26 - Olhar para o céu é olhar para o passado

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boa leitura ♡

A luz viaja aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo ao se propagar no vácuo

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A luz viaja aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo ao se propagar no vácuo. Isso significa que, durante um ano, ela percorre quase 10 trilhões de quilômetros, o que faz com que essa unidade de distância seja chamada de ano-luz, cuja a principal função é medir a distância entre nós e os corpos celestes que habitam o universo. Em outras palavras, a distância entre nós e esses corpos é tão longa que a única forma de medi-las é descobrindo quanto tempo a luz leva para que seu reflexo chegue até aqui.

O sol, por exemplo, é a estrela mais próxima do planeta Terra, estando há apenas a oito minutos luz de nós. Quando olhamos para o céu, então, o que vemos não é o agora, mas a luz que demorou oito minutos para chegar até aqui, ou seja, que havia sido refletida há oito minutos atrás.

É por isso que muitas pessoas costumam dizer que olhar para o céu é olhar para o passado, porque tudo que vemos aqui é o que já aconteceu há mil ou milhões de anos antes.

O passado. Antes ele costumava a me assustar um pouco, quando ainda era presente e eu temia não ter conseguir nada do que desejava e por isso não ter o que me orgulhar lá na frente. Porém, hoje em dia não havia um segundo se quer do qual não olhasse para o céu e não me lembrasse dele e, pior que isso, sentisse falta dele. Seja de agora, de antes.. de tudo. De alguma forma, não me arrependia das minhas escolhas, porém não sabia bem como eu me sentir, porque a saudade de antes de vez em quando me pegava desprevenida quando eu menos esperava.

─── O que há com o anel? Você parece incomodada.

Rebecca sentou-se na cadeira à minha frente, tomando um gole do seu refrigerante enquanto encarava o mesmo ponto que eu. Notando então que eu estava perdida na minha própria cabeça, balancei ela e sorri fraco, deixando minha atenção cair para meu próprio copo de suco.

─── Nada demais... uma coisa ali, outra aqui... Besteiras aleatórias.

Ela riu baixinho.

─── Como assim? ─── questionou. ─── No Brasil ou... em alguém de lá?

Dessa vez eu quem ri, bebendo um gole do meu suco.

─── Alguém tipo quem? Não lembro de nada que eu tenha deixado lá.

Claro que ela me deu uma boa encarada entediada. Como a minha pessoa mais próxima desde o dia em que pisei aqui, Rebecca não tinha demorado a conquistar minha amizade. Talvez porque éramos duas brasileiras tentando a mesma sorte ou porque a gente realmente se dava bem.

─── Não sei... Talvez seja só um palpite, talvez? ─── Encolheu os olhos, apontando discretamente para o meu movimento anterior. Contive um sorriso. ─── Você as vezes se passa, Lyra. É a noiva mais desanimada que conheço. O quê? Vocês brigaram de novo?

Molhei os lábios, desanimada.

Como eu ia começar a explicar a volta que minha vida tinha dado nos últimos três anos? Seja acadêmica, amorosa ou profissionalmente?

𝚂𝙸𝙽𝙰 • bakOnde histórias criam vida. Descubra agora