ei, desculpem pela demora. Tive uma crise criativa fodida esses dias🥴 mas enfim, boa leitura ♡
─── E então vai ser isso? ─── Gabriel questionou, franzindo a testa quando seu olhar encontrou o meu no escuro. ─── Você vai desistir antes mesmo de tentar? Isso não parece você, Lyra.
Pisquei lentamente, sentindo minha garganta fechar. De repente, a gola da sua camisa parecia algo bem mais interessante do que sua atenção.
─── Isso é exatamente o que eu sou. Talvez Ruth esteja certa também e eu esteja perdendo meu tempo...
─── Não é, você sabe disso e essa mulher aí também não tá certa não. Pelo pouco que me lembro, uma professora devia motivar, não colocar pra baixo igual ela fez contigo. ─── Seus dedos traçaram um caminho pelo meio da minha coluna até as malditas covinhas no fim das minhas costas, onde ele parecia ter uma espécie de fascinação. Não me incomodei no entanto, apenas apertei seu braço em uma resposta involuntária pelas cócegas. ─── Cê não pode deixar se levar por críticas assim. Não vai ser a primeira, nem a última e mesmo que a insegurança seja um tipo de sentimento normal, arrependimento por desistir de fazer uma coisa que gosta sem nem tentar é pior.
─── Mas...
─── Mas?
Balancei a cabeça em negação, sem nem saber ao certo o porquê da minha resistência. Medo? Insegurança? Receio? Eu sempre lidei bem com as atenções, em estar no centro de tudo. Sempre porque, simplesmente, as coisas que eu fazia no circo era tudo o que tinha aprendido a fazer desde pequena, o que tornava o trabalho fácil para mim. No entanto, o teatro era diferente. Por mais preparada que eu pudesse parecer, no fundo sentia que não e, no fim, se colocasse expectativas em uma coisa sabendo que não estava pronta, a decepção que sentiria seria maior. Ao mesmo tempo, desistir fazia tudo que eu fiz para estar aqui em vão. Abrir mão de estar com meus pais, com minha família, em um ambiente de conforto para fazer tudo aquilo que estava longe de tudo que estava acostumada...
─── Deixa pra lá. ─── balancei a cabeça. ─── Não vale a pena.
Um bocejo involuntário cortou meus lábios e eu pisquei lentamente, resmungando ao dar falta do meu par de meias.
─── Meus pés estão congelando. ─── Sussurrei para Gabriel, enterrando o rosto no seu peito, abraçada a sua cintura. ─── Pode pegar um par de meias pra mim por favor, Gab? Na segunda gaveta do guarda-roupa.
─── Eu não, aqui tá tão bom.─── riu.─── Você dorme mesmo toda noite de meias? Impossível.
─── Faça calor ou frio. ─── Resmunguei em concordância.
─── Impossivel, Lya! ─── repetiu. Ergui meu olhar pelo apelido, sorrindo. ─── Não fica suado no calor? ─── quando neguei, Gabriel riu. ─── Só pode ser costume. Você tem que se acostumar a dormir sem. Deve ser impressão, nunca que seu pé fica gelado toda noit- ─── eu arrastei meus pés pela sua perna, parando bem na batata, fazendo ele sentir na pele o que dizia. ─── AI LYRA, PORRA!
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𝚂𝙸𝙽𝙰 • bak
FanfictionCONCLUÍDA ✔ A primeira vez que Lyra viu Gabriel, estava pendurada de cabeça para baixo há mais de seis metros do chão. Ainda assim, o peso daquele olhar castanho sob o seu nos três segundos que eles se encontraram fez com que os cabelos da sua nuca...