depois... sei lá. 

Não sabia se realmente queria isso, mas sabia que estava de cabeça quente por tudo que tinha acontecido até aqui e no momento, a única coisa que eu precisava era esfriar um pouco a mente e pensar. Em mim, no meu futuro, nas coisas que eu realmente queria, se eu levaria as palavras duras de Ruth em consideração ou não.

─── Então eu te levo em casa..

─── Eu não quero..─── neguei com a cabeça, molhando os lábios. ─── Não hoje.

  Ele abriu a boca como se tivesse prestes a retrucar mas não o fez. Dito isso, eu apenas acenei mais uma vez na sua direção, finalmente dando as costas e caminhando para o lado oposto rumo ao ponto de ônibus. Ignorei o peso no meu peito, aquele sentimento desconfortável doendo em algum ponto esquisito e meu estômago revirado. Ignorei meu cérebro repetindo que aquilo não deveria ter machucado, porque no fim a gente realmente não tinha nada, embora eu achasse, em contrapartida.

Aguardei apenas alguns minutos na parada. Meu ônibus não demorou a passar como pensei que faria e até me senti aliviada por isso. Quarenta minutos depois eu estava na frente do meu apartamento, com uma dor de cabeça chata e um total de zero ânimo para nada além de um banho e minha cama.

─── Ei, você chegou tarde hoje! ─── Duda observou no momento em que pus meus pés dentro de casa. Do balcão que dividia a cozinha da sala eu a vi se debruçar, deitando a cabeça para o lado quando seus olhos verdes caíram em mim, largando a latinha de cerveja de canto.  ─── Você está péssima.

─── Uh, obrigada pela observação. ─── Resmunguei, deixando a mochila escorregar dos ombros e me joguei no sofá, fechando os olhos.

─── Dia ruim?

─── Dia péssimo! ─── rebati. ─── Pensei que você não viria para casa hoje...

─── Consegui uma folga. ─── ouvi o som da geladeira abrindo no mesmo instante que senti duas patinhas em cima de mim e nem precisei olhar para saber que Nalu tinha escutado minha chegada. Seu ronronar anunciou isso.─── Tenho trabalhado tanto que mal tenho tempo para ficar em casa. 

Era verdade. Às vezes eu até me perguntava se estava morando sozinha ou não. 

Um instante de silêncio fez entre nós, mas segundos depois o outro lado do sofá estava afundando.

𝚂𝙸𝙽𝙰 • bakOnde histórias criam vida. Descubra agora